SlideShare uma empresa Scribd logo
Juros e Spread Bancário 
Atualizado em agosto de 2006, com dados até junho de 2006
Juros e Spread Bancário - Banco Central do Brasil
Juros e Spread Bancário 
Este texto integra a série “Perguntas Mais Freqüentes”, editada 
pela Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin) 
do Banco Central do Brasil, abordando temas econômicos de 
interesse da sociedade. Com essa iniciativa, o Banco Central do Brasil 
vem prestar esclarecimentos sobre diversos assuntos da nossa 
realidade, buscando aumentar a transparência na condução da política 
econômica e a eficácia na comunicação de suas ações.
Juros e Spread Bancário - Banco Central do Brasil
Sumário 
1. Qual é o volume de crédito na economia brasileira? 
Como se distribui? .................................................................. 7 
2. Como os saldos das operações com recursos 
direcionados têm evoluído? ...................................................8 
3. Como se distribui o crédito livre por tipo de tomador? 
Como tem evoluído? ..............................................................9 
4. Como o crédito referenciado em moeda estrangeira 
tem se comportado? ............................................................. 10 
5. Quais as principais modalidades contratuais de 
crédito, em termos de taxas de juros? ................................ 11 
6. Qual é o custo médio dos empréstimos bancários 
no Brasil e qual o spread bancário? .................................. 11 
7. Como tem se comportado o spread das operações 
prefixadas? ........................................................................... 13 
8. Qual a importância dos impostos diretos e indiretos 
para os spreads bancários no Brasil? ................................ 14 
9. Qual a importância dos compulsórios para o spread? ...... 15 
10. A modalidade de operação de crédito influi no spread? ....... 15 
11. Por que o spread bancário é tão diferente nas 
operações com pessoas físicas e jurídicas? ....................... 16 
12. Qual o papel das garantias sobre o spread? ..................... 17 
13. Como os prazos médios das operações de crédito 
do sistema financeiro têm se comportado? ........................ 18 
14. O que o Banco Central vem fazendo para reduzir as 
taxas de juros e os spread bancários? ............................... 18 
15. Qual o efeito da insegurança jurídica ou “risco legal” 
sobre o crédito e o spread bancário?................................. 19 
16. O que é crédito consignado em folha de pagamento? 
Qual a sua evolução recente? ............................................. 20 
17. O que é a Cédula de Crédito Bancário? ............................ 21
18. O que é alienação fiduciária em garantia e qual 
o seu objetivo? ...................................................................... 22 
19. O que é microcrédito? ......................................................... 22 
20. Qual o efeito da nova Lei de Falências e das 
alterações no Código Tributário Nacional sobre o 
mercado de crédito? ............................................................ 23 
21. Quais as medidas implantadas para aumentar 
a concorrência e a transparência no mercado de crédito? ..... 24 
22. O que é o Sistema de Informações de Crédito? ............... 24 
23. Onde posso ler mais sobre juros e spread? ...................... 25 
24. Onde posso obter dados atualizados?................................. 27
7 
Perguntas Mais Freqüentes 
Juros e Spread Bancário 
1. Qual é o volume de crédito na economia brasileira? 
Como se distribui? 
O volume de crédito na economia brasileira alcançou 32,4% do 
PIB em junho de 2006. Da oferta total de crédito nessa data, uma 
parcela significativa diz respeito a repasses e refinanciamentos com 
recursos do BNDES (19,2% do total), assim como recursos bancários 
obrigatoriamente direcionados para atividades específicas, como o 
crédito habitacional (4,8%) e o rural (7,2%). O chamado crédito livre, 
aquele que pode ser alocado a critério do agente financeiro com taxas 
livremente pactuadas entre as partes, representava, em junho de 2006, 
67,9% do total de crédito. 
Gráfico 1 – Composição do crédito (junho de 2006) 
Crédito 
Habitacional 
4,8% 
Outros 
Créditos 
Direcionados 
BNDES 
19,2% 
0,9% 
Fonte: Banco Central do Brasil 
Crédito Livre 
67,9% 
Repasses 
Externos 
7,6% 
Pessoa 
Jurídica 
27,7% 
Crédito Rural 
7,2% 
Pessoa Física 
32,5%
140 
120 
100 
8 
Perguntas Mais Freqüentes 
2. Como os saldos das operações com recursos 
direcionados têm evoluído? 
As operações com recursos direcionados apresentam dois 
comportamentos distintos: 
-Após a forte queda nominal no final do primeiro semestre de 
2001, provocada pelo reconhecimento de “créditos podres, a oferta 
de crédito para habitação apresentou um tênue crescimento nos 
últimos anos; 
-A oferta de crédito para a agricultura e o saldo das operações 
com recursos do BNDES vêm crescendo nos últimos anos, 
acompanhando a expansão da atividade agropecuária e a retomada 
dos investimentos no período. 
Gráfico 2 - Operações com recursos direcionados (R$ bilhões) 
80 
60 
40 
20 
0 
jan 
01 
jul 
01 
jan 
02 
jul 
02 
Fonte: Banco Central do Brasil 
jan 
03 
jul 
03 
jan 
04 
jul 
04 
jan 
05 
jul 
05 
jan 
06 
Habitacional Agricultura BNDES Outros
9 
Perguntas Mais Freqüentes 
3. Como se distribui o crédito livre por tipo de 
tomador? Como tem evoluído? 
O volume total de crédito livre somava R$447,2 bilhões em junho 
de 2006, dos quais R$214,2 bilhões (47,9%) tomados por pessoas 
físicas e R$233,0 bilhões (52,1%) por pessoas jurídicas. Do crédito 
para pessoas jurídicas, R$50,4 bilhões correspondiam a operações 
referenciadas em moeda estrangeira. 
Apesar de o Brasil apresentar uma relação crédito/PIB baixa 
para padrões internacionais, a oferta de créditos livres revela um 
crescimento substancial nos últimos anos. Desde junho de 2000 até 
junho de 2006, a oferta de crédito a taxas livres passou de R$169,1 
bilhões (14,9% do PIB) para R$447,2 bilhões (22,0% do PIB). Esse 
crescimento foi particularmente acentuado no segmento de 
empréstimos para pessoas físicas, que quase quaduplicaram no mesmo 
período. 
Gráfico 3 – Operações com crédito livre (R$ bilhões) 
500 
450 
400 
350 
300 
250 
200 
150 
100 
50 
jun 
00 
dez 
00 
jun 
01 
dez 
01 
Fonte: Banco Central do Brasil 
jun 
02 
dez 
02 
jun 
03 
dez 
03 
jun 
04 
dez 
04 
jun 
05 
dez 
05 
jun 
06 
Pessoa Física Pessoa Jurídica
14 
12 
10 
10 
Perguntas Mais Freqüentes 
4. Como o crédito referenciado em moeda estrangeira 
tem se comportado? 
As operações referenciadas em moeda estrangeira, que incluem 
os Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC), as export 
notes e os repasses de moeda (antiga Resolução 63), apresentaram 
um comportamento recente distinto das demais operações de crédito 
livre da economia, não só porque seu saldo medido em reais variou 
de acordo com a taxa de câmbio, mas também porque a oferta de 
recursos responde à percepção externa do risco Brasil, de natureza 
bastante volátil. Como se percebe no Gráfico 4, o saldo das operações 
externas medido em dólares reduziu-se em 2002, em função do 
encolhimento das linhas de crédito externas a empresas e bancos 
brasileiros, revertendo esta tendência a partir de 2003 mesmo com a 
apreciação do Real. Ao contrário de 2002, entretanto, o 
comportamento recente está mais condicionado a fatores ligados à 
demanda por financiamentos do que a restrições de oferta. 
Gráfico 4 – Operações com recursos externos (US$ bilhões) 
8 
6 
4 
2 
jan 
01 
jul 
01 
jan 
02 
jul 
02 
Fonte: Banco Central do Brasil 
jan 
03 
jul 
03 
jan 
04 
jul 
04 
jan 
05 
jul 
05 
jan 
06 
ACC Rep. Externos Import. Financiadas e outros
11 
Perguntas Mais Freqüentes 
5. Quais as principais modalidades contratuais de 
crédito, em termos de taxas de juros? 
As operações de crédito podem ser contratadas com taxas 
prefixadas, flutuantes ou pós-fixadas. No primeiro caso, estão as 
principais modalidades para pessoa física (crédito pessoal, cheque 
especial e crédito para aquisição de bens) e diversas modalidades 
para pessoas jurídicas, como o hot money, capital de giro, descontos 
de duplicatas e promissórias, vendor1, conta garantida2 e crédito 
para aquisição de bens. 
As operações contratadas a taxas de juros flutuantes incluem 
algumas das modalidades também negociadas a taxas prefixadas, 
