A Tacca chantrieri, conhecida popularmente pelo nome de flor-morcego ou planta-morcego, vem se destacando entre os apaixonados por plantas. Sua exótica floração, que se parece com um morcego – por isso seu nome popular –, faz dela a flor de desejo de colecionadores por todo o mundo.
A espécie possui uma variedade de cores, que vai do branco, passa pelo verde até chegar ao preto, raridade de tom entre as flores e longos "bigodes", e pode chegar a 1 m de altura. Suas folhas alcançam 60 cm de comprimento.
Apesar de muitos pensarem que se trata de uma espécie de orquídea ou até mesmo de um lírio-da-paz, segundo o arquiteto paisagista João Sabino, suas folhas comparadas as do lírio (Spathiphyllum wallisii) são bem diferentes. "A flor-morcego é da mesma família do inhame, Dioscorea sp, apresentando raízes longas e tuberosas", diz.
Características e cuidados
Nativa das florestas tropicais do sudeste asiático, englobando, China, Índia, Malásia, Tailândia, Vietnã, essa bela e exótica planta ganhou o mundo. A flor-morcego é uma planta tropical, sendo assim, gosta de lugares quentes e úmidos, não tolerando regiões de climas frios.
De acordo com João, no seu habitat, ela é encontrada em locais sombreados, não suporta luz direta do sol nem rajadas de ventos. "O solo tem que ser leve com bastante matéria orgânica, boa drenagem e úmido, mas nunca encharcado", explica.
Suas belas flores surgem na primavera e no verão, mas se estiver bem adaptada ao local, podem surgir em outras épocas do ano. Após a floração, aparecerão os frutos (não comestíveis), que são cápsulas onde contém as sementes e levam cerca de um ano para amadurecerem.
Suas mudas podem ser feitas por meio de sementes, que levam de 2 a 3 anos para florescerem, ou por separação de mudas, que surgem em torno da planta-mãe.
Para manter a planta sempre linda e saudável, o arquiteto paisagista recomenda fazer o replantio a cada 2 anos, usando substrato leve, bem drenável, com material orgânico e irrigando com frequência. “Durante a primavera e o verão, é recomendado fazer a adubação quinzenal com substratos orgânicos, como húmus de minhoca, torta de mamona, bokashi e esterco curtido”, afirma.
No paisagismo, ela pode ser usada em canteiros a meia-sombra, e em jardineiras. Porém, a planta realmente se destaca sendo usada em vasos. Ouse em fazer um arranjo de flores da espécie, com um vaso de tamanho diferente, criando assim um efeito exótico e sofisticado.
Uso medicinal
Na medicina chinesa e tailandesa, João pontua que ela é usada há milhares de anos. Seus rizomas são ricos em substâncias que auxiliam no tratamento de leucemia, anti-inflamatório e no tratamento de males do sistema digestivo. “No Brasil, ela é usada apenas como planta ornamental. Seu fruto não deve ser consumido por serem tóxicos, por isso, cuidado!”, alerta.
A manipulação e o uso de plantas com fins terapêuticos devem ser usados apenas por quem tem conhecimento.