Decoração

Diadema e Atibaia, no estado de São Paulo, são as cidades em que Ana Flávia Cavalcanti nasceu e cresceu, respectivamente. Ela, que é atriz, diretora e roteirista, hoje se divide entre a capital paulista, o Rio de Janeiro e a Península de Maraú, na Bahia, onde realizou o sonho de construir a sua primeira casa própria em um vilarejo na Praia de Algodões.

"Minha casa é um lugar de descanso, enquanto me incita a ter ideias. Tenho vontade de usá-la como palco", ela afirma, em entrevista à Casa e Jardim.

RETRATO | Ana Flávia posa no living. Armário da Marcenaria e Cia. Luminária branca da Reka. O quadro branco é o primeiro croqui do imóvel, feito pelo arquiteto Nando Millan — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
RETRATO | Ana Flávia posa no living. Armário da Marcenaria e Cia. Luminária branca da Reka. O quadro branco é o primeiro croqui do imóvel, feito pelo arquiteto Nando Millan — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
FACHADA | Ana Flávia usa vestido de Alberto Pitta, coleção Rupestres. Turbante da Simultânea — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
FACHADA | Ana Flávia usa vestido de Alberto Pitta, coleção Rupestres. Turbante da Simultânea — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

O imóvel de 70 m² tem uma sala integrada com a cozinha, duas suítes, uma torre onde fica a lavanderia e a caixa-d’água, além de dois deques externos de madeira que totalizam 50 m².

ÁREA SOCIAL | Luminária pendente da Reka. O piso de cimento queimado e as peças de decoração são de fornecedores locais — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
ÁREA SOCIAL | Luminária pendente da Reka. O piso de cimento queimado e as peças de decoração são de fornecedores locais — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

O projeto é assinado pelo escritório Cecchi Millan (@cecchi_millan), dos arquitetos Giovanna Cecchi, Nando Millan e Peu Millan, com apoio do engenheiro Marlon Vivas.

ÁREA SOCIAL | Mesa e cadeiras da Marcenaria e Cia. — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
ÁREA SOCIAL | Mesa e cadeiras da Marcenaria e Cia. — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
COZINHA | A bancada é de concreto, pintado com tinta époxi na cor branca. Torneira da Deca. Azulejos floridos de Francisco Brennand — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
COZINHA | A bancada é de concreto, pintado com tinta époxi na cor branca. Torneira da Deca. Azulejos floridos de Francisco Brennand — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

“Conheci a região após terminar de gravar a novela Malhação: Viva a Diferença. Na primeira noite já me despertou o desejo de comprar um terreno aqui. Nunca tive o plano de construir uma casa, mas depois de tanto tempo morando de aluguel, encontrei o meu refúgio”, conta Ana.

ÁREA SOCIAL | As portas de madeira angelim se abrem como se fossem cortinas, criando um aspecto de palco para a casa — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
ÁREA SOCIAL | As portas de madeira angelim se abrem como se fossem cortinas, criando um aspecto de palco para a casa — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

Como a vegetação local é o mangue e há muita umidade, a residência é elevada. “Assim, fica permeável e seca. Cria um conforto térmico, pois está sempre arejada por baixo. Na questão estética, dá leveza à construção, tanto visualmente, como na relação com o terreno”, explica Peu.

SALA | Ana Flávia veste quimono listrado da Simultânea. Sofá da Futon Company. Banquinho e remos de parede feitos por artesãos locais — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
SALA | Ana Flávia veste quimono listrado da Simultânea. Sofá da Futon Company. Banquinho e remos de parede feitos por artesãos locais — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

Essa solução perante o solo, aliada a amplas portas e janelas nos dois lados da casa, garantem a ventilação natural e cruzada – tais elementos também valorizam a iluminação natural.

ÁREA EXTERNA | O deque posterior, assim como o frontal, é feito de madeira cumaru. Juntos, totalizam 50 m² — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
ÁREA EXTERNA | O deque posterior, assim como o frontal, é feito de madeira cumaru. Juntos, totalizam 50 m² — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

Para o piso de todos os cômodos, foi escolhido um cimento queimado cinza-claro. Outro destaque é o concreto com acabamento de tinta epóxi branca, presente na bancada da cozinha, no banheiro e nos armários dos quartos.

“O material facilita a limpeza e clareia os ambientes. Todo o projeto foi pensado para ser algo simples de executar e de fácil manutenção”, diz o arquiteto.

