• Wladimir Taborda
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P .: Tenho 40 anos e estou com seis meses de gestação. Todos os meus ultrassons deram normais e minha médica não solicitou exames de pesquisa genética. Só que meu marido quer que eu faça a amniocentese ou a biópsia de vilo corial. Isso é mesmo necessário? Patrícia de Freitas, por e-mail
Dr.: O risco de anormalidades genéticas do bebê aumenta com a idade materna. Por essa razão, muitos médicos indicam a pesquisa genética a partir dos 35 anos. O mais comum é obter material para realização do cariótipo fetal (leitura do número e das características dos cromossomos) por meio de amniocentese ou biópsia de vilo corial. Os dois exames não são isentos de risco, sendo indicados em diferentes estágios da gravidez. A amniocentese é comumente feita com 14 semanas de gestação, embora possa ser realizada em qualquer momento. Nela, o médico introduz uma agulha longa e fina no abdômen da mãe para colher o líquido amniótico em busca de células fetais. O exame é indolor, embora um pouco aflitivo. Já a biópsia de vilo corial somente deve ser realizada entre 11 e 14 semanas, sendo contraindicada na gravidez avançada, como no seu caso. Os exames não invasivos, como o ultrassom morfológico do primeiro trimestre (com medida da translucência nucal) e o do segundo, podem oferecer informações que afastam o risco de anormalidades, mas existe, sim, possibilidade de falso negativo.

P .: Quanto tempo demora, em média, para descer a primeira menstruação após o parto? Naay Gomes, Fortaleza (CE)
Dr.: Esse intervalo é variável, mas é comum menstruar entre seis meses e um ano após o parto. Se a mulher estiver amamentando, ela não menstrua. Não é necessário tomar qualquer remédio para provocar a primeira menstruação, basta aguardar pelo seu retorno normal. O importante é saber que, quando ele ocorre, significa que você voltou a ovular há 15 dias, havendo, portanto, o risco de nova gravidez. Como a primeira ovulação (e menstruação) é imprevisível, o melhor é ver com o médico as opções para a anticoncepção enquanto amamenta para não correr o risco de engravidar sem planejar, tendo ainda um bebê para cuidar.

P .: Estou grávida de 27 semanas e fui diagnosticada com uma incisura bilateral. Gostaria de saber quais são os riscos que esse diagnóstico pode trazer para o meu bebê. Juliana Gaidarji, Navegantes (SC)
Dr.: A presença de incisura bilateral das artérias uterinas indica que a passagem de sangue materno para o bebê é menor do que o habitual para a idade gestacional. Quando isso acontece, a criança pode ter o seu crescimento retardado e nascer com baixo peso ou antes dos nove meses. A presença de incisura com mais de 24 semanas de gravidez é também um fator preditivo da ocorrência de pré-eclâmpsia. O uso da aspirina em baixas doses é recomendado e pode ser necessário até mesmo para antecipar o parto. Outros exames, como a medida do fluxo cerebral fetal e das artérias umbilicais e a cardiotocografia, podem ajudar nessa decisão médica.

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*Este texto faz parte da Coluna Pergunte tudo sobre gravidez da edição 234 (Maio, 2013) da Revista CRESCER

taborda (Foto: Daniela Toviansky)

WLADIMIR TABORDA é ginecologista, obstetra e doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo. É autor de A Bíblia da Gravidez. E-mail: w.taborda.colunista@edglobo.com.br