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Robert Owen

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Robert Owen
Robert Owen
Nascimento 14 de maio de 1771
Newtown, Montgomeryshire, País de Gales
Morte 17 de novembro de 1858 (87 anos)
Newtown, Montgomeryshire, País de Gales

Robert Owen (Newtown, 14 de maio de 1771 – Newtown, 17 de novembro de 1858) foi um reformista social galês,[1] considerado um dos fundadores do socialismo e do cooperativismo.[2] Foi um dos mais importantes socialistas utópicos.[3]

Filho de uma família de modestos artesãos, após galgar diferentes degraus da produção, tornou-se diretor de importantes indústrias escocesas de fiação em Manchester e, aos 30 anos, era co-proprietário e gerente de uma fábrica em New Lanark,[1] que havia sido fundada em 1785 por David Dale e Richard Arkwright. Ali reduziu a jornada de trabalho para 10,5 horas diárias — um avanço para a época, já que a jornada de trabalho de um típico operário têxtil era de 14 a 16 horas.[1]

Preocupou-se ainda com a qualidade de vida dos seus empregados, construindo casas para as famílias dos operários, o primeiro jardim-de-infância e a primeira cooperativa. Owen abriu uma loja onde as pessoas podiam comprar produtos de qualidade por pouco mais do que o custo do produto. A venda de álcool era estritamente controlada. Esses princípios se tornaram a base para as lojas cooperativas na Grã-Bretanha, que continuam a operar hoje.[1]

Owen tinha sido originalmente um seguidor do liberal e utilitarista Jeremy Bentham. No entanto, com o passar do tempo tornou-se cada vez mais um adepto do socialismo.[4]

Em 1817, evolui da ação assistencial para a crítica frontal ao capitalismo, tentando convencer as autoridades britânicas e estrangeiras sobre a necessidade de reformas na produção. New Lanark em si tornou-se um lugar de peregrinação muito frequentado por reformadores sociais, estadistas e personalidades europeias, incluindo Nicolau, mais tarde imperador da Rússia.

Owen fundou, nos Estados Unidos, a colônia socialista New Harmony (Nova Harmonia), que funcionou bem nos primeiros anos mas finalizou sua experiência sem obter o êxito esperado. Owen regressou à Inglaterra, onde faleceu aos 87 anos.[1]

A filosofia de Owen era baseada em dois pilares:

  • Primeiro: ninguém é responsável por sua vontade e suas próprias ações, pois todo seu caráter é formado independentemente de si mesmo; as pessoas são produtos de sua hereditariedade e ambiente (daí o seu apoio à educação e à reforma trabalhista).
  • Segundo: todas as religiões são baseadas na mesma ideia ridícula de que o homem é um animal fraco, imbecil, um fanático furioso ou um hipócrita miserável.[5]

Conversão ao espiritualismo

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Apesar de sua antipatia pela religião, em 1854, aos 83 anos, Owen se converteu ao espiritualismo depois de uma série de "sessões" com a médium americana Maria B. Hayden (a quem se atribui a introdução do espiritismo na Inglaterra). Owen fez uma confissão pública de sua fé no periódico The Rational quarterly review e mais tarde escreveu um panfleto intitulado The future of the Human race or great glorious and future revolution to be effected through the agency of departed spirits of good and superior men and women.[6] Owen alegava ter tido contatos mediúnicos com os espíritos de Benjamin Franklin, Thomas Jefferson e outros. Segundo ele, o propósito de tais comunicações era substituir o atual estado miserável da existência humana, por um estado verdadeiro e feliz, "para preparar o mundo para a paz universal e infundir em todos o espírito da caridade, da tolerância e do amor".[7]

Trabalhos publicados selecionados

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  • A New View of Society: Or, Essays on the Formation of Human Character, and the Application of the Principle to Practice (Londres, 1813) Retitulado como, A New View of Society: Or, Essays on the Formation of Human Character Preparatory to the Development of a Plan for Gradually Ameliorating the Condition of Mankind, para a segunda edição, (1816)
  • Observations on the Effect of the Manufacturing System. (Londres, 1815)
  • Report to the Committee of the Association for the Relief of the Manufacturing and Labouring Poor (1817)[8]
  • Two Memorials on Behalf of the Working Classes (Londres: Longman, Hurst, Rees, Orme, e Brown, 181[9]
  • An Address to the Master Manufacturers of Great Britain: On the Present Existing Evils in the Manufacturing System (Bolton, 1819)
  • Report to the County of Lanark of a Plan for relieving Public Distress (Glasgow: Glasgow University Press, 1821)
  • An Explanation of the Cause of Distress which pervades the civilised parts of the world (Londres e Paris, 1823)
  • An Address to All Classes in the State (Londres, 1832)
  • The Revolution in the Mind and Practice of the Human Race (Londres, 1849)

Trabalhos coletados

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  • A New View of Society and Other Writings, introduction by G.D.H. Cole (Londres e Nova York: J.M. Dent & Sons, E.P. Dutton e Co., 1927)
  • A New View of Society and Other Writings, G. Claeys, ed. (Londres e Nova York: Penguin Books, 1991)
  • The Selected Works of Robert Owen, G. Claeys, ed., 4 vols. (Londres: Pickering e Chatto, 1993)

Coleções de arquivo

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  • Robert Owen Collection, National Co-operative Archive, Reino Unido[10]
  • New Harmony, Indiana, Collection, 1814–1884, 1920, 1964, Indiana Historical Society, Indianapolis, Indiana, EUA[11]
  • New Harmony Series III Collection, Workingmen's Institute, New Harmony, Indiana, EUA[12]
  • Owen family collection, 1826–1967, bulk 1830–1890, Indiana University Archives, Bloomington, Indiana, EUA[13]
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Referências

  1. a b c d e Robert Owen Museum. «Robert Owen». Consultado em 5 de março de 2014 
  2. Fairbairn, Brett. «The Meaning of Rochdale – The Rochdale Pioneers and the Co-operatives Principles» (PDF). Consultado em 5 de março de 2014. Arquivado do original (PDF) em 11 de janeiro de 2012 
  3. «Robert Owen». Universidade Federal de Campina Grande. Brasil Escola. Consultado em 22 de maio de 2012. se transformou em um dos mais importantes socialistas utópicos 
  4. Joseph Clayton (1908). «Owens Socialist Teaching». "Robert Owen: Pioneer of Social Reforms" (em inglês). Londres: A. C. Fifields. p. 32-41 
  5. Owen, Robert ; Essays on the Principle of the Formation of the Human Character.
  6. Lewis Spence. Encyclopedia of Occultism and Parapsychology" (Kessinger Pub. Co., 2003), p679.
  7. See Frank Podmore. Robert Owen, a biography – Vol. 2, p. 600s.
  8. Harrison, "Robert Owen's Quest for the New Moral World in America," in Robert Owen's American Legacy, p. 32.
  9. Robert Owen (1818). Two Memorials Behalf of the Working Classes. London: Longman, Hurst, Rees, Orme, and Brown 
  10. The collection includes papers and letters as well as pamphlets and books. See «National Co-operative Archive». Archive.co-op.ac.uk. Consultado em 8 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 3 de outubro de 2006 
  11. The collection includes a letter describing Owen's views and documents related to the New Harmony community. See «New Harmony Collection, 1814–1884, Collection Guide» (PDF). Indiana Historical Society. Consultado em 8 de setembro de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 29 de julho de 2016 
  12. Bound records of the New Harmony community. See «New Harmony Series II». Workingmen's Institute. Consultado em 8 de setembro de 2017 
  13. The collection includes the correspondence, speeches, and publications of Robert Owens and his descendants. See «Owen family collection, 1826-1967, bulk 1830-1890». Archives Online at Indiana University. Consultado em 30 de abril de 2020