Diretor de TV, roteirista e escritor, Alberto Renault sempre teve paixão por casas e jeitos de morar, tanto que, ao longo dos últimos 10 anos, dedica-se ao tema criando e dirigindo programas de TV como Casa Brasileira, Morar, Morar Mundo, LAR_ vida interior e Arte Brasileira, todos veiculados no canal GNT.
O resultado desses registros é o recém-lançado livro Fotos Caseiras, que traz 250 imagens de 80 construções filmadas pelo diretor, que concedeu entrevista exclusiva à Casa e Jardim.
Casa e Jardim: Antes do Casa Brasileira, como era a sua relação com o lar e o jeito de morar das pessoas?
Arthur Renault: Desde criança, visitar a casa dos outros era meu programa preferido. Digo que apenas profissionalizei a minha curiosidade, pois, passados os anos, ela continua a mesma. Minha relação sempre foi de profundo interesse pelo tema.
![Alberto Renault. Editora Capivara 312 páginas. Preço sugerido: R$ 160 — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casaejardim.glbimg.com/bU2QqcH3d7nvLmVIVUbXqDq-vbs=/0x0:1200x1594/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_a0b7e59562ef42049f4e191fe476fe7d/internal_photos/bs/2022/p/H/CxIDXPQ9aNfdpNkTLFmw/frente-da-casa-capa-frente-final-alta-pages-to-jpg-0001.jpg)
CJ: Ao longo desses anos em que você dirigiu programas que falam tanto de arquitetura quanto do modo de vida, o que mudou na sua relação com a sua casa?
AR: Como visito tantas casas e a informação visual é o meu material de trabalho, busquei instintivamente com que minha morada fosse um lugar para a vista descansar, com poucos elementos decorativos e espaços vazios. Também por dirigir uma série de TV sobre o zen-budismo que gravei no Japão, acabei me apaixonando pela estética dos lares tradicionais japoneses, onde coincidentemente há pouca decoração e nenhum elemento supérfluo. Ao longo desses anos conduzi um processo de esvaziamento, no entanto, ainda estou longe do minimalismo. Minha casa é um lugar de serenidade visual, de paz em todos e para todos os sentidos.
CJ: Em que momento surgiu a ideia de criar um livro?
AR: Escrevi um texto chamado As Casas com observações sobre o morar e enviei para a Bia Corrêa do Lago, que já havia me convidado para fazer um livro na Editora Capivara. Ela gostou e resolvemos usar meu acervo de fotos dos programas.
![Sede da Fazenda Mato Dentro, em São Luiz do Paraitinga, SP, restaurada pelo casal de arquitetos Marina Acayaba e Juan Pablo Rosenberg — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casaejardim.glbimg.com/u4h4xi4mFlAFAzR5HYV2JVG9Zfo=/0x0:1200x1600/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_a0b7e59562ef42049f4e191fe476fe7d/internal_photos/bs/2022/Q/A/hOY8TAQ8Cvq8syxBSA6A/poltrona-roxa.jpg)
CJ: Fale sobre a seleção de imagens que você fez para o livro.
AR: A seleção foi natural, com fotos feitas no celular na preparação das filmagens. Nosso exercício foi manter uma diversidade em todos os aspectos: residências rurais e urbanas, assinadas ou espontâneas, no Brasil e no exterior, de várias classes sociais e estilos. A intenção é que cada virada de página seja uma ruptura, não uma continuação.
![Casa Mariana, em Ouro Preto, MG, construção do século 18, que foi restaurada pela poeta estadunidense Elizabeth Bishop e onde ela viveu até o início dos anos 1970 — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casaejardim.glbimg.com/kDeEs1eQd5jRsBlISNlYLKw_Sc4=/0x0:1200x1600/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_a0b7e59562ef42049f4e191fe476fe7d/internal_photos/bs/2022/P/h/8wuGGtSh2z8Qvpq7McYQ/casa-na-pedra-casa-mariana-bishop-1.jpg)