• Marcela Bourroul
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Bebê doente no colo da mãe (Foto: Shutterstock)

Quantas vezes você não chegou no pronto-socorro com seu filho e, no meio de tantas crianças abatidas e com febre, encontrou outras que corriam pela sala de espera inteira e até gargalhavam? De fato, não são todas que precisavam estar lá, mas a ansiedade dos pais e até a dificuldade de falar com o pediatra são motivos que os levam a correr para o hospital mais próximo. Mas não se pode generalizar: há situações em que você tem, sim, que correr com a criança para o hospital – mesmo se ela parecer estar “boazinha”. Para ajudar você a saber o que é urgência ou não, selecionamos algumas situações em que o melhor é levar seu filho ao pronto-socorro. Confira: 


Diarreia
O maior problema da diarreia é a desidratação. Lábios e língua secos, falta de elasticidade da pele, diminuição da urina e olhos fundos são sinais clássicos do problema, que exige atendimento imediato. Esses sintomas podem aparecer após algumas horas ou depois de alguns dias. 


Alergia
Manchas pelo corpo e coceira precisam ser tratados, mas podem esperar uma consulta com o pediatra ou o dermatologista. A situação é grave quando existe algum sintoma respiratório. Tosse rouca, dificuldade para respirar ou chiado estão entre eles. Também é preciso ficar atento com os sinais de choque anafilático, como inchaço nos lábios e garganta.

Ferimentos/quedas
Se a criança tiver um sangramento intenso e difícil de estancar, é motivo para correr para o PS. O mesmo vale para traumas sérios, como a queda de um brinquedo alto, ainda que não exista sinais de fratura. Se o seu filho bater a cabeça, observe seu comportamento nas próximas 18 horas. No entanto, se ele desmaiar, vomitar uma ou mais vezes, mostrar desorientação, continuar irritado após 15 minutos da queda, ficar mole e sem pique, não pense duas vezes e vá ao hospital. 



Febre

A febre por si só não deve preocupar. Por um período de 12 horas, você pode controlá-la em casa. Lembre-se de que o antitérmico leva até 50 minutos para fazer efeito. Se não estiver conseguindo baixar a temperatura do seu filho com o remédio – ou ela apresentar picos acima de 39,5º C – vá ao pronto-socorro. A mesma recomendação serve para casos em que a febre está associada a outros sintomas, como vômito, diarreia, dor de cabeça, choro exagerado, alteração de comportamento e sonolência excessiva.

Intoxicação
Remédios e produtos de limpeza (principalmente aqueles que são guardados em garrafas de refrigerantes) são os campeões da intoxicação infantil. Nesse caso, não há dúvida: vá para o hospital. Não induza o vômito porque algumas substâncias (como a soda cáustica), quando expelidas de maneira inadequada, agravam a lesão. Antes de sair de casa, pegue o rótulo da substância, tente verificar a quantidade ingerida e marque o horário. Se for uma planta, procure saber o nome dela. Qualquer informação que você tiver será importante na hora de o seu filho ser avaliado.

Dificuldade respiratória

Cansaço respiratório, laringite e rouquidão são outros sinais de alerta e podem ser indícios de um caso mais grave, como início de pneumonia. Pequenos objetos também podem causar problemas respiratórios. Se a criança aspirar ou engolir um brinquedinho, por exemplo, vá imediatamente ao PS. 


Convulsão

Se a criança sofrer convulsão, os pais têm de procurar auxílio médico imediatamente, porque apenas um profissional saberá precisar o que pode acontecer, quanto tempo a crise vai durar e se é complexa ou não. Você deve observar por quanto tempo a criança se debateu, se enrolou a língua, quais movimentos fez, se os músculos enrijeceram ou não.

Fontes: Cid Pinheiro, pediatra