Paisagismo

Por Rosana Ferreira

Os fertilizantes são substâncias usadas para fornecer nutrientes que auxiliam o desenvolvimento das plantas. Bastante usados na agricultura, também podem ser aplicados na jardinagem para melhorar o crescimento, a saúde e a produtividade.

A paisagista Rayra Lira, da J Lira Green Life, explica que esses compostos contêm nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, além de outros elementos como cálcio, magnésio e enxofre. "Eles são absorvidos pelas raízes das plantas e desempenham um papel crucial no desenvolvimento adequado das culturas", diz. Existem diferentes tipos de fertilizantes, incluindo orgânicos e sintéticos, cada um com suas características e indicações.

Funções

Os fertilizantes contêm micronutrientes e macronutrientes, que desempenham funções distintas no crescimento e desenvolvimento das plantas. Segundo a engenheira agrônoma Fabiana Fróes Cordeiro, os macronutrientes são os elementos que a planta necessita em quantidades elevadas; já os micronutrientes são aqueles que elas precisam em quantidade menor.

Macronutrientes
Os macronutrientes mais importantes para o desenvolvimento das plantas são o nitrogênio, o fósforo e o potássio. "Eles são essenciais para processos vitais, como transferência de energia, manutenção da pressão interna e função enzimática", explica Rayra. Conheça as suas funções:

  1. Nitrogênio (N): essencial para o crescimento das plantas, pois está envolvido na formação de proteínas, clorofila e outras moléculas vitais.
  2. Fósforo (P): fundamental para o desenvolvimento do sistema radicular, a floração e a formação de sementes. Também desempenha um papel importante na transferência de energia dentro das plantas.
  3. Potássio (K): contribui para a resistência das plantas ao estresse, além de estar envolvido na regulação do crescimento, na absorção de água e na síntese de carboidratos.

Micronutrientes
Mesmo sendo necessários em quantidades menores, os micronutrientes constituem enzimas que, se não funcionarem corretamente, podem causar a morte da planta. Conheça alguns exemplos:

  1. Ferro (Fe): essencial para a síntese de clorofila e o transporte de elétrons durante a fotossíntese.
  2. Zinco (Zn): participa na produção de hormônios de crescimento e enzimas, além de estar envolvido na formação de clorofila.
  3. Manganês (Mn): desempenha um papel crucial na fotossíntese, na ativação de enzimas e no metabolismo de carboidratos.

Tanto os micronutrientes quanto os macronutrientes devem estar disponíveis em quantidades adequadas no solo para garantir o crescimento saudável das plantas. "Os fertilizantes são usados para suplementar esses nutrientes quando estão deficientes no solo, ajudando a promover um desenvolvimento vigoroso e uma boa produção das culturas", afirma a paisagista.

Mais concentrados, os fertilizantes inorgâncios são bastante usados na produção agrícola em larga escala — Foto: Freepik / user6702303 / Creative Commons
Mais concentrados, os fertilizantes inorgâncios são bastante usados na produção agrícola em larga escala — Foto: Freepik / user6702303 / Creative Commons

Tipos

Existem diferentes tipos de fertilizantes, incluindo orgânicos, inorgânicos e organominerais. Conheça mais sobre cada um deles:

  1. Fertilizantes orgânicos
    São derivados de material orgânico, como esterco animal, resíduos vegetais, restos de alimentos e compostagem. Segundo Rayra, eles fornecem nutrientes de forma lenta e gradual, à medida que os materiais orgânicos se decompõem. Os fertilizantes orgânicos também melhoram a estrutura do solo e a capacidade de retenção de água, além de promover a atividade microbiana benéfica. "Esses fertilizantes são frequentemente usados em agricultura orgânica e jardinagem sustentável", afirma a paisagista.
  2. Fertilizantes inorgânicos
    Também conhecidos como adubos minerais e fertilizantes sintéticos ou químicos, eles são fabricados a partir de matérias-primas não orgânicas, como fosfato, nitrato de amônio e cloreto de potássio. "Esses fertilizantes fornecem nutrientes rapidamente às plantas e têm uma composição química específica", diz Rayra. "Mais concentrados, eles são bastante utilizados na produção agrícola em larga escala", afirma Fabiana.
  3. Fertilizantes organominerais
    São uma combinação de fertilizantes orgânicos e inorgânicos visando combinar as vantagens de ambos para fornecer nutrientes de forma gradual e também melhorar a estrutura do solo.

A escolha do tipo do fertilizante depende das necessidades específicas das plantas, das características do solo e dos objetivos do cultivo. Cada tipo de fertilizante possui diferentes composições, velocidades de liberação de nutrientes e efeitos no solo. "É importante considerar fatores como a sustentabilidade, a saúde do solo e a conformidade com regulamentações locais ao selecionar e aplicar fertilizantes", esclarece Rayara.

