• Mariane Reghin com Renata Menezes
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Amamentação após a introdução alimentar (Foto: Thinkstock)

Após os 6 meses, os alimentos sólidos devem ser um complemento ao leite materno (Foto: Thinkstock)

Recentemente, Rafa Brites, mãe de Rocco, 6 meses, e Kelly Key, mãe de Artur, 7 meses, contaram nas redes sociais que os filhos delas pararam de amamentar porque perderam o interesse no leite materno depois que foram apresentados à alimentos sólidos.

O aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses de idade, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS),que é seguida pelo Ministério da Saúde (MS). A partir do sexto mês, o paladar da criança começa a ser formado e inicia-se a introdução alimentar de forma gradual. Mas a amamentação deve continuar até a criança completar 2 anos ou mais.

“O leite materno continua trazendo benefícios nutricionais e imunológicos após os seis meses. Mesmo com o início da introdução alimentar, a amamentação diminui o risco de infecções e previne doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade. Além disso, fortalece o vínculo entre mãe e filho”, explica Valdenise Tuma Calil, neonatologista do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (SP). 

Confira 5 dicas para manter a amamentação após a introdução alimentar: 

1. Mamadeira, não!

Ofereça os alimentos complementares em colher e o leite em copo. Colocar o leite em mamadeira pode confundir à criança, dificultar a pega correta da mama e antecipar o desmame, já que sugar o acessório requer menos esforço. É importante insistir no uso da colher durante as refeições e dar um pouco de leite no copo ao final de cada mamada até que a criança se acostume. Além disso, é essencial treinar a pessoa que vai cuidar dela ou orientar o berçário para que se habituam a mesma prática.

2. Muita calma nessa hora!

Introduza os alimentos de forma lenta e gradual, pois inicialmente devem complementar o leite materno e não substituí-lo. Ao completar 6 meses, a amamentação pode continuar sob livre demanda e os alimentos começam a ser oferecidos à criança três vezes ao dia: duas papas de frutas e uma salgada no almoço. Após os 7 meses, o leite materno se estende sob livre demanda e é introduzida mais uma papa salgada no jantar.  É importante respeitar a quantidade de porções para não prejudicar a amamentação. Recomenda-se oferecer o leite materno em intervalos regulares, antes e/ou depois dos alimentos, de forma a não subtrair mamadas.

3. Papinha balanceada

Papas de alta densidade energética mantém a criança saciada por mais tempo e podem desestimular a amamentação. Para preparar a papa salgada, o ideal é que se utilize um alimento de cada grupo alimentar.

A receita deve conter:
- 1 cereal (arroz, macarrão...) ou 1 tubérculo (batata, cará, inhame, mandioca);
- 1 proteína (carne bovina, frango, peixe, ovo);
- 1 leguminosa (feijão, lentilha, ervilha, soja, grão de bico);
- 1 ou mais legumes (cenoura, abóbora, beterraba, cenoura, quiabo...);
- 1 ou mais verduras (alface, acelga, couve, escarola, espinafre...);

4. Ordenhar é preciso

Ordenhe sempre que o volume de leite produzido for superior a demanda do bebê para que o mesmo possa ser oferecido durante o período em que você precise se ausentar e para que não se interrompa a produção láctea. Se for possível, faça isso inclusive durante o período em que estiver trabalhando e guarde o leite coletado em alguma geladeira próxima. A partir da data da coleta, o leite materno pode ser armazenado por até 12 horas na geladeira e por no máximo 15 dias no freezer. Quando for dar a criança, é preciso descongelar o leite e aquecê-lo em banho-maria.

5. Cuidado e atenção

Para evitar o empedramento e prolongar a amamentação, massageie as mamas com a ponta dos dedos em sentido horário da parte escura (aréola) para o corpo e só então ofereça ao bebê. Caso o volume de leite produzido for superior a demanda da criança, os seios podem ficar duros e a mãe desenvolver mastite – inflamação da glândula mamária. Como a introdução alimentar é gradual, o organismo da mãe entende aos poucos e a produção láctea vai se reajustando com o tempo.

Fontes: Graciete Oliveira Vieira, secretária do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); Valdenise Tuma Calil, neonatologista do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas; Ministério da Saúde.

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