Arqueólogos desenterraram mais de duas dúzias de garrafas do século 18 com cerejas e frutas vermelhas bem preservadas na propriedade de George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos, em Mount Vernon, na Virgínia, a cerca de 26 km de Washington D.C.
Os pesquisadores encontraram 35 garrafas na adega da mansão, vinte e nove das quais estavam intactas e continham frutas em conserva. A descoberta ocorre alguns meses depois de eles terem achado, pela primeira vez, outras duas garrafas de cerejas em conserva.
"Até onde sabemos, esta é uma descoberta sem precedentes e nada desta escala e significado jamais foi escavado na América do Norte", disse o presidente e CEO da Mount Vernon, Doug Bradburn, em um comunicado à imprensa.
Os investigadores encontraram os itens enquanto trabalhavam em um projeto de restauro da mansão, que foi construída em 1734 pelo pai de George Washington. As duas primeiras garrafas, recuperadas de um poço sob um piso de tijolos colocado na década de 1770, eram de vidro verde-escuro. Elas tinham um formato característico das garrafas feitas entre 1740 e 1750 e continham cerejas, seus caroços e caules preservados em líquido.
Os artefatos recentemente descobertos foram encontrados em outros cinco poços de armazenamento. Eles, provavelmente, não foram expostos à luz solar desde antes da Independência dos Estados Unidos, e podem ter sido esquecidos quando George Washington partiu para assumir o comando do Exército Continental.
Os cientistas analisaram apenas um pequeno número de amostras até agora, mas já identificaram 54 caroços de cereja, vinte e três caules e polpa desta fruta. Os gravetos parecem ter sido cuidadosamente cortados, sugerindo que devem ter sido removidos das árvores com uma tesoura. As cerejas também são, provavelmente, do tipo azedo, mais ácidas e poderiam ter sido melhores para conservar.
A propriedade dos Washingtons continha jardins, uma horta, um viveiro e um rico pomar com macieiras, pereiras, cerejeiras, pessegueiros e damascos cultivados por jardineiros escravos. As frutas eram consumidas durante as refeições e usadas em conservas e cidras.
“Essas frutas perfeitamente preservadas, colhidas e preparadas há mais de 250 anos, oferecem uma oportunidade incrivelmente rara de contribuir para o nosso conhecimento do meio ambiente do século 18, dos hábitos alimentares, das plantações e das origens da culinária americana”, disse o arqueólogo principal de Mount Vernon, Jason Boroughs, no comunicado.
“As garrafas e o conteúdo são uma prova do conhecimento e da habilidade dos escravos que administravam a preparação dos alimentos da árvore à mesa”, complementa.