Uma estátua na cidade de Le Puy-en-Velay, na França, tem uma história bastante marcante. No alto de uma rocha, ergue-se a Nossa Senhora da França, uma escultura feita com o ferro fundido de mais de 200 canhões tomados dos russos por Napoleão III no cerco à cidade de Sebastopol, durante a Guerra da Crimeia (1853 - 1856).
A formação rochosa de origem vulcânica, chamada Rocher Corneille, eleva-se a mais de 760 m acima do nível do mar e guarda em seu topo a relíquia histórica, datada de 1860. A figura da Virgem Maria, de cerca de 22,7 m de altura e 835 toneladas, fica sobre um globo. Em sua cabeça há uma coroa de estrelas e seus pés esmagam uma cobra.
A originalidade da estátua monumental está no posicionamento incomum do Menino Jesus, que ela carrega em seus braços. A Virgem traz a criança no braço direito para que ele abençoe a cidade, sem esconder o rosto da mãe.
O projeto de construção da estátua foi iniciado em 1847 com o desejo de construir um monumento religioso para reconhecer a área de Le Puy-en-Velay. Para encontrar o modelo ideal foi realizado um concurso, no qual se inscreveram dezenas de artistas de toda a França. O modelo vencedor foi o projeto do escultor Jean-Marie Bonnassieux.
Após a fundição do ferro doado por Napoleão III, a estátua foi construída com 105 peças principais e 900 peças menores içadas uma a uma e fixadas entre si por parafusos de grande calibre.
Uma escadaria de pedra composta por 33 degraus está disposta no pedestal e dá acesso ao interior da estátua, que é vazada e inclui uma escada giratória de ferro fundido de três lances, prolongada por uma escada que permite o acesso à coroa da Virgem.
A estátua e sua base foram tombadas como monumentos históricos em 1997 e foram totalmente restaurados em 2012, além de ser um dos mais visitados da região até hoje.