• Naíma Saleh
Atualizado em
Bebê no sling (Foto: Thinkstock)

Bebê no sling (Foto: Thinkstock)

CRESCER lançou uma enquete no site para saber o que os pais preferiam, sling ou canguru e de um total de 57 votos, os resultados foram os seguintes:

28% usa sling

48% usa canguru

24% não usa nenhum dos acessórios

Enquanto o canguru funciona como se fosse uma mochila e pode ser usado tanto nas costas quanto na frente, o sling consiste basicamente de um pedaço de tecido, que pode ser amarrado de muitas maneiras diferentes. Desde cruzado, apoiado em um ombro como uma bolsa, até passando pelos dois ombros e abraçando a lombar. A questão é: qual dos dois é melhor para o seu filho?

Difícil responder, pois não há consenso entre os especialistas. Para o professor Miguel Akkari, chefe do departamente de ortopedia pediátrica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa (SP), não há um dos acessórios que seja o mais indicado: cada um tem seus prós e contras. "Do ponto de vista médico, não existe nenhum trabalho científico que avalie isso, então, não podemos ter um respaldo técnico", explica.

Já para o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim (SP), o sling é bem melhor por deixar a criança acomodada de forma correta. "No canguru, as pernas da criança ficam soltas, o que pode gerar lesões no eixo do quadril, uma vez que a cabeça do fêmur não fica bem encaixada", explica. Como todo o peso fica apoiado no eixo genital, pode haver também lesões no períneo. Além disso, a coluna não fica tão alinhada: "No sling, a criança fica em uma posição 'de rã', com  as pernas abertas em um ângulo de aproximadamente 45° em relação ao eixo corporal. E o quadril fica flexionado fazendo com que os joelhos fiquem um pouco acima do bumbum. Essa é a posição ideal", completa. Para ele, a maior desvantagem do sling é a dificuldade em manuseá-lo. Há muitas maneiras diferentes de arrumar as tiras, algumas usando argolas e outras não, mas conseguir ajeitar o acessório em si mesmo, da maneira correta, não é tarefa das mais fáceis.

É importante conferir as especificações de cada carregador quanto ao peso máximo suportado e também verificar se a criança está, de fato, confortável. Para Akkari, é importante também prestar atenção ao eixo cabeça, pescoço e costas, que deve ficar bem acomodado. Para ele, a vantagem do canguru é ter um suporte rígido na parte de trás, onde fica o dorso. "Em uma eventualidade, como um esbarrão, ele pode servir como uma proteção, justifica. Ainda assim, não são todos os modelos de cangurus que contam com essa parte mais dura.

A principal dica na hora de acomodar os dois carregadores é pensar que o corpo da mãe e da criança devem ficar como um só. "Se a pessoa ficar pendendo para um lado ou para outro, a criança provavelmente não está bem acomodada", completa Reibscheid.