mas seus encargos são corrigidos com base em indicadores diários 
como a taxa Selic e a taxa Depósitos Interfinanceiros (DI). É o caso 
do capital de giro, da conta garantida e do crédito para aquisição de 
bens para pessoas jurídicas. 
Entre as operações contratadas a taxas pós-fixadas, estão 
aquelas já mencionadas que envolvem os repasses de recursos do 
exterior (os ACCs, as export notes e as chamadas “Operações 63”). 
Para saber mais sobre a especificidade de cada uma dessas 
categorias, acesse o glossário da “Nota para a Imprensa de Política 
Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”, disponível 
em http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM. 
6. Qual é o custo médio dos empréstimos bancários no 
Brasil e qual o spread bancário? 
A taxa média de juros das operações de crédito livre situava-se 
em 43,2% ao ano em junho de 2006. O spread bancário, diferença 
entre a taxa de aplicação e a taxa de captação dos bancos, alcançava 
1 A operação de vendor é uma cessão de crédito que permite a uma empresa vender seu 
produto a prazo e receber o pagamento à vista. A empresa vendedora transfere seu crédito 
ao banco e recebe o pagamento à vista. 
2 A conta garantida é um “cheque especial” para empresas, ou seja, é um crédito associado à 
conta-corrente de pessoa jurídica, com um determinado limite pré-disponibilizado pelo banco.
64 
58 
52 
46 
40 
34 
28 
22 
16 
10 
12 
Perguntas Mais Freqüentes 
28,0% ao ano na mesma data. O Gráfico 5 apresenta a evolução do 
spread bancário consolidado (inclui operações prefixadas, pós-fixadas 
e flutuantes) desde janeiro de 2001. 
Observe-se que uma característica marcante do mercado de 
crédito no Brasil é a diferença substancial de taxa de juros e spread 
incorridos por tipo de tomador. Com efeito, o spread médio nas 
operações com empresas, da ordem de 13,6% ao ano em junho de 
2006, é aproximadamente 1/3 do spread cobrado nas operações com 
pessoas físicas, que atingia 40,6% no mesmo mês. 
Gráfico 5 – Spread bancário – Operações de crédito livre (% ao ano) 
jan 
01 
jul 
01 
jan 
02 
jul 
02 
Fonte: Banco Central do Brasil 
jan 
03 
jul 
03 
jan 
04 
jul 
04 
jan 
05 
jul 
05 
jan 
06 
Total Geral Pessoas Jurídicas Pessoas Físicas
13 
Perguntas Mais Freqüentes 
7. Como tem se comportado o spread das operações 
prefixadas? 
Recuando a outubro de 1999, observa-se que o spread médio 
das operações prefixadas caiu de 51,3p.p. ao ano para 35,7p.p. ao 
ano em junho de 2006. Essa tendência não foi linear ao longo do 
tempo. Até meados de 2001, observou-se um recuo substancial, 
especialmente nas operações com pessoas físicas. A partir daí, a 
política monetária mais restritiva implicou uma tendência de aumento 
nos spreads, tendência que foi revertida no primeiro semestre de 
2003. Após registrar uma trajetória declinante até meados de 2004, 
a curva do spread praticamente estabilizou-se. 
Gráfico 6 – Spread médio das operações de crédito a taxas prefixadas (p.p.) 
84 
78 
72 
66 
60 
54 
48 
42 
36 
30 
24 
18 
out 
99 
abr 
00 
out 
00 
abr 
01 
out 
01 
Fonte: Banco Central do Brasil 
abr 
02 
out 
02 
abr 
03 
out 
03 
abr 
04 
out 
04 
abr 
05 
out 
05 
abr 
06 
Total Geral Pessoa Jurídica Pessoa Física
14 
Perguntas Mais Freqüentes 
8. Qual a importância dos impostos diretos e indiretos 
para os spreads bancários no Brasil? 
O Banco Central faz uma decomposição contábil do spread 
com dados dos balanços de uma amostra de instituições bancárias, 
procurando explicitar a contribuição, para a sua formação, de 
fatores como os custos administrativos, os impostos diretos e 
indiretos, a inadimplência e a margem líquida das instituições. De 
acordo com os dados mais recentes, publicados no “Relatório de 
Economia Bancária e Crédito - 2005” de dezembro de 2004 
(disponível na página do Banco Central na Internet em http:// 
www.bcb.gov.br/?RELECONCRED), o spread nas operações 
prefixadas em dezembro de 2004 podia ser decomposto em custo 
administrativo (21,6%), despesas com inadimplência (34,0%), 
impostos (17,4%), compulsórios (7,0%), custo do FGC - Fundo 
Garantidor de Crédito (0,3%), e resíduo (19,8%). A parcela 
denominada “resíduo” da decomposição representa a componente 
margem líquida do banco. A Tabela 1 exibe a decomposição do spread 
das operações prefixadas nos componentes acima com dados de 
dezembro de 2001, 2003 e 2004. 
Tabela 1 – Decomposição do spread bancário 
Fonte: Banco Central do Brasil 
Proporção do spread (%) Pontos percentuais (p.p.) 
2001 2003 2004 2001 2003 2004 
1 - Spread total 100,00 100,00 100,00 28,70 30,01 27,20 
2 - Custo administrativo 19,84 21,87 21,56 5,69 6,56 5,86 
3 - Inadimplência 31,04 31,73 33,97 8,91 9,52 9,24 
4 - Custo do compulsório 9,51 6,51 7,00 2,73 1,95 1,90 
Depósitos à vista 9,23 7,09 6,85 2,65 2,13 1,86 
Depósitos a prazo 0,28 (0,57) 0,15 0,08 (0,17) 0,04 
5 - Tributos e taxas 7,10 7,24 8,37 2,04 2,17 2,28 
Impostos indiretos 6,82 6,98 8,11 1,96 2,09 2,21 
Custo do FGC 0,28 0,26 0,26 0,08 0,08 0,07 
6 - Resíduo bruto (1-2-3-4-5) 32,51 32,65 29,10 9,33 9,80 7,92 
7 - Impostos diretos 11,14 9,88 9,30 3,20 2,96 2,53 
8 - Resíduo líquido (6-7) 21,37 22,77 19,80 6,13 6,84 5,39
15 
Perguntas Mais Freqüentes 
9. Qual a importância dos compulsórios para o spread? 
Os recolhimentos compulsórios sobre depósitos bancários 
exigidos pelo Banco Central contribuem para os spreads, uma vez 
que inibem a capacidade do sistema bancário de ampliar a oferta de 
crédito. Atualmente (posição de junho de 2006), a alíquota de depósito 
compulsório incidente sobre recursos à vista é de 45%. Sobre esses 
recursos, incide ainda uma exigibilidade adicional remunerada de 8%. 
Sobre os recursos a prazo e poupança, as alíquotas de recolhimento 
são de 15% e 20%, respectivamente, além das exigibilidades adicionais 
de 8% e 10%. Entretanto, como comentado no item anterior, o 
compulsório foi responsável por somente 7% do spread bancário em 
2004. 
10. A modalidade de operação de crédito influi no 
spread? 
Os spreads divergem substancialmente de acordo com a 
modalidade do contrato. No caso de pessoas físicas, o spread médio 
para aquisição de veículos alcançava 17,8p.p. ao ano em junho de 
2006, enquanto o spread do cheque especial chegava a 130,8p.p. no 
mesmo mês. Circunstância semelhante ocorre nos empréstimos para 
pessoas jurídicas, onde a operação de vendor registrava um custo 
além da taxa de captação bancária de 5,3p.p., frente a 53,6p.p. para 
a modalidade de conta garantida. A Tabela 2 resume os spreads 
praticados nas principais operações prefixadas, por modalidade, para 
as datas-base de dezembro de 2002 a junho 2006.
Modalidade 
Spread 
Pessoa Jurídica 25,0 26,4 23,2 24,5 40,6 
Desconto de Duplicatas 31,4 27,9 22,8 21,7 22,5 
Capital de Giro 14,5 20,1 18,7 17,7 17,5 
Conta Garantida 55,6 54,0 50,3 53,7 53,6 
Aquisição de Bens 13,4 13,6 11,2 11,7 11,2 
Hot money 30,3 37,9 34,9 30,8 36,4 
Vendor 7,1 6,4 4,9 4,9 5,3 
Pessoa Física 54,5 50,9 43,9 42,7 24,9 
Cheque Especial 142,2 128,9 127,8 130,9 130,8 
Crédito Pessoal* 63,4 64,6 50,5 50,7 47,1 
Aquisição de Bens - Veículos 23,4 21,0 18,1 18,5 17,8 
Aquisição de Outros Bens 53,0 55,8 48,9 48,1 34,7 
Total Geral 42,4 41,5 36,1 36,6 35,7 
*Inclui operações consignadas em folha de pagamento 
16 
Perguntas Mais Freqüentes 
Tabela 2 – Spreads nas operações de crédito prefixadas (p.p.) 
dez 02 dez 03 dez 04 dez 05 jun 06 
Fonte: Banco Central do Brasil 
11. Por que o spread bancário é tão diferente nas 
operações com pessoas físicas e jurídicas? 
Entre outros fatores, a inadimplência ajuda a explicar a diferença 
nos spreads incorridos por empresas e por pessoas físicas. Como 
mostra o Grafico 7, o percentual de créditos para pessoa física em 
atraso superior a 90 dias (7,2%), em junho de 2006, era mais de três 
vezes o percentual de atrasos de créditos para empresas (2,3%).
17 
Perguntas Mais Freqüentes 
Gráfico 7 – Inadimplência nas operações de crédito (% de créditos com 
atraso acima de noventa dias) 
9 
8 
7 
6 
5 
4 
3 
2 
1 
jan 
01 
jul 
01 
jan 
02 
jul 
02 
jan 
03 
jul 
03 
jan 
04 
jul 
04 
jan 
05 
jul 
05 
Total Geral Pessoa Jurídica Pessoa Física 
Fonte: Banco Central do Brasil 
12. Qual o papel das garantias sobre o spread? 
jan 
06 
A qualidade das garantias e a segurança quanto à efetiva 
recuperação ou renegociação dos créditos atrasados são fatores 
fundamentais para o custo do crédito. Tome-se como exemplo o 
