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Quais são os principais sintomas de TDAH? (Foto: Pexels)

Quais são os principais sintomas de TDAH? (Foto: Pexels)

Você já deve ter ouvido sobre ele: Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade ou, simplesmente, TDAH. Pode até ser novo pra você, mas saiba que o assunto já é bastante conhecido pelos médicos e pela ciência. Há anos, o transtorno vem sendo estudado pela psiquiatria e psicologia. Mais de 29 mil pesquisas já foram feitas. Mas se você suspeita que seu filho pode ter TDAH ou se ele foi diagnosticado recentemente, confira as principais perguntas e respostas sobre o assunto!

O que é TDAH?
É um transtorno neurobiológico do desenvolvimento que leva à impulsividade, hiperatividade e falta de atenção. Todos os seres humanos presentam algum desses sintomas, mas em certas pessoas eles se combinam e se manifestam com tanta intensidade e frequência que atrapalham o desenvolvimento, prejudicando as atividades do dia a dia e levando a prejuízos nos âmbitos familiar, escolar e social. 

Quais são as causas?
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), a responsabilidade sobre a causa geralmente recai sobre toxinas, problemas no desenvolvimento, alimentação, ferimentos ou má-formação, problemas familiares e hereditariedade. Recentemente, um estudo relacionou a prematuridade a sintomas de TDAH e déficit de atenção. A pesquisa do Instituto Norueguês de Saúde Pública descobriu que as crianças que nasceram entre 22 e 33 semanas de gestação apresentaram mais sintomas de TDAH, desatenção e hiperatividade/impulsividade do que os bebês nascidos a termo. Apesar da intensidade dos problemas variar de acordo com suas experiências de vida, a ABDA afirma que "está claro que a genética é o fator básico na determinação do aparecimento dos sintomas do TDAH". 

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Quais são os principais sintomas?
As crianças com esse transtorno têm menos atividade elétrica e reagem menos a certos estímulos, além de terem partes do cérebro menores que o normal. Também têm dificuldade de regular dopamina e norepinefrina, substâncias essenciais para a concentração e o controle de impulsos. Entre os principais sintomas, estão:

— agitação fora do comum;
— distração e dificuldade de manter a atenção em atividades muito longas;
— esquecimento;
— problemas escolares, principalmente comportamentais;
— impulsividade.

Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é inteiramente clínico, com parâmetros bem estabelecidos, feito com base nos sintomas, isto é, sem exames laboratoriais. Não é necessário realizar ressonância, eletroencefalograma ou qualquer outro exame que avalie características físicas. Além do psiquiatra, outros profissionais, como psicólogos, pediatras e neurologistas especializados na doença também podem auxiliar no processo de diagnóstico. As manifestações clínicas costumam começar antes dos 7 anos, mas se confundem com a agitação e a insubordinação compatíveis com a idade pré-escolar. A maioria das crianças abandona essas características quando cresce e é por esse motivo que o diagnóstico não pode ser fechado antes disso.

Existem diferentes níveis de TDAH?
As dificuldades de atenção devem ocorrer em pelo menos duas situações diferentes para que o diagnóstico seja realmente fechado. Quando ocorrem casos em que a criança só apresenta dificuldade de concentração para uma atividade, o mais provável é que aquela situação específica seja um problema e é isso que deve ser investigado. Quanto aos níveis, sim, o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade pode variar de leve a grave (de acordo com a intensidade dos sintomas). A diferença entre o transtorno e uma característica da criança recai na intensidade do comportamento, da hiperatividade e da impulsividade – é difícil e muitas vezes só um especialista poderá dizer se é algo que precisa ou não ser acompanhado e tratado.

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É possível tratar a doença só com atividades físicas?
Não. Casos leves de desatenção ou hiperatividade não são classificados como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, e quando há diagnóstico fechado os medicamentos são necessários. Atividade física não é tratamento, é muito importante para uma criança hiperativa, até para o gasto de energia, mas não tem efeito sozinha.

O TDAH atinge mais os meninos do que as meninas?
“Em estudos epidemiológicos, não se nota tanta diferença na prevalência do transtorno entre meninos e meninas, mas, em ambiente clínico, como ambulatórios e consultórios médicos, há maior número de meninos”, afirma Paulo Mattos, psiquiatra, coordenador do núcleo de estudos de TDAH da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos fundadores da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). Mas qual seria a explicação? De acordo com o psiquiatra, existe a hipótese de que os meninos, por apresentarem mais sintomas de hiperatividade, enquanto nelas, o que mais se destaca é a desatenção. “Como ‘incomodariam’ mais, tanto na escola, quanto em casa, os meninos seriam encaminhados a especialistas com mais frequência”, diz.

Como é o tratamento?
Casos leves de desatenção ou hiperatividade não são classificados como TDAH. Quando há um diagnóstico fechado os medicamentos de uso controlado são necessários. Se os remédios forem tomados corretamente, conforme prescrito pelo médico, raramente se associam à dependência. O tratamento pode ser interrompido rapidamente, sem problemas. Como o TDAH, em geral, se estabiliza com a chegada à idade adulta, a pessoa para de tomar remédios na grande maioria dos casos.

Caso não seja tratado, o problema pode trazer consequências na vida adulta?
Há inúmeras pesquisas mostrando que o TDAH está associado ao fracasso acadêmico, abandono escolar, acidentes de trânsito, uso de drogas, álcool e divórcio, entre outras situações negativas na vida adulta. Por isso, diagnóstico e tratamentos são tão importantes.

FONTES: Egeu Bosse, neuropediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; e Paulo Mattos, psiquiatra e um dos fundadores da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).

Rodapé Instagram OK (Foto: Crescer/ Editora Globo)

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