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Prematuros não aprendem por antecipação como os bebês nascidos a termo (Foto: Thinkstock)

Prematuros não aprendem por antecipação como os bebês nascidos a termo (Foto: Thinkstock)

Pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, junto com a UNICEF e a Organização Mundial da Saúde analisaram informações de bancos de dados e pesquisas do governo em 148 países entre os anos de 2000 e 2015. Infelizmente, os resultados - publicados na quarta-feira na revista The Lancet Global Health - não são muito animadores.

Globalmente, 20,5 milhões (ou 14,6%) de bebês nascidos em 2015 tiveram baixo peso ao nascer. Ainda é muito, mas um pouco menos que em 2000, quando esse número foi de 22,9 milhões (ou 17,5%). Os dados mostraram também que as taxas variaram amplamente por região e país, com 91% dos bebês com baixo peso nascidos em países de baixa e média renda e três quartos de todos os partos com baixo peso ocorrendo na África Subsaariana e no sul da Ásia. Nos Estados Unidos, 8% dos bebês nascidos em 2015 tiveram baixo peso ao nascer, em comparação com 7,5% em 2000. Os países de alta renda como um todo mostraram alguns dos progressos mais lentos, com uma taxa combinada de baixo peso ao nascer de 7% que persistiu entre 2000 e 2015.

"O peso é o fator mais importante sobre você em seu nascimento que prevê sua saúde futura", disse o professor Joy Lawn, diretor do Centro de Saúde Materna, Adolescente, Reprodutiva e Infantil da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e autor sênior do novo relatório. Ele ocorre, normalmente, quando o bebê nasce prematuramente ou a termo, mas é pequeno para a idade gestacional devido à restrição de crescimento no útero, explica a coautora do estudo, Mercedes de Onis, da Organização Mundial de Saúde. Geralmente, essas crianças têm um risco maior de crescimento atrofiado, atrasos no desenvolvimento e condições na idade adulta, como diabetes e doenças cardiovasculares.

Nos Estados Unidos, o nascimento prematuro é o principal contribuinte para o baixo peso ao nascer, provavelmente devido às altas taxas de cesáreas, o uso de tratamentos de fertilidade, alta obesidade e idade materna. Isso em contraste com regiões como o sul da Ásia, onde a maioria dos bebês com baixo peso ao nascer nasce a termo, mas seu crescimento no útero foi restrito devido à má nutrição materna, disseram os pesquisadores. "É por isso que a redução do baixo peso ao nascer requer compreensão das causas subjacentes em um determinado país", disse Mercedes.

COMO MUDAR ESSA REALIDADE?

Em 2012, os 195 países membros da OMS prometeram reduzir as taxas de baixo peso ao nascer em 30% até 2025. Entre 2000 e 2015, a taxa caiu 1,2% a cada ano, de acordo com o relatório. No entanto, para atingir o objetivo, a velocidade do progresso global terá mais que o dobro, disse o professor Joy Lawn. Para isso, segundo ele, os esforços devem se concentrar na prevenção direcionada, em garantir que todos os recém-nascidos em todo o mundo - independentemente do parto acontecer em casa ou em um hospital - tenham um peso adequadamente documentado e melhorem os cuidados com a saúde. 

"Estas novas estimativas de baixo peso ao nascer proporcionam uma oportunidade para avançar na agenda e convocam todas as partes interessadas a tomar medidas conjuntas no esforço para garantir que todos os recém-nascidos sejam pesados e que as informações sejam coletadas e usadas para ação local e prestação de contas a níveis doméstico, comunitário, distrital, nacional e global", concluiu a professora Tanya Doherty, do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul.