A diferença entre quartzo, quartzito e mármore e como escolher o ideal

Uma destes materiais, sempre lembrado na decoração e funcionalidade dos espaços, é a pedra. Com diversas opções de cores e materiais, é importante conhecer as características e os usos de cada uma para fazer a melhor escolha ao lado de um arquiteto ou designer de interiores.

Abaixo, conheça a diferença entre três tipos e como optar pelo melhor material.

Ao contrário do mármore e quartzito, o quartzo é o nome popular do material de revestimento sintético, produzido industrialmente a partir da mistura do mineral quartzo, resina poliéster, pigmentos e outros aditivos, como explica Abiliane de Andrade, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da Decolores.

"Cada fabricante possui sua própria receita, mas todos são produzidos em série. São commodities. Possuem diversas cores sólidas ou texturas impressas que imitam as rochas naturais", explica.

Por ser um material prático, durável e de baixa manutenção pela falta de porosidade, Abiliane diz que o quartzo é comumente usado em bancadas de cozinha, e que o ponto de atenção vai para as áreas externas. Segundo a especialista, a resina poliéster presente no material não pode receber sol ou ser exposta a objetos quentes.

Em caso das áreas gourmets protegidas, o arquiteto Gustavo Marasca dá sinal positivo, e explica que o material também vai bem em bancadas de banheiro.

Assim como o mármore, o quartzito é uma pedra natural de origem metamórfica. "Entende-se que essas rochas foram originadas a partir da transformação de outras mais antigas devido ao aumento nas condições de temperatura e pressão provocadas por eventos geológicos. São resultados da ação da natureza por milhões de anos, que moldou cada veio, cor e textura, por isso mesmo são únicas", explica Abiliane.

Composto por 75% do mineral quartzo e resultante do metamorfismo atuante sobre um arenito, o quartzito, segundo Gustavo, é o material ideal para "usar e abusar", sendo candidato para as áreas de maior uso, como as bancadas de cozinha – e pode virar até piso.

"Nos quartzitos temos alguns tipos que registram o surgimento do oxigênio, um mar antigo, onde hoje é o sertão ou até mesmo dunas de um deserto de mais de 1 bilhão de anos. Ter uma rocha natural na bancada é ter a chance de reviver uma história milenar. É como possuir sua fatia pessoal da crosta terrestre", salienta Abiliane.

No topo da lista de desejos de muitos, o mármore é uma pedra natural encantadora. Ele é composto por minerais carbonáticos, como a calcita e dolomita, resultado da ação do metamorfismo sobre antigos calcários.

A variação de tonalidades e elegância da pedra a tornam adequada para aplicações decorativas, como bancadas de banheiro, piso e aplicação artística de revestimentos, como explica Gustavo: "Eles são usados no piso, na parede, nas bancadas, etc. Porém, a sua porosidade é relativamente alta, o que o torna propenso a manchas".

A dica do arquiteto é não usá-lo em cozinhas e prestar atenção no cuidado do dia a dia e na manutenção, evitando até mesmo o contato com vinhos, azeite, limão, vinagre e ferrugem.

Para quem ainda quer utilizar a pedra como decoração, Abiliane indica os mármores dolomíticos para tampos de mesa, painéis, revestimentos externos de lareiras, acabamento de pisos internos e banheiros.

Os profissionais, por fim, concordam que a escolha depende menos do material e mais de sua finalidade, descartando a existência de pedras boas ou ruins.