• Crescer
Atualizado em
Criança sorrindo e tomando banho (Foto: Shutterstock)

A situação é mais comum do que se pensa: ao voltar da escola, a criança entrega um bilhetinho da professora para a mãe notificando sobre casos de piolho na classe e pedindo atenção dobrada no exame da cabeça do filho. Esse tipo de aviso por parte da escola pode se tornar mais frequente com a proximidade do inverno, quando as crianças tendem a ficar perto umas das outras por mais tempo em espaços fechados, facilitando a propagação do parasita.

O piolho passa de uma cabeça para outra pelo contato direto entre os fios de cabelo: basta um abraço apertado entre os amiguinhos, ou uma troca de bonés, de roupas, de escovas de cabelo ou de presilhas. Cada piolho pode viver até dois meses na cabeça e, nesse período, botar até 300 ovos. A criança infectada precisa ser tratada quanto antes, tanto para evitar a contaminação de outras pessoas como para aliviar a coceira no couro cabeludo, principal sintoma da presença de piolhos.

Como descobrir

Se a criança se queixar de coceira na nuca, atrás da orelha ou em outras regiões da cabeça, é hora de examinar o couro cabeludo. A forma mais adequada para procurar piolhos e lêndeas é visualmente - com o cabelo seco ou molhado. Usar condicionador nos fios úmidos facilita a passagem do pente-fino. Lembrando que se a criança estiver de fato infectada, o primeiro passo é avisar a escola.

As lêndeas, ovos que dão origem ao parasita, são de cor branca e por isso podem ser confundidas com caspas. A diferença é que a lêndea, ao contrário da caspa, não sai facilmente, fica grudada ao fio.

Como tratar

A velha medida de cortar os cabelos curtinhos pouco adianta, porque as lêndeas se instalam na raiz dos fios. A saída é pedir ao pediatra uma orientação adequada, que costuma ser a aplicação de sabonetes ou xampus à base de permetrina, substância que mata os bichinhos. Recomenda-se fazer a aplicação antes de a criança dormir, para evitar que ela leve os cabelos à boca. Uma única pode ser suficiente ou não. Depende não só da eficiência do produto como também da exposição ao parasita - se persistir, a criança poderá ser infectada novamente.

Depois de lavar cuidadosamente os cabelos da criança, chega a hora de uma atenta operação "pente-fino": passe-o várias vezes nos cabelos, para arrancar as lêndeas e os piolhos que morrem agarrados aos fios. Para acelerar essa tarefa, e se o couro da criança não estiver muito machucado pela coceira, você pode aplicar uma solução de duas colheres de sopa de vinagre em 1 litro de água. Essa mistura ácida ajuda a descolar a as lêndeas e os piolhos. É apenas uma medida auxiliar e, portanto, não substitui o uso do medicamento.

Reinfestação

O que nem todos sabem é que o piolho pode viver até dois dias fora da cabeça. Por isso, além do tratamento com o xampu, vale a pena ferver todas as roupas da criança, inclusive as de cama e de banho, para evitar a reinfestação. Caso aconteça, não há problema em fazer nova aplicação do xampu.

Os pais precisam ter em mente que o que interessa é seu filho voltar à escola livre dos piolhos - mas sempre convém lembrar que essas providências devem ser tomadas com naturalidade, de forma positiva. Nunca passe a impressão de que seu filho tem culpa pela infestação: afinal, o vilão dessa história é o piolho.