• Andressa Basilio
Atualizado em
Criança comendo com a boca fechada (Foto: Shutterstock)

Bolacha, bolo, salgadinho, bisnaguinha, macarrão instantâneo, sanduíche. O que todas essas guloseimas têm em comum além de serem deliciosas? Elas escondem um perigo para a saúde do seu filho, o sódio.

Esse componete é um dos minerais essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo. Porém, quando consumido em excesso, deixa crianças (e adultos) mais propensas a problemas cardiovasculares, hipertensão, colesterol alto, diabetes tipo 2 e obesidade. É justamente por isso que, pela primeira vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou limites para o consumo diário de crianças.

Pela nova recomendação, 2g de sódio diariamente bastam para que a saúde de crianças maiores de dois anos fique em dia. O problema é que o danado do sódio está em praticamente tudo o que consumimos no dia. Aí fica a dúvida: como fazemos para evitar o consumo? Abaixo você confere essa e outras respostas para as principais dúvidas sobre o assunto.

Vale lembrar que a OMS não especificou quantidades para crianças menores de dois anos, mas você já leu aqui na Crescer que o ideal é a papinha do seu filho temperada com pouco ou nenhum sal, já que os alimentos que bebês consomem já têm a quantidade necessária de sódio.

Sódio é sal?


Uma pesquisa de 2011 realizada pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo constatou que 93% das pessoas que participaram da enquete acreditam que sal e sódio são a mesma coisa. Na verdade, não é bem assim. O sal de cozinha é formado por átomos de sódio (40%) e átomos de cloro (60%). Isso significa dizer que para descobrir a quantidade de sal precisa multiplicar o sódio por 2,5. Por essa conta básica, o alerta de 2g de sódio da OMS valem 5g de sal.

O mal é imediato?

Não. No começo o sódio não vai acusar nenhum mal para o seu filho. Porém, com o passar do tempo, essa quantidade vai se acumulando no organismo da criança. Quanto mais sódio, mais cedo ela terá problemas como hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto e até obesidade.

Como se não bastasse esse rastro de problemas, o sódio compete com a absorção de cálcio no organismo. O que quer dizer que o uso abusivo pode também causar no futuro osteoporose e raquitismo.

Que alimentos evitar?


Além de ajudar a realçar o sabor, o sódio serve como conservante, diminuindo a concentração de água no alimento e impedindo o crescimento e a proliferação de micro-organismos. Por isso, produtos industrializados, como comida congelada, salgadinho e biscoito recheado, e embutidos (salame, mortadela e salsicha) estão cheios de sódio.

E a lista não pára por aí: pão de forma, refrigerante, cereal matinal, chocolate - principalmente o branco- e derivados de queijo e leite também apresentam boas quantidades do mineral. O consumo de todos esses alimentos deve, portanto, ser moderado pelos pais, mas a atenção precisa estar realmente voltada para dois dos campeões em sódio: macarrão instantâneo, cujo tempero contém até 50% da necessidade diária dedo organismo, e lanches de fast-food (que podem conter até 80% do consumo recomendado).

Alimentos naturais contêm sódio?

Sim. Feijão, soja, batata, tomate e acelga são fontes de sódio. Frutas, como pêra, banana, laranja e maçã, também contêm o mineral em sua composição. Como a concentração é baixa, se você encher o pratinho do seu filho com esses alimentos não vai fazer mal.

Se sódio está em quase tudo, como controlar o consumo?


Trocar as guloseimas por lanchinhos mais saudáveis, evitar comida congelada, moderar o consumo de fast-food, tudo isso ajuda muito. Mas, vamos nos concentrar em duas dicas bem importantes e simples. A primeira é ler o rótulo antes de comprar os produtos. Se o alimento é rico em sódio, se é gorduroso, se contém vitamina... está tudo discriminado na embalagem. É só a gente se lembrar de olhar. A outra dica parece estranha, mas ajuda: tirar o saleiro da mesa. Assim, você evita que o seu filho coloque mais sal no prato do que o necessário.

Fontes: Jocemara Gurmini, pediatra, gastroenterologista e nutróloga do Hospital Pequeno Príncipe, e Eliane Cristina de Almeida, nutricionista da Unifesp.

Papo de mãeSal, açúcar, gordura. São esses os vilões da nossa alimentação? Na sua casa, você come de tudo ou proíbe certos alimentos? Como é a alimentação dos seus filho? Esse é o tema do próximo programa Papo de Mãe, com Mariana Kotscho e Roberta Manreza, domingo (31), às 15h30, na TV Brasil

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