Entre as formas de aplicação dos fertilizantes, destaca-se a líquida, que com o uso de pulverizadores.  — Foto: Freepik / prostooleh / Creative Commons
Entre as formas de aplicação dos fertilizantes, destaca-se a líquida, que com o uso de pulverizadores. — Foto: Freepik / prostooleh / Creative Commons

Formas de uso

Os fertilizantes podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. Em fertirrigação e adubação foliar (aplicado diretamente nas folhas), é bastante comum o uso de fertilizantes líquidos na forma de solução ou suspensão com uso de pulverizadores. "Além das folhas, podem ser aplicados diretamente no solo, permitindo uma absorção rápida e eficiente dos nutrientes. Eles são frequentemente utilizados em sistemas de irrigação por gotejamento ou pulverização foliar", complementa Rayra.

Segundo a engenheira agrônoma, o único fertilizante gasoso é a amônia anidra. Já os sólidos, que, segundo Fabiana, representam a maioria dos produtos usados no Brasil, são compostos por grânulos, pó ou cristais que contêm uma determinada combinação de nutrientes necessários para o crescimento das plantas, como nitrogênio (N), fósforo (F) e potássio (K), além de outros secundários e micronutrientes.

Os sólidos são aplicados ao solo por meio de diferentes métodos, como espalhamento manual ou mecânico. "Podem ser incorporados ao solo antes do plantio ou aplicados na superfície e incorporados posteriormente por meio de irrigação ou chuva. A liberação dos nutrientes dos fertilizantes sólidos ocorre gradualmente, à medida que são decompostos pelo solo ou dissolvidos pela água", explica Rayra.

Qual a diferença entre fertilizante e adubo?

Na prática, como lembra Rayra, os termos “fertilizante” e “adubo” são frequentemente usados de forma intercambiável para se referir a substâncias aplicadas no solo ou nas plantas para fornecer nutrientes e melhorar seu crescimento. No entanto, tecnicamente, há uma distinção sutil entre eles.

Segundo a paisagista, a diferença está na formulação e origem dos produtos. "Os fertilizantes são produtos que fornecem nutrientes de forma concentrada, enquanto os adubos são frequentemente de origem orgânica e ajudam a melhorar a qualidade do solo, além de fornecer nutrientes", explica.

Como os adubos são derivados de material orgânico, são ótimas opções para adubação caseira, feita com sobras de alimentos, como a casca da banana ou a do ovo, como também com resíduos do pó de café. Isso gera economia (custo zero), plantas mais saudáveis e satisfação de estar preparando o próprio adubo, que é uma prática de sustentabilidade.

Feito em larga escala, o adubo caseiro poderia contribuir substancialmente no volume do lixo orgânico – cada brasileiro produz em média 1 kg de lixo orgânico por dia –, o que reduziria a queima de combustível dos veículos usados na coleta e o impacto ambiental dos aterros sanitários, por exemplo.

Diversos resíduos de alimentos podem ser reaproveitados na hora do descarte para fazer um adubo caseiro, como a casca de banana, rica em fósforo e potássio, minerais importantes para enriquecer o solo — Foto: Pixabay / Stevepb / Creative Commons
Diversos resíduos de alimentos podem ser reaproveitados na hora do descarte para fazer um adubo caseiro, como a casca de banana, rica em fósforo e potássio, minerais importantes para enriquecer o solo — Foto: Pixabay / Stevepb / Creative Commons

Qual a diferença entre fertilizante e agrotóxico?

A diferença fundamental entre fertilizantes e agrotóxicos está na função principal de cada um. A engenheira agrônoma explica que, de modo geral, os primeiros são produtos que aumentam a fertilidade do solo e podem ser usado durante o preparo do solo e durante a produção. Já os agrotóxicos são utilizados para combater pragas e doenças das plantas e lavouras.

"É importante ressaltar que o uso adequado e responsável de agrotóxicos é fundamental para minimizar impactos negativos na saúde humana, no meio ambiente e na segurança dos alimentos", diz Rayra.

Impactos

O uso demasiado de fertilizantes pode deixar as plantas mais vulneráveis a algumas pragas e doenças, segundo Fabiana. "Os fertilizantes são substâncias produzidas a partir de uma composição com nitratos e fosfatos e, quando aplicados nas plantas, costumam ser levados com a água das chuvas para o leito dos rios ou solo, direcionando-se para os lençóis freáticos e mananciais", diz a engenheira.

Rayra cita também as emissões de gases de efeito estufa. "Alguns fertilizantes contêm compostos nitrogenados que podem contribuir para a emissão de gases de efeito estufa, como o óxido nitroso (N2O), um gás com potencial de aquecimento global significativo. Essas emissões podem ocorrer durante processos de nitrificação e desnitrificação no solo", explica.

Dessa forma, para minimizar esses impactos negativos, é essencial usar os fertilizantes de forma responsável e consciente. "Isso inclui a aplicação dos fertilizantes na quantidade correta, segundo as necessidades das plantas e as características do solo, seguindo as recomendações técnicas adequadas", finaliza Rayra.

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