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Nascido em 25 de abril de 1919, José Zanine de Caldas é conhecido até hoje como o mestre da madeira. O profissional atuou como arquiteto, escultor, designer, paisagista, maquetista e moveleiro. Zanine faleceu aos 82 anos em 20 dezembro de 2001 e deixou um legado eterno.
No fim da década de 1940, uma sociedade entre Zanine, Sebastião Henrique da Cunha Pontes e Paulo Mello deu origem a empresa Móveis Artísticos Z, que produzia móveis para a classe média. Uma forte influência modernista era percebida nas criações. Em meados de 1950, Zanine deixou a sociedade.
Considerado pioneiro do pensamento sustentável, em 1968, Zanine iniciou seu trabalho em Nova Viçosa, na Bahia, com um trabalho de construção de mobiliário feito de madeira maciça com sobras dos processos de desmatamento e das queimadas. Essas peças foram nomeadas Móveis denúncia, e tinham como objetivo questionar a devastação de florestas.
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Nos anos 1980, Zanine desejava transformar a cidade em uma capital cultural, reunindo personalidades como Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Dorival Caymmi. No local, chegou a ajudar na construção do artista Franz Krajcberg. Nessa época, o designer também participou da criação de uma reserva ecológica ao lado de Franz.
Anos depois, em 1980, Zanine fundou o Centro de Desenvolvimento das Aplicações da Madeira, o DAM, no Rio de Janeiro – um núcleo de estímulo à pesquisa sobre o uso de madeiras brasileiras na construção civil, prevendo evitar o crescente desmatamento. Em 1985 o núcleo foi transferido para a Universidade de Brasília.
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Em 2019, ano que seria o centenário do profissional, a família do designer se juntou a ETEL para resgatar o design de algumas peças da Móveis Artísticos Z, mas com a filosofia dos Móveis Denúncia, valorizando o trabalho feito à mão e as práticas sustentáveis.
Como um profissional autodidata, Zanine não teve formação convencional, mas, além de trabalhar em diversas áreas, ainda foi professor de maquetes da Faculdade de Arquitetura da USP e da Universidade de Brasília.