BANHEIRO | Arranjo floral de Marisa Fukuda, do Sítio do Outeiro. Cortininha feita pela Ana Flávia — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
BANHEIRO | Arranjo floral de Marisa Fukuda, do Sítio do Outeiro. Cortininha feita pela Ana Flávia — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
BANHEIRO | O banheiro de outra suíte tem cortininha branca feita por Ana Flávia  — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
BANHEIRO | O banheiro de outra suíte tem cortininha branca feita por Ana Flávia — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
QUARTO | Peças de decoração de artistas da Bahia foram usados em ambas suítes  — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
QUARTO | Peças de decoração de artistas da Bahia foram usados em ambas suítes — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

Na fachada e na decoração interna, que é minimalista, prevalecem as cores azul e branca. “Queria um lar com elementos arquitetônicos das residências do Recôncavo, no interior da Bahia, e das localizadas aqui na Península de Maraú. Desde o princípio desejei um projeto sustentável, então só usamos fornecedores locais”, fala Ana.

QUARTO | Os armários são de concreto com acabamento de tinta epóxi branca. As cortinas amarelas foram elaboradas por Ana Flávia — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
QUARTO | Os armários são de concreto com acabamento de tinta epóxi branca. As cortinas amarelas foram elaboradas por Ana Flávia — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

A escolha das duas tonalidades também foi pensada para combinar com o nome da praia – Algodões, visto que a região é conhecida por ter um céu muito azul e nuvens bem fofas e brancas –, e com as diferentes madeiras, presentes em diversas partes: na cobertura, há a resistente maçaranduba; o forro é de lambril; as portas são de angelim; e o deque é feito de cumaru.

"Branco, azul e marrom são cores harmônicas, que trazem o clima praiano para a casa, e a camuflam na natureza", comenta a artista.

ÁREA EXTERNA | O cantinho do tanque também tem azulejos decorativos de Francisco Brennand — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
ÁREA EXTERNA | O cantinho do tanque também tem azulejos decorativos de Francisco Brennand — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

A valorização do meio ambiente ainda influenciou o posicionamento do imóvel, visto que a vegetação nativa do terreno foi preservada. O jardim tem também bananeira, dendezeiro e espécies ornamentais.

ÁREA EXTERNA | A preservação e valorização do meio ambiente também influenciou na posição da casa no meio do terreno — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
ÁREA EXTERNA | A preservação e valorização do meio ambiente também influenciou na posição da casa no meio do terreno — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

“Sou do Candomblé, e uma das coisas mais sagradas é respeitar as pessoas e a natureza que estavam antes da minha chegada. Adequamos o projeto para preservar a vegetação nativa e um dendezeiro, árvore sagrada para mim, que sou filha de Iansã”, diz Ana, que deseja cultivar uma pequena horta para ter ingredientes básicos, pois adora cozinhar.

RETRATO | A construção da casa de Ana Flávia preservou a vegetação nativa do terreno. Além disso, a casa foi construída de forma elevada para proteger o solo — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
RETRATO | A construção da casa de Ana Flávia preservou a vegetação nativa do terreno. Além disso, a casa foi construída de forma elevada para proteger o solo — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

Quando a moradora não está por lá, os vizinhos do vilarejo a ajudam com a manutenção da residência. Essa relação próxima com a comunidade, inclusive, é um dos fatores que a artista mais aprecia.

QUARTO | A madeira, material muito presente em toda a casa, também foi usada para montar a cabeceira das suítes — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
QUARTO | A madeira, material muito presente em toda a casa, também foi usada para montar a cabeceira das suítes — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

“Gostaria de começar um trabalho com as crianças, talvez fazer uma peça de teatro. A minha casa, por ser elevada e ter dois deques, lembra um palco, e as portas se abrem como se fossem cortinas”, comenta.

QUARTO | Itens decorativos de acervo pessoal. Azulejos floridos de Francisco Brennand em destaque — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
QUARTO | Itens decorativos de acervo pessoal. Azulejos floridos de Francisco Brennand em destaque — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

A relação de Ana com a sua morada também inspirou a criação de um longa-metragem, chamado Paralelo 14, que está sendo produzido por ela e Eliane Ferreira, da Muiraquitã Filmes.

“Toda pausa que tenho eu gosto de vir para cá. É um lugar que recarrega as minhas energias. Me imagino aqui a vida inteira”, afirma.

ÁREA GOURMET | Ana Flávia na janela da cozinha, que dá visão para a parte de trás da casa. Lá dentro, prateleiras da Simultânea. Banquetas de artesão local — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo
ÁREA GOURMET | Ana Flávia na janela da cozinha, que dá visão para a parte de trás da casa. Lá dentro, prateleiras da Simultânea. Banquetas de artesão local — Foto: Oka Fotografia / Editora Globo

Realizada entre 2020 e 2021, durante um período mais rígido da pandemia de coronavírus, a construção da residência durou cerca de cinco meses. Devido às restrições físicas, Ana e os arquitetos do Cecchi Millan — cujo escritório fica em São Paulo — acompanharam as conversas com o engenheiro remotamente.

No final, deu tudo certo: o sonho da artista se concretizou em um lar de encontros, roteiros e histórias. Não à toa, o projeto recebeu o título de Casa Palco. Eparrey Oyá!

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