Há tempos que os moradores desta casa geminada em São Paulo queriam dar uma nova cara ao quintal de 24 m², mas a reforma do espaço acabava ficando sempre em segundo plano. Quando a hora certa chegou, chamaram o paisagista Odilon Claro, da Anni Verdi, para orquestrar a repaginação. “A primeira sensação que tive é que dava para melhorar o espaço não só colocando cores e novos elementos mas aproveitando também o que eles já tinham”, conta Odilon.
A mesa de refeições é um exemplo de reaproveitamento, assim como o banco de madeira e ferro, que ganhou algumas demãos de tinta nas cores verde e uva. Os muros, as paredes, a janela da edícula, a porta que leva ao quintal e as tubulações aparentes também receberam um banho de cor: o patchwork de ladrilhos hidráulicos nas duas extremidades do terreno serviram de base para as escolhas do prata e do verde nas paredes, e do laranja nos demais elementos.
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Como os moradores recebem os amigos com frequência, e as duas filhas do casal, Luiza, de 6 anos, e Clara, de 3, passam o dia brincando no jardim, manter a circulação livre era um fator primordial. Para atender ao pedido, o paisagista ampliou a área do deque – preenchendo o resto do espaço com seixos Campos do Jordão – e concentrou as espécies de frutíferas e temperos em vasos próximos aos muros. A única exceção é a jabuticabeira, que já estava no terreno. Para acomodar mais pessoas e organizar os brinquedos das meninas, Odilon desenhou um banco-baú. Sobre ele, duas estruturas de ferro tutoram a trepadeira lágrima-de-cristo: uma boa solução para trazer mais verde sem comprometer a mobilidade do espaço. Repare que elas ultrapassam a altura do muro em 60 cm para dar privacidade. “Além de lindo, o projeto é funcional. O espaço ficou mais organizado, e a escolha das espécies foi certeira: as meninas comem fruta direto do pé e interagem bastante com o jardim”, afirma o morador.
Lições da reforma
* A opção por tons neutros nas paredes foi sugestão de Odilon.O morador relutou no início porque gosta de cores vibrantes, mas ficou satisfeito com o resultado: “O espaço parece maior com a base neutra e, assim, pude abusar das cores nos detalhes.”
* Graças à ampliação do deque, foi possível colocar uma mesa no jardim. Agora, todas as refeições acontecem ali. O banco-baú é outra boa sacada, porque organiza os brinquedos de Luiza e Clara, e acomoda mais pessoas na área.
* O uso das treliças é outro trunfo do projeto. Quando as trepadeiras crescerem, vão esconder a visão da área de serviço e parte da vista do vizinho, dando mais privacidade.
* Antes, as plantas não resistiam e morriam, porque os moradores erravam na seleção das espécies e na quantidade de regas. O paisagista fez boas escolhas, transformando o espaço em um jardim de sensações: “O visual é lindo, o cheiro das plantas é uma delícia e as meninas adoram comer frutas direto do pé”, diz o morador.
Banco | A combinação das cores Ameixa Seca e Ilha Esmeralda, da Suvinil, deram uma cara nova ao móvel (Foto: Marco Antonio/Editora Globo)
Acesso | A pequena Clara, de 3 anos, está à frente da porta que leva ao quintal. As tubulações aparentes foram pintadas com a cor Laranja do Deserto, da Coral (Foto: Marco Antonio/Editora Globo)