• Naíma Saleh
Atualizado em
A asma acomete cerca de 15% das crianças e dos jovens  (Foto: Thinkstock)

A asma acomete cerca de 15% das crianças e dos jovens (Foto: Thinkstock)

Se seu filho não tem, você certamente conhece alguma criança que tenha asma. A doença causa uma inflamação nas vias aéreas, desencadeada por alergia respiratória. Para esclarecer dúvidas comuns sobre o assunto, conversamos com o pneumologista pediátrico Joaquim Carlos Rodrigues, Professor do Departamento de Pediatria da Universidade de São Paulo (USP) e chefe da unidade de pneumologia do Instituto da Criança, vinculado aos Hospital das Clínicas da USP (SP).

Confira 5 informações essenciais sobre a asma e assista, abaixo, uma entrevista com o pediatra:

- É facilmente confundida com bronquite


Cerca de 15% das crianças e jovens sofrem com asma. Mas, muitas vezes, o diagnóstico tarda a ser feito. Frequentemente, a doença é confundida com bronquite, que é o processo inflamatório dos brônquios, devido ao acúmulo de muco.

Na grande maioria das vezes, a asma em crianças e adolescentes pode ser definida como a bronquite ligada a reações alérgicas. É quando corre um fenômeno inflamatório causado por um processo alérgico,que normalmente é desencadeado por inalantes como poeira, ácaros, pelos de animais e bolor. Esses alérgenos podem causar uma inflamação crônica das vias aéreas, que é asma. Nessa época do ano, em que o clima fica mais seco e frio, os principais desencadeadores das crises são os vírus respiratórios. A poluição e a exposição ao tabaco, mesmo que indireta, podem também ser gatilhos.

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- Não tem jeito, é genético


Há vários genes que podem ser apontados como responsáveis pelo desenvolvimento da doença e que determinam sua gravidade. Quando existe histórico de asma na família, ou de bronquite e doenças alérgicas, há grandes chances de a criança desenvolver o problema. Principalmente se os mais próximos - pai, mãe ou irmãos - já têm asma.

A boa notícia é que, mesmo antes que os primeiros sintomas se manifestarem, é possível observar alguns sinais que indicam uma predisposição. Se a criança começa a manifestar sinais precoces de alergia, como crostas na cabeça e atrás das orelhas, pele seca e rinite, além de já ter um histórico familiar, ela é uma forte candidata a desenvolver a doença.

- É preciso ficar atento aos sinais


Os sintomas clássicos da doença são tosse e chiado no peito. Alguns jovens também descrevem sentir uma espécie de aperto no peito. Mas a asma dá ainda outras pistas, como o despertar noturno. Há crianças que não têm sintomas durante o dia, mas acordam com tosse ou falta de ar – sinais muitas vezes ignorados pelos médicos. Existe também a asma induzida por exercício: ao correr, se movimentar ou mesmo dar risada, a criança tosse, fica sem ar. Isso também pode ser um sintoma. Por isso, um dos critérios para diagnosticar a doença é avaliar se a criança tem alguma limitação quando se exercita.

Asma; inalação; doença respiratória (Foto: Shutterstock)

A asma ataca as vias respiratórias (Foto: Shutterstock)

- Existe controle, não cura


Com seis meses de tratamento é possível conter as crises. O uso de corticoides é de praxe para sanar a inflamação e, com isso, as chances de a inflamação aparecer vão diminuindo. Assim, a medicação pode ser gradativamente retirada. O grande problema é que muitas crianças chegam ao hospital para tratar a crise de forma pontual, sem manter uma continuidade que garanta que o problema não se manifeste novamente.

- Toda atenção aos desencadeadores


Embora não haja uma cura, é importante controlar os fatores que podem desencadear as criases. Assim como é importante evitar o contato com alérgenos como ácaros, bolor e animais, manter o ambiente doméstico limpo e bem arejado é extremamente importante. Além disso, manter a vacinação em dia contra agentes que causam problemas respiratórios, como o vírus da gripe, também é importante, não apenas para evitar a asma, mas também várias outras doenças.O tempo seco, que resseca as mucosas, também pode prejudicar as vias respiratórias e agravar o problema.

Assista à entrevista com o pneumopediatra Joaquim Carlos Rodrigues no vídeo abaixo (se não conseguir visualizar, clique aqui):

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