Arte

Em 23 de fevereiro, estreia a mostra Gran Fury: arte não é o bastante no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). A exposição reúne 77 obras que discutem os alcances das campanhas gráficas do coletivo Gran Fury — movimento que criticou o silêncio e a negligência do governo dos Estados Unidos em relação à doença de AIDS. A mostra poderá ser visitada até 9 de junho, e teve a curadoria de André Mesquita e a assistência de David Ribeiro.

O coletivo Gran Fury iniciou as suas atividades em 1988 e encerrou em 1995. O movimento nasceu da organização AIDS Coalition to Unleash Power — em português, Coalizão da AIDS para libertar o poder – e se propagou através de campanhas gráficas e intervenções públicas.

O grupo era composto por Avram Finkelstein, Donald Moffett, John Lindell, Loring McAlpin, Mark Simpson (1950-1996), Marlene McCarty, Michael Nesline, Richard Elovich, Robert Vazquez-Pacheco e Tom Kalin – eles se descreviam como “um bando de indivíduos unidos na raiva e comprometidos a explorar o poder da arte para acabar com a crise da AIDS”.

“O Gran Fury abre território para o que, na década de 1990, tornou-se conhecido entre coletivos de arte e movimentos sociais como ‘mídia tática’, que é a produção de um novo tipo de estética por grupos e indivíduos oprimidos ou excluídos da cultura geral, trabalhando com formas expandidas de distribuição cultural e intervenção semiótica nas ruas”, explica André.

Cartaz para uma série de eventos no The Kitchen, em 1988, Nova York, Estados Unidos — Foto: Gran Fury / Divulgação
Cartaz para uma série de eventos no The Kitchen, em 1988, Nova York, Estados Unidos — Foto: Gran Fury / Divulgação

A mostra coloca luz sobre a estratégia do coletivo de usar a arte no campo ativista, quando impulsionado por pessoas queer e visando ampliar a consciência sobre o HIV.

O nome Gran Fury: arte não é o bastante conversa com uma das produções do movimento ao se inspirar em uma frase de 1998 repercutida por eles: With 42,000 Dead, Art Is Not Enough, em tradução, “Com 42 mil mortos, arte não é o bastante”.

“A declaração do Gran Fury propõe que não basta mais fazer uma arte sobre a crise, mas que momentos de crise são também momentos revolucionários de imaginação radical e de confrontação de sistemas hegemônicos e opressores”, aponta o curador.

Outra obra do coletivo é Kissing Doesn’t Kill, em tradução, “Beijar não mata” (1989-90). O pôster subverte códigos visuais e semânticos, para exibir fotografias de três casais inter-raciais se beijando. A produção foi instalada, originalmente, como um painel nas laterais de ônibus e nas estações de metrô em São Francisco, Chicago, Nova York e Washington DC, nos Estados Unidos.

Trabalho comissionado para o projeto “Art Against AIDS: On the Road”, São Francisco, Estados Unidos — Foto: Gran Fury / Divulgação
Trabalho comissionado para o projeto “Art Against AIDS: On the Road”, São Francisco, Estados Unidos — Foto: Gran Fury / Divulgação

A imagem desafiava a interpretação equivocada do beijo como comportamento de risco, já que, na época, a saliva era vista como um fluido supostamente capaz de transmitir o HIV.

Gran Fury: arte não é o bastante integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Lia D Castro, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.

Serviço Gran Fury: arte não é o bastante

Quando: de 23 de fevereiro a 9 de junho de 2024.
Horário: terça, das 10h às 20h, quinta, das 10h às 18h; quarta, sexta, sábado e domingo, das 10h às 18h; fechado às segundas.
Onde: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Avenida Paulista, 1578, Bela Vista, São Paulo, SP.
Quanto: R$ 70 (entrada); R$ 35 (meia-entrada). Terça e quinta entrada gratuita.

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