• Depoimento a Juliana Malacarne
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Camila e as filhas Maria Heloisa e Maria Helena (Foto: Arquivo pessoal)

Camila e as filhas Maria Heloisa e Maria Helena (Foto: Arquivo pessoal)

“Quando o médico me disse que a Maria Helena tinha síndrome de Down, logo no primeiro exame morfológico, ele falou que ela não ia andar, nem falar. Eu não conhecia muito sobre a síndrome e, como a notícia foi dada sem tato nenhum, passei mal, me desesperei, comecei a questionar se tinha tomado a decisão certa engravidando outra vez.

Levei o resultado ao obstetra que acompanhava a gravidez e ele disse que o exame não era tão conclusivo quanto o primeiro médico fazia parecer. Havia uma grande chance, mas ela podia não ter a síndrome. Contei para o meu marido sobre a situação e ele, que queria muito ser pai, foi uma imensa fonte de apoio para mim. Em momento algum o amor dele pela Maria Helena baqueou.

Maria Helena (Foto: Arquivo pessoal)

Maria Helena (Foto: Arquivo pessoal)

Ela nasceu de cesárea no tempo certo e, como não tinha nenhuma cardiopatia, nem problemas respiratórios não precisou ser internada na UTI. Rapidamente, todo mundo da família se apaixonou por ela. Não tivemos nenhum problema nesse sentido.

Na rua, muitas vezes as pessoas apontam e cochicham e já me irritei algumas vezes por causa disso. Hoje, se percebo um olhar muito insistente, prefiro dizer: ‘Ela é linda mesmo, né?’. Isso quebra o gelo e faz com que as pessoas passem a olhá-la como criança e não como deficiente.

A Maria Helena apronta muito. É muito carinhosa e beijoqueira. Ela me fez ver o mundo de outra maneira, com mais compaixão. Deixei de simplesmente sentir pena dos outros para fazer o esforço consciente de entendê-los, de me colocar no lugar deles. Ela fez tudo aquilo que o primeiro médico disse que jamais conseguiria e muito mais!”.

Mãe e irmã dão um beijo em Maria Heloisa (Foto: Arquivo pessoal)

Mãe e irmã dão beijos em Maria Helena (Foto: Arquivo pessoal)

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