• Juliana Malacarne e Paula Thiemy
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Criança no cinema (Foto: Thinkstock)

A chegada de um filho muda toda a rotina. Desde o planejamento financeiro e os horários da família até coisas mais simples, como uma mera ida ao cinema. Se curtir os filmes no escurinho era um programa comum para o casal, é preciso repensar o passeio com a chegada dos pequenos. Porém, tomando alguns cuidados o programa tem tudo para ser ainda melhor do que antes.

Até os dois anos

Quando se trata de bebês, os especialistas costumam pedir que os pais evitem as salas de cinema convencionais. “As alterações de luz e som podem hiperexcitar as crianças muito pequenas. Em razão disso, elas podem ter dificuldade de dormir e acordar durante noite”, explica a pediatra Teresa Uras, coordenadora da UTI Neonatal do Hospital Samaritano (SP).

Porém, existem projetos como o Cinematerna que organizam sessões especiais voltadas para mães e bebês dessa faixa etária. As salas participantes são adaptadas para as necessidades desse público, com o volume dos alto-falantes reduzido, ar-condicionado ajustado a uma temperatura suave, ambiente levemente iluminado, tapetes de EVA na primeira fila, trocadores de fralda à disposição e espaços para "estacionar" o carrinho. Por isso, é possível levar os pequenos com tranquilidade e, no fim, os adultos ainda participam de um bate-papo, trocando experiências com outros pais. As sessões geralmente acontecem de tarde e os filmes são de diversos gêneros, não só infantil.

Maiores de 3 anos

Depois dos 3 anos, as crianças já são capazes de manter a atenção por um tempo maior e podem começar a apreciar os filmes infantis. A maturidade varia muito nessa faixa etária. Para saber se seu filho está preparado para encarar uma sala de cinema pela primeira vez, faça as seguintes perguntas a você mesmo: "Ele demonstra interesse pelos filmes que você exibe em casa?", "Consegue permanecer sentado e manter o foco por pelo menos 15 minutos?".

Se as respostas forem "sim", ele provavelmente está pronto para viver a nova experiência. Mesmo assim, não espere que o pequeno passe a duração inteira do filme calado ou sem querer levantar. É normal as crianças se dispersarem depois de um tempo. Por isso, dê preferência para filmes mais curtos, menores que 1h30 - e tenha paciência.

Quando levar?

Prefira as sessões a tarde e se possível durante a semana, pois elas costumam ter público reduzido. Já em relação à época do ano é melhor levar a criança pela primeira vez na primavera ou no verão para não expô-las ao período de maior circulação de vírus respiratórios. “As crianças que ficam mais vulneráveis são as menores de dois anos, que têm risco de bronquiolite. Não aconselhamos lugares fechados entre março e agosto”, explica Teresa Uras.

O que assistir?

Antes de escolher o filme verifique a classificação etária e faça pesquisas sobre seu conteúdo na internet. Animações, principalmente de estúdios como Disney e Pixar, geralmente são boas apostas.

Para a psicóloga e terapeuta de casal e família, Miriam Barros, é preciso filtrar o conteúdo do filme desde cedo. “Não é porque acham que o bebê não entende que devem permitir alguma cena violenta ou muito pesada. É aconselhável que os pais respeitem a indicação dos filmes e peças de teatro. Tudo fica na memória”, alerta.

Projeto faz sessões especiais para mães e filhos aproveitarem juntos (Foto: Cinematerna)

Projeto faz sessões especiais para mães e filhos aproveitarem juntos (Foto: Cinematerna)

Outras dicas

• Não chegue com a criança logo no início da sessão, e sim com 10 minutos de “atraso”, assim você perderá os trailers, mas ganhará um tempo extra em que seu filho se manterá atento. Além disso, os trailers podem ter algumas cenas assustadoras e não indicadas para faixa etária do pequeno.

• A pipoca é proibida até os 4 anos pelo risco de engasgo e também pela quantidade de sal utilizada para temperar.

• Antes de levar seu filho ao cinema pela primeira vez, explique como funciona. Conte que é um lugar escuro, no qual ele precisar ficar sentado e fazer silêncio. Faça um breve resumo da história escolhida e veja se ele demonstra algum interesse.

• Se mesmo depois de todos os cuidados você acabar com um bebê chorando incontrolavelmente do seu lado no meio de uma sessão não há derrota nenhuma em ir embora e tentar novamente no futuro. A primeira vez no cinema pode assustadora para alguns, mas isso não significa que seu filho não se tornará um apaixonado pela sétima arte mais para frente.

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