• Lázaro Ramos
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Lázaro Ramos (Foto: Reprodução/Instagram)

 (Foto: Reprodução/Instagram)

Fim do ano chegando, a cabeça já começa a reavaliar todos os passos dados, e as férias se aproximam. É aquele momento de se desligar do trabalho, talvez fazer uma viagem ou até mesmo ficar em casa, descansando, de bobeira. E para as crianças? O ano letivo está chegando ao fim, avalia-se como foi o desempenho na escola, quais relações novas foram criadas? Quais das amizades antigas foram mantidas? Talvez até se lamente caso a criança faça anivers��rio durante as férias, pois não serão tantos os convidados na festa.
“Ah, está na hora de correr para matriculá-lo em uma colônia de férias. Talvez, um curso de verão. Vamos marcar um monte de atividades para ocupar a cabeça do meu filho porque, talvez, em alguns dias, eu tenha algum compromisso e precise que ele tenha algo para fazer.” Será?

Às vezes, nós, pais, corremos para entupir as crianças de atividades durante o período escolar ou nas férias e nos esquecemos da importância do ócio. Nos esquecemos da importância do não fazer nada e ter de se virar criativamente para inventar alguma atividade. E talvez até passar algum tempo olhando para o teto, pensando em nada.

Vivemos em um tempo de hiperconexão e nossas crianças são contaminadas por isso também. Temos vários aparelhos eletrônicos que servem para nos aproximar, para nos trazer informação de maneira mais veloz, mas, ao mesmo tempo, para nos manter  cada dia mais estressados e sem tempo de desligar a cabeça. Que tal, nessas férias, fazer diferente? Que tal acordar e não ter planos? Que tal, no café da manhã, bater um papo e decidir uma atividade para fazer juntos?

O ócio traz também a oportunidade de compreender o que se está sentindo. Perceber e nomear os sentimentos é fundamental para as crianças e também para nós, adultos. Muitas vezes, saímos apenas vomitando sentimentos (e, nesse tempo em que vivemos, produzimos muita comunicação violenta), mas não sabemos identificar o que estamos sentindo. Às vezes, nomeamos apenas os sentimentos básicos: ódio, raiva, amor, cansaço, medo, coragem…

Nos esquecemos de que sentimos muita coisa ao mesmo tempo e precisamos administrar isso. Esse é outro exercício que o ócio pode trazer: o de ter tempo para se olhar. Imagina se isso já começa na infância?

Então, boas férias, aproveite seus pequenos, renove o seu pensar, entenda o seu sentir.
E, como digo em alguns livros, depois de ter ouvido de uma querida amiga astróloga, a Nani: ‘Só faz sentido o que é sentido’. Bom, mas isso já é outro assunto. Deixa para as colunas do ano que vem.

Rodapé Instagram OK (Foto: Crescer/ Editora Globo)

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