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Carabina

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Carabina
Tipo
Arma longa
weapon functional class (d)

Carabina é uma arma de fogo mais curta que o fuzil, tendo entre 1,0 e 1,2 metro de comprimento muito usada em caça e tiro desportivo podendo ser de diversos calibres. Antigamente, designava uma versão mais curta do fuzil de infantaria a ser empregada por tropas de cavalaria. Hoje, designa armas longas de cano estriado mais compactas do que os fuzis ou que disparam munição de menor potência do que estes.[2]

No século XIX e início do século XX, as carabinas eram as armas utilizadas pelas tropas de cavalaria e de caçadores a pé. Os soldados de infantaria de linha precisavam de uma arma de fogo de maior potência, enquanto que aquelas tropas precisavam de uma arma menor e mais ligeira. Estas dimensões e peso relativamente baixos das carabinas permitem a sua mais fácil utilização em situações de combate a curtas distâncias, como áreas urbanas e florestais. A desvantagem, em relação aos fuzis ou espingardas, é a redução do alcance e da precisão a longas distâncias.

Um militar atirando uma carabina M4 (variante mais curta e mais leve do fuzil M16A2)

O nome vem de seus primeiros usuários - soldados de cavalaria chamados carabiniers (carabineiros), do francês, carabine [3] do francês antigo carabin (soldado armado com mosquete), cuja origem não é clara. Uma teoria conecta-o a uma "antiga máquina de guerra" chamada calabre;[4] outra conecta-o ao latim medieval Calabrinus (calabrês);[4] [5] ainda outra, menos provável, ao francês antigo escarrabin ("coveiro do período da peste negra") do latim scarabeus [6] (escaravelho-carniceiro).[7]

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Carabina de caça Browning .270 Winchester.

Em Portugal, de acordo com o Regime Jurídico das Armas de Fogo e suas Munições (Lei 5/2006 de 23 de Fevereiro), são classificadas como "Carabinas" as armas de fogo longas com cano de alma estriada, ao contrário das armas de cano não estriado que são classificadas como "Espingardas". No entanto esta definição aparentemente apenas se aplica às armas civis dado que o Exército Português classifica as suas armas de fogo longas de assalto como "Espingardas Automáticas", apesar de terem o cano com alma estriada.

História da Carabina

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Carabinas de repetição por alavanca

A Carabina era, originalmente, uma arma mais curta e leve desenvolvida para os soldados de cavalaria, que não podiam disparar uma espingarda ou mosquete montados a cavalo, devido ao peso e tamanho daquelas armas. As Carabinas tendiam a ser menos precisas e com menor potência de fogo que as armas de infantaria, em virtude da distância mais curta entre a alça e o ponto de mira e à baixa velocidade de saída dos seus projécteis causada pelo cano de menor comprimento.

Com a chegada da pólvora sem fumo, as desvantagens das Carabinas devido aos seus canos curtos diminuíram. Para além da cavalaria, as Carabinas começaram a ser utilizadas por aqueles preferiam uma arma mais compacta e ligeira em detrimento da precisão e do alcance. Este era o caso das tropas de caçadores a pé, de artilharia, de logística, de polícia, etc.. O uso deste tipo de arma levou a que alguns corpos de tropas passassem a ser denominados Carabineiros.

Durante o século XIX as Carabinas eram normalmente desenvolvidas separadamente das espingardas de infantaria, na maioria dos casos utilizando munições diferentes, o que causava diversos problemas logísticos e operacionais.

Durante a Guerra Civil dos Estados Unidos foi desenvolvida uma das Carabinas mais notáveis da época, o Rifle Spencer, que utilizava um sistema de depósito tubular com capacidade para sete munições. Posteriormente a carabina de repetição Winchester converteu-se num dos modelos mais populares e reconhecíveis, sendo criadas várias versões que utilizavam munições de revólver.

Primeira e Segundas Guerras Mundiais

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Nas décadas que precederam a Primeira Guerra Mundial as espingardas ou fuzis em serviço nos diversos exércitos começaram a ser de menor tamanho, ou através de projectos completamente novos ou da utilização das versões carabina dos fuzis. O fuzil Mosin-Nagant russo, viu o comprimento do seu cano ser reduzido de 800 mm no Modelo 1891, para 730 mm em 1930 e para 510 mm em 1938. O cano da Mauser 98 passou de 740 mm na versão Gewehr 98 para 600 mm na versão Karabiner 98k, adoptado como arma longa padrão do Exército Alemão em 1935.

