• Fábio de Oliveira
Atualizado em
Salva-vidas (Foto: Reprodução)

Hérnia diafragmática fetal: Se caracteriza por uma abertura no diafragma que separa o abdômen do tórax, fazendo com que o intestino e, às vezes, o estômago e o fígado subam e impeçam o desenvolvimento do pulmão. Por meio da fetoscopia, pode ser colocado um balão na traqueia do feto, melhorando as chances de as estruturas pulmonares se desenvolverem, aumentando a possibilidade de sobrevida, que é próxima de zero, para até 50%.

Síndrome de transfusão feto-fetal: Ocorre quando vasos da circulação de gêmeos se comunicam. Isso faz com que um bebê receba parte do sangue do outro e fique com excesso de volume e o outro, com redução. O tratamento é feito no segundo trimestre e no início do terceiro, por fetoscopia, e consiste na cauterização a laser de vasos presentes na placenta, que levam ao desequilíbrio. As chances de sobreviver saltam de 5% para 85% e o risco de lesões neurológicas cai de 20% a 30% para cerca de 5%.

Feto acárdico: Esse problema, que pode aparecer em gestações de gêmeos idênticos, também é conhecido como transfusão arterial reversa. Um dos fetos, considerado normal, bombeia sangue para o gêmeo que não tem um coração funcional. O trabalho cardíaco extra pode levar o bebê saudável à morte. A saída é apelar para a fetoscopia e, com laser, coagular o vaso que possibilita essa transferência. A taxa de sobrevida do gêmeo normal passa a ser de até 85%.

Tumores: O ultrassom permite diagnosticar e intervir em tumores na placenta, nas nádegas e no pescoço, reduzindo as consequências para o bebê, que pode ser tratado
definitivamente após nascer. Por exemplo: quando o tumor cresce além da conta e, ávido por sangue, faz o coração do feto se esforçar demais para atender à demanda. Então, recorre-se ao laser para coagular seus vasos, aliviando a sobrecarga. 

Cardiopatias fetais: Já é possível tratar alterações nas válvulas do coração do feto. Algumas lesões decorrentes desses problemas seriam agravadas pelo crescimento natural do coração. Ou seja, quanto mais cedo a correção ocorrer, melhor. “Assim, é possível que um lado do coração que esteja menor, passe a se desenvolver bem”, exemplifica o cardiologista Marcelo Jatene, do Instituto do Coração (SP). A desobstrução da válvula pode ser feita com um cateter que, guiado por ultrassom, insere um balão que é inflado na câmara cardíaca, liberando a passagem do sangue. “Depois do nascimento, é feita a correção definitiva”, finaliza o cardiologista Fábio Peralta, da área de medicina fetal do Hospital do Coração (SP).

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