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Becrux

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Coordenadas: Sky map 12h 47m 43.26877s, −59° 41′ 19.5792″

β Crucis
Dados observacionais (J2000)
Constelação Crux
Asc. reta 12h 47m 43,3s[1]
Declinação –59° 41′ 19,6″[1]
Magnitude aparente 1,25[2]
Características
Tipo espectral B0.5 III[3] / B2V[4]
Cor (U-B) -0,98[2]
Cor (B-V) –0,23[2]
Variabilidade Beta Cephei[3]
Astrometria
Velocidade radial +15,6 km/s[1]
Mov. próprio (AR) −42,97 mas/a[1]
Mov. próprio (DEC) -16,18 mas/a[1]
Paralaxe 11,71 ± 0,98 mas [1]
Distância 280 ± 20 anos-luz
85 ± 7 pc
Magnitude absoluta -3,42
Detalhes
Massa 16[3] M
Raio 8,4 ± 0,6[3] R
Gravidade superficial 3,6 ± 0,1 cgs[3] (log g)
Luminosidade 34 000[3] L
Temperatura 27 000 ± 1 000[3] K
Metalicidade [Fe/H] = –0,08[5]
Rotação 35 km/s (3,6 dias)[3]
Idade 8 a 11 milhões[3] de anos
Outras denominações
Mimosa, Becrux, Beta Crucis, CPD-59 4451, FK5 481, HR 4853, HD 111123, HIP 62434, SAO 240259.[1]
Becrux

Beta Crucis (β Cru, β Crucis), também conhecida como Becrux ou Mimosa,[6] é a segunda estrela mais brilhante da constelação de Crux e a 19ª do céu noturno, com uma magnitude aparente de 1,25. É parte do proeminente asterismo do Cruzeiro do Sul, que aparece em diversas bandeiras nacionais.[7][3] Localiza-se muito ao sul para ter um nome próprio tradicional, atribuído pelos povos antigos. O nome Becrux é uma contração da letra grega Beta e da palavra Crux, enquanto Mimosa é uma designação mais recente, possivelmente em referência à flor homônima.[7]

Com base em medições de paralaxe, Beta Crucis está localizada a aproximadamente 280 anos-luz (86 pc) da Terra.[1] Em 1957, o astrônomo alemão Wulff-Dieter Heintz descobriu que a estrela é uma binária espectroscópica com componentes que estão muito próximos um do outro para serem diferenciados por telescópio.[8] O par completa uma órbita a cada 5 anos com uma separação estimada que varia entre 5,4 e 12,0 UA.[4] O sistema possui uma idade de apenas 8 a 11 milhões de anos.[3]

A estrela primária, Beta Crucis A, é uma estrela massiva com cerca de 16 vezes a massa solar. Sua velocidade de rotação projetada é de cerca de 35 km/s, mas como a inclinação da estrela é baixa, a velocidade de rotação real é muito maior, cerca de 120 km/s. Com um raio de cerca de 8,4 vezes o raio solar, isso significa que a estrela tem um período de rotação de apenas 3,6 dias.[3]

Beta Crucis A é uma estrela variável do tipo Beta Cephei, variando alguns de milésimos de magnitude com períodos de 4,588, 4,028, 4,386, 6,805 e 8,618 horas.[7] Tem um tipo espectral incerto, com fontes indicando B0.5 III,[3] o que a tornaria uma estrela gigante, B0.5 IV,[1] uma subgigante, e até B2 V, uma estrela da sequência principal.[4][7] Sua atmosfera externa irradia 34 000 vezes a energia do Sol a uma temperatura efetiva de cerca de 27 000 K,[3] o que lhe dá um tom azul-branco característico de estrelas de classe B.[9] Está gerando um forte vento estelar e provavelmente está perdendo cerca de 10–8 vezes a massa do Sol por ano, o equivalente à massa do Sol a cada 100 milhões de anos O vento está saindo do sistema com uma velocidade de 2 000 km/s ou mais.[3]

O componente secundário do sistema pode ser uma estrela da sequência principal de classe B2.[4] Em 2007, um terceiro componente foi descoberto, que pode ser uma estrela pré-sequência principal de baixa massa. A uma separação de pelo menos 350 UA, leva no mínimo 1 600 anos para completar uma órbita.[3][7] Emissões de raio-X dessa estrela foram detectadas no Observatório de raios-X Chandra. Duas outras estrelas, localizadas a 44 e 370 segundos de arco, provavelmente são companheiras ópticas que não estão associadas fisicamente ao sistema. O sistema Beta Crucis pode ser membro do sub-grupo Centaurus Inferior-Crux da Associação Scorpius-Centaurus, uma associação estelar de estrelas que possuem origem similar.[3]

Em chinês, 十字架 (Shí Zì Jià), significando Crux, refere a um asterismo que consiste de β Crucis, γ Crucis, α Crucis e δ Crucis.[10] β Crucis em si é conhecida como 十字架三 (Shí Zì Jià sān, a Terceira Estrela da Cruz.).[11]

Mimosa é representada nas bandeiras da Austrália, Nova Zelândia e Papua-Nova Guiné como uma das cinco estrelas que compõem o Cruzeiro do Sul. Na bandeira do Brasil, ela representa o estado do Rio de Janeiro.[12]

Referências

  1. a b c d e f g h i «SIMBAD query result - bet Cru». SIMBAD. Centre de Données astronomiques de Strasbourg. Consultado em 19 de abril de 2014 
  2. a b c Johnson, H. L.; et al. (1966), «UBVRIJKL photometry of the bright stars», Communications of the Lunar and Planetary Laboratory, 4 (99), Bibcode:1966CoLPL...4...99J 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o p q Cohen, David H.; et al. (2008), «Chandra spectroscopy of the hot star βCrucis and the discovery of a pre-main-sequence companion», Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 386 (4): 1855–1871, Bibcode:2008MNRAS.386.1855C, doi:10.1111/j.1365-2966.2008.13176.x 
  4. a b c d Aerts, C.; et al. (1998), «Evidence for binarity and multiperiodicity in the beta Cephei star beta Crucis», Astronomy and Astrophysics, 329: 137–146, Bibcode:1998A&A...329..137A 
  5. Kilian, J. (1994), «Chemical abundances in early B-type stars. 5: Metal abundances and LTE/NLTE comparison», Astronomy and Astrophysics, 282 (3): 867–873, Bibcode:1994A&A...282..867K 
  6. Observatório Astronômico de Lisboa: "Lista de Estrelas" [1] em PDF. Página visitada em 4 de julho de 2009.
  7. a b c d e Kaler, James B (10 de julho de 2009). «MIMOSA (Beta Crucis)». Stars. Consultado em 19 de abril de 2014 
  8. Heintz, W. D. (1957), «The radial velocity variation of beta Crucis», The Observatory, 77: 200, Bibcode:1957Obs....77..200H 
  9. «The Colour of Stars», Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation, Australia Telescope, Outreach and Education, 21 de dezembro de 2004, consultado em 16 de janeiro de 2012 
  10. (chinês) 中國星座神話, escrito por 陳久金. Publicado por 台灣書房出版有限公司, 2005, ISBN 978-986-7332-25-7.
  11. (chinês) 香港太空館 - 研究資源 - 亮星中英對照表, Hong Kong Space Museum. Acessado em 23/11/2010.
  12. «Astronomy of the Brazilian Flag». FOTW Flags Of The World website