• Ana Maria Escobar
Atualizado em
Pai; filho; dormir; amor (Foto: Getty Images)

P.: Meu bebê vomitou três vezes em um único dia, logo após a mamada. Começou pouco tempo antes, acompanhado de soluço. O que pode ser e como devo agir?
Rodrigo Daniel, Jacarepaguá (RJ)

R.: Há muitas causas para vômitos em bebês. Quando acompanhados de diarreia e febre, devem ser imediatamente avaliados pelo pediatra. Nesse caso específico, acredito que não há outros sintomas, a não ser o soluço. Uma das causas mais comuns para esse tipo de reação é o refluxo gastroesofágico. Isso significa que a “válvula” entre o estômago e o esôfago não está madura o suficiente para segurar o conteúdo gástrico. Procure o médico, que poderá avaliar seu filho e dar as orientações necessárias. A boa notícia é que o tratamento atenua bastante os sintomas e, com o
tempo, tudo se resolve.

P.: Meu filho tem 8 anos e é disperso, desobediente e desorganizado. A professora nos alertou que ele não presta atenção na aula. Em casa, não quer fazer as tarefas e diz que tem dor na mão. Como devo agir?
Angela Cassiano, por e-mail

R.: Muitos pais se preocupam que seus filhos possam ter TDAH, que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, um problema que afeta aproximadamente de 3% a 5% das crianças em idade escolar, principalmente os meninos. Quando há suspeita, geralmente levantada por pais e professores, a criança deve ser submetida a uma avaliação multiprofissional que pode definir com segurança o diagnóstico, que é clínico. Não há um exame laboratorial ou de imagem para o TDAH. Mas existe tratamento e ajuda bastante. O mais importante é o diagnóstico correto para não medicar crianças que são apenas muito ativas e mais impulsivas, sem que apresentem o TDAH.

P.: Meu filho tem 2 anos e nasceu com um dos testículos na região inguinal. A pediatra que o avaliou disse que isso é normal e que o testículo “desceria” em três meses. Gostaria de saber quanto tempo mais eu posso esperar antes de optar por uma cirurgia e como é a recuperação?
Maria Gabriela Alvez, por e-mail

R.: Os testículos são formados na região abdominal e migram pelo canal inguinal para a bolsa escrotal, onde permanecem a vida toda, com condições de temperatura adequadas para as células germinativas. Quando o bebê nasce, os dois testículos já devem estar presentes nessa bolsa escrotal. Se isso não acontece, os meninos devem ser avaliados. Quanto mais rápido ocorrer “a descida”, melhor. Se o seu filho já tem 2 anos e um dos testículos ainda se encontra na região inguinal – isto se chama criptorquidia –, é importante que ele seja avaliado por um cirurgião pediátrico, pois está na hora de fazer uma cirurgia. Quando realizada por médico e hospital habilitados e preparados para crianças, o resultado e a recuperação são, em geral, excelentes.

*Este texto foi publicado na edição 248 (julho, 2014), na Revista Crescer

Ana Maria Escobar (Foto: Rodrigo Schimitid)

Ana Maria Escobar é professora de pediatria da Faculdade de Medicina da USP e clinica há 30 anos

Você já curtiu Crescer no Facebook?