• Andréia Sadi
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Andreia Sadi (Foto: Babuska | Editora Globo)

Andreia Sadi (Foto: Babuska | Editora Globo)

Escrevo esta coluna após os meus filhos, João e Pedro, recém completarem cinco meses. Aqui, do fim da minha licença-maternidade, concluo que nunca a frase “um dia de cada vez” fez tanto sentido. Não sinto falta do medo e da insegurança que senti com aqueles bebezinhos nos primeiros dias. Gosto cada vez mais da maternidade conforme o tempo vai passando, e eu vou ganhando segurança. Gosto também da versão de pais que estamos descobrindo, André e eu, na interação com a duplinha.

Os medos e inseguranças ainda existem, mas estou aprendendo a lidar com os diferentes sentimentos que a maternidade me apresenta dia a dia, e sinto muito orgulho da parceria que se fortalece com o pai das crianças e meu marido. Vejo esses primeiros passos como pequenas vitórias – e como as preocupações vão mudando, o que é de se esperar. Por exemplo, nesta reta final, lembrei que a Andréia profissional existe. E, antes da volta ao trabalho, impossível não ficar pensando em como será deixar os bebês em casa. Sempre tive “rodinha no pé”, como dizia minha avó, e levei isso para o trabalho: viajo para gravar o meu programa na GloboNews, gosto de estar in loco para cobrir os eventos políticos, adoro a adrenalina do “ao vivo” e curto fazer várias coisas ao mesmo tempo.
 

"Aprendi com a maternidade a viver um dia de cada vez”"

Andréia Sadi

Quando os meninos nasceram, cheguei a dizer que uma nova Andréia nascera. Verdade: a Andréia mãe. Mas, com o passar dos últimos meses, fiquei bem feliz ao perceber que as demais Andréias ainda estavam aqui, bem vivas – e, importante, aprimorando a função multitarefas que eu já tinha, mas que a maternidade intensifica (sem romantização, por pura necessidade mesmo).

Hoje, vejo com clareza como isso é uma qualidade. Li que empresas que não contratam mães por preconceito cometem erros, porque ninguém é mais capaz de resolver problemas sob pressão, com criatividade, praticidade e se virar em mil do que uma mãe. Concordo totalmente. E isso me fez refletir: é claro que minha vida e rotina nunca mais serão as mesmas, que eu vou sair de casa com mil preocupações com os meninos: comeram? Dormiram? E quando ficarem doentes? Mas, como disse, tento me manter serena lembrando o que já aprendi com os primeiros meses da maternidade: um dia de cada vez.

Ao pensar na nova fase que se aproxima, agradeço por me conhecer (dá-lhe terapia!) tão bem, e investir nisso há anos, pois sei que voltar a trabalhar naquilo que amo vai ser um reencontro comigo mesma. E sei que a Andréia mãe que habita em mim saúda a Andréia profissional que está se preparando para voltar a trabalhar. Pelo menos é esse valor que penso em passar aos meus filhos: “mamãe e papai amam vocês mais do que tudo, vão ali trabalhar porque precisam e amam o que fazem, mas já vêm!”. O plano eu já tenho. Mas, como ainda não há bola de cristal para prever o que vou sentir (risos), volto aqui na próxima edição para atualizar como está o “novo normal” para a família Sadi-Rizek.
 

Andréia Sadi é jornalista, comentarista política na GloboNews, TV Globo e CBN, apresentadora do programa "Em Foco", na GloboNews, e escreve sobre os bastidores da política no G1. Mãe dos gêmeos João e Pedro (Foto: Babuska)

Andréia Sadi é jornalista, comentarista política na GloboNews, TV Globo e CBN, apresentadora do programa "Em Foco", na GloboNews, e escreve sobre os bastidores da política no G1. Mãe dos gêmeos João e Pedro (Foto: Babuska)

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