• Giuliana Bergamo
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Mãe e filha usando celular  (Foto: Thinkstock)

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Uma pesquisa realizada em 2013 pela CRESCER trazia um dado alarmante: 84% dos pais permitiam que seus filhos usassem algum dispositivo eletrônico na hora de dormir ou de comer. De lá para cá, felizmente, esse número caiu. Segundo o levantamento atual, feito em 2018, 37% dos respondentes recorrem ao recurso na mesa e 23% na hora de dormir. “Nos últimos anos, temos divulgado muitas orientações sobre os riscos desse tipo de comportamento”, diz a neuropediatra Liubiana Arantes de Araújo, presidente do Departamento de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria.

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Os especialistas são categóricos quanto aos efeitos negativos. Aparelhos que emitem luz, como a TV, os tablets, os computadores ou os celulares, interferem na liberação da melatonina, o hormônio do sono. Quanto mais luminosidade, menor a secreção da substância, o que resulta em dificuldade para dormir. “Além disso, o conteúdo de alguns filmes e videogames deixa as crianças falsamente calmas durante a atividade e excitadas depois que os aparelhos são desligados”, complementa a pediatra Regina Maria Rodrigues, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (SP).

Já na hora da refeição, o problema não é químico, mas comportamental. E tem também efeitos graves. Crianças que têm por hábito comer assistindo a desenhos estão mais predispostas a apresentar disfunções alimentares, como obesidade. “Entretida com a tela, a criança não presta atenção no que está comendo, não percebe os sabores e, muitas vezes, nem se dá conta de que está ou não saciada”, afirma Regina. Além disso, as refeições são momentos de convivência familiar e, na mesa, os gadgets podem atrapalhar a interação. Que tal, nessa hora, colocar o aparelho para carregar?

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