• Marcos Mion
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Vocês já me viram falando diversas vezes sobre o assunto “filhos e redes sociais”. Mas, quando somos bombardeados pela notícia avassaladora sobre um adolescente tirar a própria vida, é preciso refletir e reforçar a mensagem: os jovens não estão mentalmente prontos para esse universo paralelo.

Uso excessivo de telas pode ser uma das causas para o aumento da puberdade precoce na pandemia (Foto: Pexels)

(Foto: Pexels)

Já houve um período em que os meus filhos pediam muito para ter o próprio perfil em redes sociais. Por um tempo, até permiti que eles tivessem um fechado, voltado só para a família. O resultado foi uma mudança de comportamento visível, principalmente do Tefo, que só queria saber de registrar tudo que ele vivia pela lente do celular, em vez de registrar a vida real com os seus próprios olhos.

Até que tive conhecimento de que um dos mais altos funcionários de uma grande empresa de rede social não deixa os filhos adolescentes terem um perfil lá. Senhoras e senhores, se o próprio executivo que está lá dentro não deixa… por que eu deixaria?!

A partir daí, teve uma reunião aqui em casa. E não, eu não cheguei arrancando celular e esbravejando com ninguém. Foi uma conversa sincera, com fatos reais e explicações do motivo pelo qual eles não estavam prontos para isso.

"Não tenha medo de ser chato”"

Marcos Mion

Primeiro, se você olhar as políticas dessas redes, vai ver que jovens com menos de 13 anos não podem ter perfis próprios. Segundo, fiz questão de explicar como tudo funciona, que um algoritmo descobre o que você gosta de ver e só vai te mostrar aquilo, te mantendo sempre em uma bolha. Que eles iriam ver coisas legais que outras pessoas estão fazendo, o que erroneamente faz parecer que a vida dessa pessoa é muito melhor que a sua. Também falei sobre os comentários maldosos que são postados diariamente, coisas que as pessoas jamais teriam coragem de dizer na vida real. Mas quem é pai ou mãe sabe que sempre vem: “Então por que você pode ter rede social, papai?”.

E aí deixei claro que, assim como as redes têm o seu lado negativo, elas têm o positivo! Nos ajudam na comunicação, no trabalho, na interação com o público. A diferença é que o cérebro da criança e do adolescente está em um momento crucial de formação. É uma fase da vida em que ainda falta estrutura emocional e há uma sensibilidade muito maior quanto à aceitação e à rejeição.

No fim da conversa, eles mesmos me entregaram os celulares e, desde então, sabem que vai ter a hora certa para isso. “Mas o que eu faço se os meus filhos já estão nas redes sociais?” Mesmo assim, vale a pena abordar o assunto e procurar um equilíbrio para o uso. Sem falar que é sempre importante criar uma relação que vai além da responsabilidade de pai e de mãe. Eles precisam saber – e sentir! – que têm total liberdade para conversar, com a confiança de serem ouvidos e não simplesmente castigados ou punidos. Não tenha medo de ser chato. Acredite: um diálogo como esse e medidas de moderação no uso das redes podem fazer toda a diferença para o bem-estar da sua família. Então, cuide dela!
 

Marcos Mion é apresentador de TV, ator, fisiculturista e empresário, casado com Suzana Gullo e pai de Romeo, 16 anos, Doninha, 12, e Tefo, 10 (Foto: Reprodução/Instagram)

Marcos Mion é apresentador de TV, ator, fisiculturista e empresário, casado com Suzana Gullo e pai de Romeo, 16 anos, Doninha, 12, e Tefo, 10 (Foto: Reprodução/Instagram)