• Larissa Lopes
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Criança no supermercado com os pais (Foto: Getty Images)

Criança no supermercado com os pais (Foto: Getty Images)

Os alimentos orgânicos estão cada vez mais frequentes no prato dos brasileiros. De acordo com a Pesquisa Consumidor Orgânico 2019, 19% da população consome esses produtos regularmente, com uma média de três vezes por semana. Em 2017, eram apenas 15%.

O estudo, organizado pelo Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), também revelou que 35% das pessoas consumiram produtos orgânicos nos últimos seis meses e que 67% estão dispostas a comprar mais desses produtos.

Para entender como essa tendência afeta o cardápio da família brasileira e a alimentação das crianças, conversamos com a presidente da Associação Brasileira de Nutrição Materno-Infantil (Abranmi) e colunista da CRESCER, Andreia Friques.

VANTAGENS DOS ORGÂNICOS

A preocupação com a saúde é o principal motivo para optar pelos orgânicos, afirmam 84% dos consumidores entrevistados pela pesquisa. “O principal benefício é que você deixa de se expor aos agrotóxicos e pesticidas largamente utilizados na produção de alimentos não orgânicos", explica a nutricionista. "Essa possibilidade é especialmente importante para o consumidor brasileiro, já que no país há um uso exacerbado de produtos químicos na produção alimentícia, inclusive de produtos que são proibidos em países desenvolvidos, como na Europa."

Também entre os fãs dos orgânicos, cerca de 88% demonstraram estar interessados em buscar mais informações sobre como manter uma dieta mais saudável. Entre outros motivos que influenciam os consumidores a optar por esses alimentos estão as características do produto, a preocupação com o meio ambiente e a curiosidade por experimentar algo novo. Além disso, 67% dos que já estão acostumados a comer orgânicos estão dispostos a aumentar ainda mais o consumo.

Mãe e filha escolhendo frutas no supermercado (Foto: Shutterstock)

Mãe e filha escolhendo frutas no supermercado (Foto: Shutterstock)

"Outra vantagem é que eles possuem um sabor mais acentuado e são mais ricos em nutrientes, pois não há adição de agrotóxicos e pesticidas", lembra Friques. "Você também acaba consumindo frutas e verduras da estação, variando mais seu cardápio de acordo com a época", explica.

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PESA NO BOLSO?

Quem não consome orgânicos com frequência explica que os principais motivos para não comprá-los são o preço (43%), a dificuldade de encontrar os produtos (21%) e a falta de costume (7%). De acordo com a amostra da pesquisa, três a cada quatro pessoas consideram os produtos orgânicos mais caros, ainda que 48% ache o valor justificável.

"É necessário que a população se conscientize de que, conforme consome mais orgânicos, incentiva mais o produtor rural", sugere Friques. "O grande desafio é manter a produção, porque, sem o uso de agrotóxicos, o produtor perde mais alimentos na lavoura e produz em menor quantidade. Se as pessoas não consomem, a perda é maior e o produtor é desestimulado." Para a nutricionista, o preço poderá ser barateado a medida que as pessoas forem consumindo mais, afinal, a demanda aumentará e a perda na produção diminuirá. Entre os não-consumidores, no entanto, apenas 26% está disposto a experimentar alimentos orgânicos.

Uma alternativa aos orgânicos vendidos em feiras e supermercados são os produzidos em hortas caseiras. "É um método que deve ser incentivado se a pessoa tem condições para manter uma horta em casa", afirma Friques, que chama atenção para um cuidado que se deve ter nesses casos: "Verifique se a água não contém agrotóxicos e pesticidas, para que os alimentos produzidos sejam verdadeiramente orgânicos". 

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