Versão Carabina da Pistola Parabellum

Durante a Primeira Guerra Mundial, os combates a curta distância nas trincheiras, levaram à necessidade de armas facilmente manejáveis em espaços restritos. Para essa função os alemães utilizaram as versões Carabinas das suas pistolas Mauser C96 e Parabellum, que consistiam essencialmente no acrescentamento de uma coronha às armas, permitindo-lhes um tiro mais preciso.

A experiência dos combates da Segunda Guerra Mundial levou à mudança dos critérios para a selecção das armas de infantaria. Ao contrário da Primeira Guerra Mundial que foi uma guerra estática com linhas fixas, a Segunda Guerra foi uma guerra de movimento, com combates frequentes em cidades, florestas e outras áreas de mobilidade e visibilidade reduzidas. A maioria dos recontros davam-se a distâncias inferiores a 300 metros e o inimigo apenas se expunha ao fogo durante breves instantes, quando se movia de uma abrigo para outro. Era realizado fogo de supressão, ou seja fogo que não era apontado directamente a um combatente inimigo, mas na direcção das tropas adversárias com a intenção de lhes impedir os movimentos e os seus ataques. Estas situações requeriam não uma fuzil pesado e de longo alcance mas sim uma arma leve, de menor potência de fogo, mas com maior cadência de tiro com maiores hipóteses de atingir o inimigo durante os breves instantes em que se expunha. Além das munições mais leves e da capacidade de fogo automático ou semiautomático, as novas armas tinham um cano mais curto, tornando a arma mais compacta e fácil de usar em espaços apertados.

Nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, os alemães experimentaram carabinas de fogo selectivo. Devido à potência da munição usada, a arma tinha um grande recuo que a impedia de funcionar correctamente em tiro automático. Foi então desenvolvida uma munição intermédia, a 7,92 x 33 mm (Kurz) que foi usada no fuzil de assalto Sturmgewehr 44 (StG44).

Durante o período da Guerra Fria, a União Soviética adoptou uma arma semelhante ao StG44, a AK-47, que se tornou a arma padrão da sua infantaria. Os Estados Unidos criaram a Carabina M2, uma versão de fogo selectivo da Carabina M1 usada na Segunda Guerra Mundial.

Carabina M4, uma derivação compacta do fuzil M16.

Ainda que os países da NATO não tenham adoptado um cartucho intermediário, continuaram a tendência de criar fuzis de assalto mais pequenos e ligeiros. A NATO adoptou a munição de 7,62 x 51 mm, com uma potência entre a .30-06 Springfield e a .308 Winchester, que foi utilizada em armas tais como o M14, a FN FAL e a G3.

Na década de 1960 os Estados Unidos adotaram a munição de 5,56 x 45 mm. Esta munição era menor e mais leve que a da AK-47, possui maior velocidade e aproximadamente a mesma energia. Vários países da NATO seguiram os europeus nesta tendência, mantendo a munição de 7,62 mm apenas para armas de precisão de longo alcance. A munição de 5,56 mm levou à adoção de armas de assalto compactas, denominadas Carabinas, como a M4A1.

Referências

  1. Si vis pacem , para bellum (5 de fevereiro de 2017). «How a Karabiner Model 1931 works». YouTube (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2021 
  2. Beard, Ross E. Carbine : the story of David Marshall Williams. Williamstown, NJ: Phillips, 1997. ISBN 0-932572-26-X OCLC 757855022
  3. «Carbine». Merriam-Webster Online Dictionary (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2021 
  4. a b «Carabin». Oxford English Dictionary (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2021 
  5. «Carbine (n.)». Online Etymology Dictionary (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2021 
  6. «Carbine». Dictionary.com (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2021 
  7. Houghton Mifflin Harcourt (2016). «Carbine». The American Heritage Dictionary of the English Language (5ª ed.) (em inglês) via thefreedictionary.com. Consultado em 27 de junho de 2021 
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