crédito para a aquisição de veículos, comparativamente às demais 
modalidades de financiamento para pessoas físicas. Na prática, os 
tomadores são os mesmos, com igual risco de crédito. A diferença 
determinante na formação do spread reside no fato de que o veículo 
financiado constitui quase sempre a garantia da operação, e a 
recuperação em caso de não pagamento é relativamente mais simples, 
enquanto as demais modalidades em poucos casos oferecem garantia 
e, em geral, obrigam o credor a um recurso judicial demorado e caro, 
nem sempre bem sucedido.
400 
350 
300 
250 
200 
150 
18 
Perguntas Mais Freqüentes 
13. Como os prazos médios das operações de crédito do 
sistema financeiro têm se comportado? 
O prazo médio das operações de crédito livre vinha apresentando 
um comportamento de redução desde 2001. A partir do início de 2004, 
houve uma pequena recuperação nos prazos médios, situando-se em 
272 dias (cerca de nove meses) em junho de 2006 (Gráfico 8). 
Observe-se que as operações com pessoas físicas apresentam prazos 
mais longos (média de 332 dias, naquela data), quando comparadas 
às operações com empresas (219 dias). 
Gráfico 8 – Prazo médio das operações de crédito (dias) 
jan 
01 
jul 
01 
jan 
02 
jul 
02 
Total Geral Pessoa Jurídica Pessoa Física 
Fonte: Banco Central do Brasil 
jan 
03 
jul 
03 
jan 
04 
jul 
04 
jan 
05 
jul 
05 
jan 
06 
14. O que o Banco Central vem fazendo para reduzir as 
taxas de juros e os spreads bancários? 
Desde 1999, o Banco Central vem se dedicando ao diagnóstico das 
causas dos altos spreads praticados pelos bancos em suas operações de 
crédito, como parte do projeto “Juros e Spread Bancário no Brasil”. 
Esse projeto tem proposto uma série de medidas de longo prazo, voltadas 
para a recuperação de uma cultura de crédito no país e para a redução
19 
Perguntas Mais Freqüentes 
do seu custo. 
São três os principais focos da atuação do Banco Central, como 
parte da estratégia de redução dos juros e spread bancário: 
– promoção de maior transparência e concorrência no mercado 
de crédito, de forma que as instituições disponham de acesso 
às informações relevantes sobre seus clientes para poder 
selecionar e apreçar adequadamente os riscos de suas 
operações. Do ponto de vista dos tomadores, também é 
imprescindível assegurar o acesso a informações transparentes 
sobre custos e condições contratuais; 
– aumento da segurança jurídica dos contratos, permitindo que 
os bancos minimizem as perdas associadas à inadimplência. 
Um sistema judiciário ineficiente inibe a oferta de crédito, 
induzindo os bancos a maior rigor na seleção dos clientes e 
pressionando o prêmio de risco exigido do conjunto de 
tomadores; 
– atuação sobre a cunha fiscal, os compulsórios e a regulação 
bancária, iniciativas que ficam limitadas pelas restrições de 
caráter macroeconômico. 
15. Qual o efeito da insegurança jurídica ou “risco legal” 
sobre o crédito e o spread bancário? 
A insegurança jurídica em relação aos contratos de crédito, ao 
colocar em risco o recebimento dos valores pactuados ou prolongar 
excessivamente sua cobrança judicial, retrai a oferta de crédito e 
aumenta o spread por dois canais: por um lado, pressiona os custos 
administrativos das instituições financeiras, em especial as áreas 
jurídica e de avaliação de risco de crédito; por outro lado, reduz a 
certeza de recebimento da instituição financeira, mesmo numa 
situação de contratação de garantias, pressionando o prêmio de risco, 
ou seja, a taxa adicional para cobertura de não-pagamentos embutida 
no spread. 
Nos últimos anos, diversas iniciativas foram aprovadas pelo 
governo e no âmbito do Legislativo para reduzir o risco de
80 
75 
70 
65 
60 
55 
50 
45 
40 
35 
20 
Perguntas Mais Freqüentes 
inadimplência e os custos associados à morosidade da cobrança 
judicial. Entre estas iniciativas, destacam-se: 
– Aprovação do crédito consignado em folha de pagamento; 
– Aprovação da nova Lei de Falências e de alterações no Código 
Tributário Nacional; 
– Criação da Cédula de Crédito Bancário; 
– Ampliação da alienação fiduciária em garantia; 
– Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito; 
– Reforma do Judiciário. 
16. O que é crédito consignado em folha de pagamento? 
Qual a sua evolução recente? 
Visando ampliar o leque de oferta de crédito ao trabalhador e 
reduzir o spread , a Lei 10.820/2003 autorizou o desconto em folha 
de pagamento de parcelas referentes a empréstimos e financiamentos 
concedidos por instituições financeiras. A grande vantagem desta 
modalidade de crédito é o menor risco de inadimplência, tendo em 
vista que a liquidação do crédito é efetuada diretamente na folha de 
pagamento do trabalhador. Conseqüentemente, a taxa de juros desta 
modalidade contratual tende a ser inferior à taxa cobrada nas 
modalidades com maior risco de crédito (Gráfico 9). 
Gráfico 9 – Taxa de Juros-Crédito Consignado vs. Crédito Pessoal (% a.a.) 
jan 
04 
abr 
04 
jul 
04 
out 
04 
Fonte: Banco Central do Brasil 
jan 
05 
abr 
05 
jul 
05 
out 
05 
jan 
06 
abr 
06 
Crédito Consignado Crédito Pessoal
21 
Perguntas Mais Freqüentes 
Em função da menor taxa de juros, que o torna bastante atrativo 
em relação às demais modalidades, o crédito consignado em folha 
vem apresentando taxas de crescimento bem superiores à média de 
expansão do crédito (Gráfico 10). 
Gráfico 10 – Evolução das Operações de Crédito Consignado vs. Crédito 
Livre (jan 2004 = 100) 
500 
400 
300 
200 
100 
jan 
04 
abr 
04 
jul 
04 
out 
04 
jan 
05 
abr 
05 
jul 
05 
out 
05 
Crédito Consignado Crédito Livre 
Fonte: Banco Central do Brasil 
17. O que é a Cédula de Crédito Bancário? 
jan 
06 
abr 
06 
Para minimizar os custos da inadimplência, reduzindo portanto 
os prêmios de risco implícitos nos spreads, o governo instituiu a Cédula 
de Crédito Bancário (CCB), um instrumento de crédito de trâmite 
judicial simplificado. O principal objetivo do novo instrumento é dar 
maior rapidez aos processos de cobrança levados ao Judiciário. A 
CCB é um título de crédito emitido, por uma pessoa física ou jurídica 
em favor de instituição financeira ou equiparada, representando 
promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de 
crédito, de qualquer modalidade. A CCB é título executivo extrajudicial 
e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível e podem ser 
emitidas com ou sem garantia, real ou fidejussória (caução pessoal; 
fiança), cedularmente constituída.
22 
Perguntas Mais Freqüentes 
18. O que é a alienação fiduciária em garantia e qual o 
seu objetivo? 
A alienação fiduciária é uma forma bastante eficaz de constituir 
garantia nas operações de crédito, pois, na prática, significa a 
transferência da propriedade de um bem ao credor fiduciário. No caso 
de não-pagamento, basta ao credor vender o bem para cobrir a dívida. 
A possibilidade de alienação fiduciária estava restrita, até 1997, 
aos bens móveis, principalmente veículos. Em 1997, a alienação 
fiduciária passou a abranger também bens imóveis e, em 2001, foi 
ampliada para incluir outros bens e direitos, como títulos e demais 
créditos. 
19. O que é microcrédito? 
O microcrédito, desenvolvido a partir de experiências em países 
de baixa renda da Ásia, refere-se a operações de crédito para 
pequenos empreendimentos, em geral de baixo valor unitário. O 
microcrédito é operacionalizado por meio de um processo bastante 
diferente das operações tradicionais, sendo baseado 
fundamentalmente em garantias solidárias entre os diversos tomadores 
dos recursos. 
O microcrédito foi oficializada no país em 1973 e, desde 1992, 
o Banco Central tem se envolvido com estudos e iniciativas neste 
âmbito. Em 2003, medidas adicionais para aumento do crédito à 
população de baixa renda foram tomadas pela Presidência da 
República. Maiores detalhes podem ser obtidos nos textos 
“Democratização do Crédito no Brasil” e “Introdução ao 
Microcrédito”, em http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/ 
democrat.pdf e http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/ 
microcredito.pdf, respectivamente.
23 
Perguntas Mais Freqüentes 
20. Qual o efeito da nova Lei de Falências e das 
alterações no Código Tributário Nacional sobre o 
mercado de crédito? 
A Lei de Falências e as alterações no Código Tributário Nacional, 
aprovadas pelo Congresso Nacional no final de 2004, modernizaram 
a legislação brasileira sobre recuperação de empresas em 
dificuldades. A principal mudança, no que se refere ao mercado de 
crédito, diz respeito à criação de um ambiente institucional mais 
favorável aos contratos, devido à redefinição da ordem de prioridades 
na falência. Ao contrário do que ocorria, os créditos com garantia 
real passam a ser respeitados na eventual liquidação de empresas, 
com a alteração da ordem de preferência dos credores. Além disso, 
foi eliminado o mecanismo de sucessão tributária, regra segundo a 
qual o comprador de bens da massa falida ou de empresa em 
dificuldades se responsabilizava pelas dívidas fiscais e tributárias 
reclamadas. 
Assim, a principal conseqüência da nova Lei de Falências e da 
alteração no Código Tributário Nacional é a abertura da possibilidade 
de reestruturação às empresas economicamente viáveis que passam 
por dificuldades momentâneas, mantendo os empregos, os pagamentos 
aos credores e o pagamento de impostos. Em caso de falência, o fim 
da sucessão tributária possibilita a venda dos ativos sem que os 
mesmos tenham sofrido forte depreciação, permitindo uma 
recuperação mais fácil das empresas em dificuldade. Para maiores 
informações, acesse http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/focus/ 
B20031020-Nova%20Lei%20de%20Falências.pdf, http:// 
www4.bcb.gov.br/?SPREAD5ANO, bem como http:// 
www.bcb.gov.br/ftp/rel_economia_bancaria_credito.pdf.
24 
Perguntas Mais Freqüentes 
21. Quais as medidas implantadas para aumentar a 
concorrência e a transparência no mercado de 
crédito? 
Desde 1999, o Banco Central vem disponibilizando, na internet, 
informações sobre as taxas de juros e os encargos cobrados pelas 
instituições financeiras nas suas operações de crédito, processo 
que tem sido continuamente melhorado e ampliado. Para obter 
informações sobre as taxas de juros praticadas pelos bancos, acesse 
http://www.bcb.gov.br/?TXCRED. 
Em adição, várias ações foram desenvolvidas, entre as quais: 
– Portabilidade de informações cadastrais, isto é, as instituições 
ficam obrigadas a disponibilizar aos clientes, quando solicitadas, 
informações individuais de movimentação financeira nos dois 
últimos anos; 
– Maior transparência nas informações sobre taxas de juros nos 
empréstimos de cheque especial; 
– Incentivo à “bancarização” da população de baixa renda, com 
isenção de tarifas e outros benefícios; 
– Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito; 
– Exigência de maior transparência nos balanços contábeis das 
instituições financeiras; 
– Ampliação e aperfeiçoamento das informações reunidas e 
disseminadas pelo Sistema de Informações de Crédito do Banco 
Central. 
22. O que é o Sistema de Informações de Crédito? 
As instituições financeiras precisam de informações sobre os 
clientes que procuram crédito, para avaliar sua capacidade e 
disposição de pagar. Tal avaliação pode ser efetuada por meio da 
consulta do histórico do cliente em suas operações de crédito e pela 
análise de sua capacidade de pagamento. 
Para a análise de risco de crédito, são muito úteis as centrais 
de informação de crédito, bancos de dados privados ou públicos que
25 
Perguntas Mais Freqüentes 
reúnem informações diversas que caracterizam o risco de o candidato 
ao crédito inadimplir em novas operações. As principais centrais 
brasileiras são o cadastro de cheques sem fundos (administrado pelo 
Banco Central), o Serviço de Proteção ao Crédito (usualmente 
administrado por associações comerciais em diferentes municípios), 
a Serasa, a SCI-Equifax e o Sistema de Informações de Crédito 
(SCR), também gerenciado pelo Banco Central. 
O Sistema de Informações de Crédito é a mais abrangente 
central de informações de crédito no mercado bancário, pois reúne 
informações da totalidade das instituições financeiras. Seus propósitos 
são algo distintos das centrais de informações tradicionais, pois seu objetivo 
é contribuir para que a supervisão bancária antecipe e previna crises no 
sistema financeiro oriundas de problemas nas carteiras de crédito das 
instituições financeiras. 
Parte das informações do Sistema é de uso privativo de algumas 
unidades da área de supervisão bancária do Banco Central, como por exemplo 
os dados do sistema classificatório do risco das operações de crédito. Outras 
informações estão disponíveis para todas as instituições financeiras. 
Informações adicionais podem ser encontradas em http:// 
www.bcb.gov.br/?SCR. 
23. Onde posso ler mais sobre juros e spread? 
Os relatórios anuais do Banco Central de avaliação do projeto 
“Juros e Spread Bancário no Brasil”, disponíveis em http:// 
www.bcb.gov.br/?SPREAD, formam o mais completo painel sobre 
o assunto. Desde 2002, essa publicação passou a constituir o 
“Relatório de Economia Bancária e Crédito”. 
A página do Banco Central na internet dispõe ainda de diversas 
“Notas Técnicas” e “Trabalhos para Discussão” sobre crédito e 
spread bancário. Os caminhos para chegar a elas estão apresentados 
a seguir.
26 
Perguntas Mais Freqüentes 
Notas Técnicas 
35 – Sistema Judicial e Mercado de Crédito no Brasil 
Pedro Fachada , Luiz Fernando Figueiredo e Eduardo Lundberg 
(março/2003) 
em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2003 
nt35sistemajudicialmercadocredbrasilp.pdf. 
21 – Resenha sobre o Spread Bancário 
Fani Léa Cymrot Bader e Victorio Yi Tson Chu (maio/2002) 
em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002 
nt21spreadbancariop.pdf. 
20 – Derivativos de Crédito – Uma Introdução 
Fani Léa Cymrot Bader (abril/2002) 
em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002 
nt20derivativosdecreditop.pdf. 
19 – Os Determinantes do Spread Bancário no Brasil 
Sérgio Mikio Koyama e Márcio I. Nakane (abril/2002) 
em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002 
nt19composicaodospread2p.pdf. 
18 – O Spread Bancário Segundo Fatores de Persistência 
e Conjuntura 
Sérgio Mikio Koyama e Márcio I. Nakane (abril/2002) 
em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002 
nt18fatoresestruturaiseconjunturaisp.pdf. 
Trabalhos para Discussão 
81 – Bank Competition, Agency Costs and the Performance 
of the Monetary Policy 
Leonardo Soriano de Alencar e Márcio I. Nakane (janeiro/2004)
27 
Perguntas Mais Freqüentes 
em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps81.pdf. 
62 – Taxa de Juros e Concentração Bancária no Brasil 
Eduardo Kiyoshi Tonooka e Sérgio Mikio Koyama (fevereiro/ 
2003) 
em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps62.pdf. 
46 – The Determinants of Bank Interest Spread in Brazil 
Tarsila Segalla Afanasieff, Priscilla Maria Villa Lhacer e Márcio 
I. Nakane (Agosto/2002) 
em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps46.pdf. 
12 – A Test of Competition in Brazilian Banking 
Márcio I. Nakane (Março/2001) 
em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps12.pdf. 
24. Onde posso obter dados atualizados? 
Mensalmente, o Banco Central divulga a “Nota para a Imprensa 
de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”, 
com dados atualizados sobre o volume de crédito, novas concessões, 
taxas de juros, spread, prazo médio e inadimplência bancária, entre 
outros. Acesse a referida Nota em http://www.bcb.gov.br/ 
?ECOIMPOM. 
Para encontrar as séries de dados e atualizar todos os gráficos 
e tabelas aqui expostos, pode-se recorrer às séries temporais 
disponíveis na página do Banco Central na internet, em http:// 
www.bcb.gov.br/?SERIESTEMP, seleção por assunto => 
Indicadores de crédito. 
O Banco Central também disponibiliza planilhas em Excel com 
os principais indicadores econômicos em http://www.bcb.gov.br/ 
?INDECO. Os indicadores de crédito encontram-se no Capítulo III 
– Mercado Financeiro e de Capitais.
28 
Perguntas Mais Freqüentes 
Série “Perguntas Mais Freqüentes” 
Banco Central do Brasil 
1. Juros e Spread Bancário 
2. Índices de Preços 
3. Copom 
4. Indicadores Fiscais 
5. Preços Administrados 
6. Gestão da Dívida Mobiliária e 
Operações de Mercado Aberto 
7. Sistema de Pagamentos Brasileiro 
8. Contas Externas 
9. Risco-País
Criação e editoração: 
Secretaria de Relações Institucionais 
Brasília-DF 
Equipe 
André Barbosa Coutinho Marques 
Carolina Freitas Pereira Mayrink 
César Viana Antunes de Oliveira 
Luciana Valle Rosa Roppa 
Marcio Magalhães Janot 
Maria Cláudia Gutierrez 
Maurício Gaiarsa Simões 
Diretor de Política Econômica 
Afonso Sant´Anna Bevilaqua 
Coordenação 
Renato Jansson Rosek
Juros e Spread Bancário - Banco Central do Brasil

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Debate Mobile Payment - O novo mercado de pagamentos, 6/6/2013 - Apresentação...
Debate Mobile Payment - O novo mercado de pagamentos, 6/6/2013 - Apresentação...Debate Mobile Payment - O novo mercado de pagamentos, 6/6/2013 - Apresentação...
Debate Mobile Payment - O novo mercado de pagamentos, 6/6/2013 - Apresentação...
FecomercioSP
 
Banco Pine - Apresentação Institucional 4T12
Banco Pine - Apresentação Institucional 4T12Banco Pine - Apresentação Institucional 4T12
Banco Pine - Apresentação Institucional 4T12
Banco Pine
 
suplemento imobiliario - CRI
suplemento imobiliario - CRIsuplemento imobiliario - CRI
suplemento imobiliario - CRI
Google
 
Bc vai avaliar crise do setor immobiliário
Bc vai avaliar crise do setor immobiliárioBc vai avaliar crise do setor immobiliário
Bc vai avaliar crise do setor immobiliário
Sérgio Sal
 
3Q13 Institutional Presentation
3Q13 Institutional Presentation3Q13 Institutional Presentation
3Q13 Institutional Presentation
Kianne Paganini
 
Mercado de meios de pagamento: uma visão além das manchetes
Mercado de meios de pagamento: uma visão além das manchetesMercado de meios de pagamento: uma visão além das manchetes
Mercado de meios de pagamento: uma visão além das manchetes
Ponto Futuro
 
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
fopemimpe
 
Balanço completo 2012
Balanço completo 2012Balanço completo 2012
Balanço completo 2012
Paraná Banco
 
Apresentação Reunião APIMEC SP 2013
Apresentação Reunião APIMEC SP 2013Apresentação Reunião APIMEC SP 2013
Apresentação Reunião APIMEC SP 2013
Kianne Paganini
 
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 4T14
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 4T14BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 4T14
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 4T14
BI&P - Banco Indusval & Partners - Investor Relations
 
O sistema bancário português bancos com pernas de barro
O sistema bancário português   bancos com pernas de barroO sistema bancário português   bancos com pernas de barro
O sistema bancário português bancos com pernas de barro
GRAZIA TANTA
 
Briefing 20/10
Briefing 20/10Briefing 20/10
Briefing 20/10
Belmmen
 
Apresentação Institucional 1T13
Apresentação Institucional 1T13Apresentação Institucional 1T13
Apresentação Institucional 1T13
Kianne Paganini
 
Apresentação Institucional 4T13
Apresentação Institucional 4T13Apresentação Institucional 4T13
Apresentação Institucional 4T13
Kianne Paganini
 
Apresentação institucional 2014
Apresentação institucional 2014Apresentação institucional 2014
Apresentação institucional 2014
Kianne Paganini
 
Apresentação Institucional 1T4
Apresentação Institucional 1T4Apresentação Institucional 1T4
Apresentação Institucional 1T4
Paraná Banco
 
Apresentação de Marcio Percival
Apresentação de Marcio PercivalApresentação de Marcio Percival
Apresentação de Marcio Percival
CartaCapital
 
Balanço CAIXA 2012
Balanço CAIXA 2012Balanço CAIXA 2012
Balanço CAIXA 2012
CAIXA Notícias
 

Mais procurados (18)

Debate Mobile Payment - O novo mercado de pagamentos, 6/6/2013 - Apresentação...
Debate Mobile Payment - O novo mercado de pagamentos, 6/6/2013 - Apresentação...Debate Mobile Payment - O novo mercado de pagamentos, 6/6/2013 - Apresentação...
Debate Mobile Payment - O novo mercado de pagamentos, 6/6/2013 - Apresentação...
 
Banco Pine - Apresentação Institucional 4T12
Banco Pine - Apresentação Institucional 4T12Banco Pine - Apresentação Institucional 4T12
Banco Pine - Apresentação Institucional 4T12
 
suplemento imobiliario - CRI
suplemento imobiliario - CRIsuplemento imobiliario - CRI
suplemento imobiliario - CRI
 
Bc vai avaliar crise do setor immobiliário
Bc vai avaliar crise do setor immobiliárioBc vai avaliar crise do setor immobiliário
Bc vai avaliar crise do setor immobiliário
 
3Q13 Institutional Presentation
3Q13 Institutional Presentation3Q13 Institutional Presentation
3Q13 Institutional Presentation
 
Mercado de meios de pagamento: uma visão além das manchetes
Mercado de meios de pagamento: uma visão além das manchetesMercado de meios de pagamento: uma visão além das manchetes
Mercado de meios de pagamento: uma visão além das manchetes
 
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
 
Balanço completo 2012
Balanço completo 2012Balanço completo 2012
Balanço completo 2012
 
Apresentação Reunião APIMEC SP 2013
Apresentação Reunião APIMEC SP 2013Apresentação Reunião APIMEC SP 2013
Apresentação Reunião APIMEC SP 2013
 
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 4T14
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 4T14BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 4T14
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 4T14
 
O sistema bancário português bancos com pernas de barro
O sistema bancário português   bancos com pernas de barroO sistema bancário português   bancos com pernas de barro
O sistema bancário português bancos com pernas de barro
 
Briefing 20/10
Briefing 20/10Briefing 20/10
Briefing 20/10
 
Apresentação Institucional 1T13
Apresentação Institucional 1T13Apresentação Institucional 1T13
Apresentação Institucional 1T13
 
Apresentação Institucional 4T13
Apresentação Institucional 4T13Apresentação Institucional 4T13
Apresentação Institucional 4T13
 
Apresentação institucional 2014
Apresentação institucional 2014Apresentação institucional 2014
Apresentação institucional 2014
 
Apresentação Institucional 1T4
Apresentação Institucional 1T4Apresentação Institucional 1T4
Apresentação Institucional 1T4
 
Apresentação de Marcio Percival
Apresentação de Marcio PercivalApresentação de Marcio Percival
Apresentação de Marcio Percival
 
Balanço CAIXA 2012
Balanço CAIXA 2012Balanço CAIXA 2012
Balanço CAIXA 2012
 

Destaque

Aba impianti presenta una serie di incontri sull'Efficienza Energetica
Aba impianti presenta una serie di incontri sull'Efficienza EnergeticaAba impianti presenta una serie di incontri sull'Efficienza Energetica
Aba impianti presenta una serie di incontri sull'Efficienza Energetica
SEIGRADI
 
Diy at incubate
Diy at incubateDiy at incubate
Diy at incubate
Wilbert Baan
 
Multimedia
MultimediaMultimedia
XI Anuário Saber
XI Anuário SaberXI Anuário Saber
XI Anuário Saber
practicepublicidade
 
Pride and prejudice
Pride and prejudicePride and prejudice
Pride and prejudice
smargarcia
 
FORUM_RNP2015_CONVITE
FORUM_RNP2015_CONVITEFORUM_RNP2015_CONVITE
FORUM_RNP2015_CONVITE
Antônio Nunes
 
Untitled Presentation
Untitled PresentationUntitled Presentation
Untitled Presentation
Edson De la O Barquero
 
Terceira idade.
Terceira idade.Terceira idade.
Terceira idade.
Ocappuccino.com
 
La pirateria en mexico
La pirateria en mexicoLa pirateria en mexico
La pirateria en mexico
cac ramirez
 
Malaria aula
Malaria aulaMalaria aula
Paralelepipedos
ParalelepipedosParalelepipedos
Paralelepipedos
cebalseca
 

Destaque (12)

Aba impianti presenta una serie di incontri sull'Efficienza Energetica
Aba impianti presenta una serie di incontri sull'Efficienza EnergeticaAba impianti presenta una serie di incontri sull'Efficienza Energetica
Aba impianti presenta una serie di incontri sull'Efficienza Energetica
 
Caligrafia
CaligrafiaCaligrafia
Caligrafia
 
Diy at incubate
Diy at incubateDiy at incubate
Diy at incubate
 
Multimedia
MultimediaMultimedia
Multimedia
 
XI Anuário Saber
XI Anuário SaberXI Anuário Saber
XI Anuário Saber
 
Pride and prejudice
Pride and prejudicePride and prejudice
Pride and prejudice
 
FORUM_RNP2015_CONVITE
FORUM_RNP2015_CONVITEFORUM_RNP2015_CONVITE
FORUM_RNP2015_CONVITE
 
Untitled Presentation
Untitled PresentationUntitled Presentation
Untitled Presentation
 
Terceira idade.
Terceira idade.Terceira idade.
Terceira idade.
 
La pirateria en mexico
La pirateria en mexicoLa pirateria en mexico
La pirateria en mexico
 
Malaria aula
Malaria aulaMalaria aula
Malaria aula
 
Paralelepipedos
ParalelepipedosParalelepipedos
Paralelepipedos
 

Semelhante a Juros e Spread Bancário - Banco Central do Brasil

Apresentação sobre spread giuliano oliveira 09nov09
Apresentação sobre spread giuliano oliveira 09nov09Apresentação sobre spread giuliano oliveira 09nov09
Apresentação sobre spread giuliano oliveira 09nov09
Pablo Mereles
 
Apostila William CAPRIATA Ofici(1).pdf
Apostila William  CAPRIATA  Ofici(1).pdfApostila William  CAPRIATA  Ofici(1).pdf
Apostila William CAPRIATA Ofici(1).pdf
ThomasThurbanopinto
 
APRESENTAÇÃO CAC
APRESENTAÇÃO CACAPRESENTAÇÃO CAC
APRESENTAÇÃO CAC
INSTITUTO VOZ POPULAR
 
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 2T14
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 2T14BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 2T14
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 2T14
BI&P - Banco Indusval & Partners - Investor Relations
 
Trabalho sobre Taxa de Juros
Trabalho sobre Taxa de JurosTrabalho sobre Taxa de Juros
Trabalho sobre Taxa de Juros
Guilherme Pereira Conte
 
MPI 2010 - Ricardo H. Rocha, FEA-USP
MPI 2010 - Ricardo H. Rocha, FEA-USPMPI 2010 - Ricardo H. Rocha, FEA-USP
MPI 2010 - Ricardo H. Rocha, FEA-USP
Fiesp Federação das Indústrias do Estado de SP
 
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
fopemimpe
 
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
fopemimpe
 
Escriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos Bancários
Escriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos BancáriosEscriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos Bancários
Escriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos Bancários
Jailma Gomez
 
Apresentação Rodrigo Dantas da Roland Berger
Apresentação Rodrigo Dantas da Roland BergerApresentação Rodrigo Dantas da Roland Berger
Apresentação Rodrigo Dantas da Roland Berger
Siq Marketing
 
Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013
Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013
Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013
Fernando Moura
 
Apostila promotores correspondentes
Apostila promotores correspondentesApostila promotores correspondentes
Apostila promotores correspondentes
missaoonline
 
Banco central
Banco centralBanco central
Banco central
Juliana Sarieddine
 
interface_banca-entrevista brasil interface banca e seguros
interface_banca-entrevista brasil interface banca e segurosinterface_banca-entrevista brasil interface banca e seguros
interface_banca-entrevista brasil interface banca e seguros
Ana. Esteves
 
Relatório de Divulgação de Resultados 2T12
Relatório de Divulgação de Resultados 2T12Relatório de Divulgação de Resultados 2T12
Relatório de Divulgação de Resultados 2T12
BI&P - Banco Indusval & Partners - Investor Relations
 
Pine Flash Note: Contas externas e câmbio – variáveis corretas e projeções me...
Pine Flash Note: Contas externas e câmbio – variáveis corretas e projeções me...Pine Flash Note: Contas externas e câmbio – variáveis corretas e projeções me...
Pine Flash Note: Contas externas e câmbio – variáveis corretas e projeções me...
Banco Pine
 
Sistema financeiro ppt 2003
Sistema financeiro ppt 2003Sistema financeiro ppt 2003
Sistema financeiro ppt 2003
José Luís Neves ∴
 
Sistema financeiro ppt 2003
Sistema financeiro ppt 2003Sistema financeiro ppt 2003
Sistema financeiro ppt 2003
José Luís Neves ∴
 
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
economiaufes
 

Semelhante a Juros e Spread Bancário - Banco Central do Brasil (20)

Apresentação sobre spread giuliano oliveira 09nov09
Apresentação sobre spread giuliano oliveira 09nov09Apresentação sobre spread giuliano oliveira 09nov09
Apresentação sobre spread giuliano oliveira 09nov09
 
Apostila William CAPRIATA Ofici(1).pdf
Apostila William  CAPRIATA  Ofici(1).pdfApostila William  CAPRIATA  Ofici(1).pdf
Apostila William CAPRIATA Ofici(1).pdf
 
Spread bancário
Spread bancárioSpread bancário
Spread bancário
 
APRESENTAÇÃO CAC
APRESENTAÇÃO CACAPRESENTAÇÃO CAC
APRESENTAÇÃO CAC
 
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 2T14
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 2T14BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 2T14
BI&P- Indusval- Divulgação de Resultados 2T14
 
Trabalho sobre Taxa de Juros
Trabalho sobre Taxa de JurosTrabalho sobre Taxa de Juros
Trabalho sobre Taxa de Juros
 
MPI 2010 - Ricardo H. Rocha, FEA-USP
MPI 2010 - Ricardo H. Rocha, FEA-USPMPI 2010 - Ricardo H. Rocha, FEA-USP
MPI 2010 - Ricardo H. Rocha, FEA-USP
 
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
 
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
Informativo da secretaria de comércio e serviços 219
 
Escriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos Bancários
Escriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos BancáriosEscriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos Bancários
Escriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos Bancários
 
Apresentação Rodrigo Dantas da Roland Berger
Apresentação Rodrigo Dantas da Roland BergerApresentação Rodrigo Dantas da Roland Berger
Apresentação Rodrigo Dantas da Roland Berger
 
Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013
Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013
Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013
 
Apostila promotores correspondentes
Apostila promotores correspondentesApostila promotores correspondentes
Apostila promotores correspondentes
 
Banco central
Banco centralBanco central
Banco central
 
interface_banca-entrevista brasil interface banca e seguros
interface_banca-entrevista brasil interface banca e segurosinterface_banca-entrevista brasil interface banca e seguros
interface_banca-entrevista brasil interface banca e seguros
 
Relatório de Divulgação de Resultados 2T12
Relatório de Divulgação de Resultados 2T12Relatório de Divulgação de Resultados 2T12
Relatório de Divulgação de Resultados 2T12
 
Pine Flash Note: Contas externas e câmbio – variáveis corretas e projeções me...
Pine Flash Note: Contas externas e câmbio – variáveis corretas e projeções me...Pine Flash Note: Contas externas e câmbio – variáveis corretas e projeções me...
Pine Flash Note: Contas externas e câmbio – variáveis corretas e projeções me...
 
Sistema financeiro ppt 2003
Sistema financeiro ppt 2003Sistema financeiro ppt 2003
Sistema financeiro ppt 2003
 
Sistema financeiro ppt 2003
Sistema financeiro ppt 2003Sistema financeiro ppt 2003
Sistema financeiro ppt 2003
 
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 

Mais de Fábio Fumio Wada

COPOM - Banco Central do Brasil
COPOM - Banco Central do BrasilCOPOM - Banco Central do Brasil
COPOM - Banco Central do Brasil
Fábio Fumio Wada
 
Índices de Preços - Banco Central do Brasil
Índices de Preços - Banco Central do BrasilÍndices de Preços - Banco Central do Brasil
Índices de Preços - Banco Central do Brasil
Fábio Fumio Wada
 
Trabalho de logistica oficial 28-05
Trabalho de logistica oficial 28-05Trabalho de logistica oficial 28-05
Trabalho de logistica oficial 28-05
Fábio Fumio Wada
 
Apresentação logistica
Apresentação logisticaApresentação logistica
Apresentação logistica
Fábio Fumio Wada
 
Mach3 gestão de mkt
Mach3   gestão de mktMach3   gestão de mkt
Mach3 gestão de mkt
Fábio Fumio Wada
 
Miopia em Marketing
Miopia em MarketingMiopia em Marketing
Miopia em Marketing
Fábio Fumio Wada
 

Mais de Fábio Fumio Wada (6)

COPOM - Banco Central do Brasil
COPOM - Banco Central do BrasilCOPOM - Banco Central do Brasil
COPOM - Banco Central do Brasil
 
Índices de Preços - Banco Central do Brasil
Índices de Preços - Banco Central do BrasilÍndices de Preços - Banco Central do Brasil
Índices de Preços - Banco Central do Brasil
 
Trabalho de logistica oficial 28-05
Trabalho de logistica oficial 28-05Trabalho de logistica oficial 28-05
Trabalho de logistica oficial 28-05
 
Apresentação logistica
Apresentação logisticaApresentação logistica
Apresentação logistica
 
Mach3 gestão de mkt
Mach3   gestão de mktMach3   gestão de mkt
Mach3 gestão de mkt
 
Miopia em Marketing
Miopia em MarketingMiopia em Marketing
Miopia em Marketing
 

Juros e Spread Bancário - Banco Central do Brasil

  • 1. Juros e Spread Bancário Atualizado em agosto de 2006, com dados até junho de 2006
  • 3. Juros e Spread Bancário Este texto integra a série “Perguntas Mais Freqüentes”, editada pela Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin) do Banco Central do Brasil, abordando temas econômicos de interesse da sociedade. Com essa iniciativa, o Banco Central do Brasil vem prestar esclarecimentos sobre diversos assuntos da nossa realidade, buscando aumentar a transparência na condução da política econômica e a eficácia na comunicação de suas ações.
  • 5. Sumário 1. Qual é o volume de crédito na economia brasileira? Como se distribui? .................................................................. 7 2. Como os saldos das operações com recursos direcionados têm evoluído? ...................................................8 3. Como se distribui o crédito livre por tipo de tomador? Como tem evoluído? ..............................................................9 4. Como o crédito referenciado em moeda estrangeira tem se comportado? ............................................................. 10 5. Quais as principais modalidades contratuais de crédito, em termos de taxas de juros? ................................ 11 6. Qual é o custo médio dos empréstimos bancários no Brasil e qual o spread bancário? .................................. 11 7. Como tem se comportado o spread das operações prefixadas? ........................................................................... 13 8. Qual a importância dos impostos diretos e indiretos para os spreads bancários no Brasil? ................................ 14 9. Qual a importância dos compulsórios para o spread? ...... 15 10. A modalidade de operação de crédito influi no spread? ....... 15 11. Por que o spread bancário é tão diferente nas operações com pessoas físicas e jurídicas? ....................... 16 12. Qual o papel das garantias sobre o spread? ..................... 17 13. Como os prazos médios das operações de crédito do sistema financeiro têm se comportado? ........................ 18 14. O que o Banco Central vem fazendo para reduzir as taxas de juros e os spread bancários? ............................... 18 15. Qual o efeito da insegurança jurídica ou “risco legal” sobre o crédito e o spread bancário?................................. 19 16. O que é crédito consignado em folha de pagamento? Qual a sua evolução recente? ............................................. 20 17. O que é a Cédula de Crédito Bancário? ............................ 21
  • 6. 18. O que é alienação fiduciária em garantia e qual o seu objetivo? ...................................................................... 22 19. O que é microcrédito? ......................................................... 22 20. Qual o efeito da nova Lei de Falências e das alterações no Código Tributário Nacional sobre o mercado de crédito? ............................................................ 23 21. Quais as medidas implantadas para aumentar a concorrência e a transparência no mercado de crédito? ..... 24 22. O que é o Sistema de Informações de Crédito? ............... 24 23. Onde posso ler mais sobre juros e spread? ...................... 25 24. Onde posso obter dados atualizados?................................. 27
  • 7. 7 Perguntas Mais Freqüentes Juros e Spread Bancário 1. Qual é o volume de crédito na economia brasileira? Como se distribui? O volume de crédito na economia brasileira alcançou 32,4% do PIB em junho de 2006. Da oferta total de crédito nessa data, uma parcela significativa diz respeito a repasses e refinanciamentos com recursos do BNDES (19,2% do total), assim como recursos bancários obrigatoriamente direcionados para atividades específicas, como o crédito habitacional (4,8%) e o rural (7,2%). O chamado crédito livre, aquele que pode ser alocado a critério do agente financeiro com taxas livremente pactuadas entre as partes, representava, em junho de 2006, 67,9% do total de crédito. Gráfico 1 – Composição do crédito (junho de 2006) Crédito Habitacional 4,8% Outros Créditos Direcionados BNDES 19,2% 0,9% Fonte: Banco Central do Brasil Crédito Livre 67,9% Repasses Externos 7,6% Pessoa Jurídica 27,7% Crédito Rural 7,2% Pessoa Física 32,5%
  • 8. 140 120 100 8 Perguntas Mais Freqüentes 2. Como os saldos das operações com recursos direcionados têm evoluído? As operações com recursos direcionados apresentam dois comportamentos distintos: -Após a forte queda nominal no final do primeiro semestre de 2001, provocada pelo reconhecimento de “créditos podres, a oferta de crédito para habitação apresentou um tênue crescimento nos últimos anos; -A oferta de crédito para a agricultura e o saldo das operações com recursos do BNDES vêm crescendo nos últimos anos, acompanhando a expansão da atividade agropecuária e a retomada dos investimentos no período. Gráfico 2 - Operações com recursos direcionados (R$ bilhões) 80 60 40 20 0 jan 01 jul 01 jan 02 jul 02 Fonte: Banco Central do Brasil jan 03 jul 03 jan 04 jul 04 jan 05 jul 05 jan 06 Habitacional Agricultura BNDES Outros
  • 9. 9 Perguntas Mais Freqüentes 3. Como se distribui o crédito livre por tipo de tomador? Como tem evoluído? O volume total de crédito livre somava R$447,2 bilhões em junho de 2006, dos quais R$214,2 bilhões (47,9%) tomados por pessoas físicas e R$233,0 bilhões (52,1%) por pessoas jurídicas. Do crédito para pessoas jurídicas, R$50,4 bilhões correspondiam a operações referenciadas em moeda estrangeira. Apesar de o Brasil apresentar uma relação crédito/PIB baixa para padrões internacionais, a oferta de créditos livres revela um crescimento substancial nos últimos anos. Desde junho de 2000 até junho de 2006, a oferta de crédito a taxas livres passou de R$169,1 bilhões (14,9% do PIB) para R$447,2 bilhões (22,0% do PIB). Esse crescimento foi particularmente acentuado no segmento de empréstimos para pessoas físicas, que quase quaduplicaram no mesmo período. Gráfico 3 – Operações com crédito livre (R$ bilhões) 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 jun 00 dez 00 jun 01 dez 01 Fonte: Banco Central do Brasil jun 02 dez 02 jun 03 dez 03 jun 04 dez 04 jun 05 dez 05 jun 06 Pessoa Física Pessoa Jurídica
  • 10. 14 12 10 10 Perguntas Mais Freqüentes 4. Como o crédito referenciado em moeda estrangeira tem se comportado? As operações referenciadas em moeda estrangeira, que incluem os Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC), as export notes e os repasses de moeda (antiga Resolução 63), apresentaram um comportamento recente distinto das demais operações de crédito livre da economia, não só porque seu saldo medido em reais variou de acordo com a taxa de câmbio, mas também porque a oferta de recursos responde à percepção externa do risco Brasil, de natureza bastante volátil. Como se percebe no Gráfico 4, o saldo das operações externas medido em dólares reduziu-se em 2002, em função do encolhimento das linhas de crédito externas a empresas e bancos brasileiros, revertendo esta tendência a partir de 2003 mesmo com a apreciação do Real. Ao contrário de 2002, entretanto, o comportamento recente está mais condicionado a fatores ligados à demanda por financiamentos do que a restrições de oferta. Gráfico 4 – Operações com recursos externos (US$ bilhões) 8 6 4 2 jan 01 jul 01 jan 02 jul 02 Fonte: Banco Central do Brasil jan 03 jul 03 jan 04 jul 04 jan 05 jul 05 jan 06 ACC Rep. Externos Import. Financiadas e outros
  • 11. 11 Perguntas Mais Freqüentes 5. Quais as principais modalidades contratuais de crédito, em termos de taxas de juros? As operações de crédito podem ser contratadas com taxas prefixadas, flutuantes ou pós-fixadas. No primeiro caso, estão as principais modalidades para pessoa física (crédito pessoal, cheque especial e crédito para aquisição de bens) e diversas modalidades para pessoas jurídicas, como o hot money, capital de giro, descontos de duplicatas e promissórias, vendor1, conta garantida2 e crédito para aquisição de bens. As operações contratadas a taxas de juros flutuantes incluem algumas das modalidades também negociadas a taxas prefixadas, mas seus encargos são corrigidos com base em indicadores diários como a taxa Selic e a taxa Depósitos Interfinanceiros (DI). É o caso do capital de giro, da conta garantida e do crédito para aquisição de bens para pessoas jurídicas. Entre as operações contratadas a taxas pós-fixadas, estão aquelas já mencionadas que envolvem os repasses de recursos do exterior (os ACCs, as export notes e as chamadas “Operações 63”). Para saber mais sobre a especificidade de cada uma dessas categorias, acesse o glossário da “Nota para a Imprensa de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”, disponível em http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM. 6. Qual é o custo médio dos empréstimos bancários no Brasil e qual o spread bancário? A taxa média de juros das operações de crédito livre situava-se em 43,2% ao ano em junho de 2006. O spread bancário, diferença entre a taxa de aplicação e a taxa de captação dos bancos, alcançava 1 A operação de vendor é uma cessão de crédito que permite a uma empresa vender seu produto a prazo e receber o pagamento à vista. A empresa vendedora transfere seu crédito ao banco e recebe o pagamento à vista. 2 A conta garantida é um “cheque especial” para empresas, ou seja, é um crédito associado à conta-corrente de pessoa jurídica, com um determinado limite pré-disponibilizado pelo banco.
  • 12. 64 58 52 46 40 34 28 22 16 10 12 Perguntas Mais Freqüentes 28,0% ao ano na mesma data. O Gráfico 5 apresenta a evolução do spread bancário consolidado (inclui operações prefixadas, pós-fixadas e flutuantes) desde janeiro de 2001. Observe-se que uma característica marcante do mercado de crédito no Brasil é a diferença substancial de taxa de juros e spread incorridos por tipo de tomador. Com efeito, o spread médio nas operações com empresas, da ordem de 13,6% ao ano em junho de 2006, é aproximadamente 1/3 do spread cobrado nas operações com pessoas físicas, que atingia 40,6% no mesmo mês. Gráfico 5 – Spread bancário – Operações de crédito livre (% ao ano) jan 01 jul 01 jan 02 jul 02 Fonte: Banco Central do Brasil jan 03 jul 03 jan 04 jul 04 jan 05 jul 05 jan 06 Total Geral Pessoas Jurídicas Pessoas Físicas
  • 13. 13 Perguntas Mais Freqüentes 7. Como tem se comportado o spread das operações prefixadas? Recuando a outubro de 1999, observa-se que o spread médio das operações prefixadas caiu de 51,3p.p. ao ano para 35,7p.p. ao ano em junho de 2006. Essa tendência não foi linear ao longo do tempo. Até meados de 2001, observou-se um recuo substancial, especialmente nas operações com pessoas físicas. A partir daí, a política monetária mais restritiva implicou uma tendência de aumento nos spreads, tendência que foi revertida no primeiro semestre de 2003. Após registrar uma trajetória declinante até meados de 2004, a curva do spread praticamente estabilizou-se. Gráfico 6 – Spread médio das operações de crédito a taxas prefixadas (p.p.) 84 78 72 66 60 54 48 42 36 30 24 18 out 99 abr 00 out 00 abr 01 out 01 Fonte: Banco Central do Brasil abr 02 out 02 abr 03 out 03 abr 04 out 04 abr 05 out 05 abr 06 Total Geral Pessoa Jurídica Pessoa Física
  • 14. 14 Perguntas Mais Freqüentes 8. Qual a importância dos impostos diretos e indiretos para os spreads bancários no Brasil? O Banco Central faz uma decomposição contábil do spread com dados dos balanços de uma amostra de instituições bancárias, procurando explicitar a contribuição, para a sua formação, de fatores como os custos administrativos, os impostos diretos e indiretos, a inadimplência e a margem líquida das instituições. De acordo com os dados mais recentes, publicados no “Relatório de Economia Bancária e Crédito - 2005” de dezembro de 2004 (disponível na página do Banco Central na Internet em http:// www.bcb.gov.br/?RELECONCRED), o spread nas operações prefixadas em dezembro de 2004 podia ser decomposto em custo administrativo (21,6%), despesas com inadimplência (34,0%), impostos (17,4%), compulsórios (7,0%), custo do FGC - Fundo Garantidor de Crédito (0,3%), e resíduo (19,8%). A parcela denominada “resíduo” da decomposição representa a componente margem líquida do banco. A Tabela 1 exibe a decomposição do spread das operações prefixadas nos componentes acima com dados de dezembro de 2001, 2003 e 2004. