• Gladys Magalhães
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Após uma queda mais forte, a criança deve ser observada por cerca de uma hora (Foto: Thinkstock)

Após uma queda mais forte, a criança deve ser observada por cerca de uma hora (Foto: Thinkstock)

Um estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) mostrou que o número de concussões cerebrais (trauma leve no cérebro) em crianças e adolescentes de 0 a 17 anos pode ser maior do que se imagina.

De acordo com a pesquisa, a diferença entre a totalidade de casos ocorridos e notificados chega a 82%. Isso acontece porque os registros são baseados nos atendimentos ocorridos nos prontos-socorros, entretanto, a maior parte dos pais procura o pediatra quando a criança cai e bate a cabeça.

No Brasil, segundo o neurologista Renato Anghinah, coordenador do núcleo de neurologia do Hospital Samaritano (SP), estima-se que entre 400 mil e 500 mil pessoas não procurem socorro algum quando batem a cabeça de forma mais agressiva, recebendo apenas a ajuda de quem está por perto na hora do trauma, como pais, professores, técnicos e amigos. 

“Muitas vezes, a concussão é negligenciada. Se a criança bate a cabeça de forma mais importante, ou se houve a batida, mas os pais não sabem exatamente o que aconteceu  (quando o filho cai na escola, por exemplo), a melhor conduta é levar ao hospital para um neuropediatra fazer uma avaliação e uma tomografia”, alerta o médico.

Sintomas
A concussão cerebral pode ocorrer por conta de uma queda, batida, ou mesmo após uma chacoalhão forte, como na síndrome do bebê sacudido, ou, ainda, em uma freada muito brusca com o carro.

De acordo com Aghinah, os sintomas após a queda, ou batida, são os primeiros sinais de que algo mais sério aconteceu. Assim, se a criança ficar confusa, tonta, com náuseas, apresentar vômito, ou perder a consciência por alguns segundos, é preciso levar ao médico imediatamente. Nos bebês, que ainda não se expressam verbalmente, os pais devem prestar atenção ao comportamento. Irritabilidade, sonolência e choro excessivo mostram que há algo errado.

O médico lembra que galos e calombos sozinhos não são sinais de concussão, eles indicam apenas a ocorrência de uma batida um pouco mais forte.

Falta de tratamento
Na maior parte dos casos, observar a criança com suspeita de concussão por uma hora é o suficiente. Após esse período, se ela desejar, pode deixá-la dormir. Em algumas pessoas, contudo, os sintomas da concussão podem aparecer mais tarde, depois de dias, o que é chamado de  tardios. Dor de cabeça, problemas de sono e até queda no rendimento escolar estão entre os sinais, que podem podem ou não desaparecer com o tempo. Portanto, ao observá-los, é importante procurar auxílio médico.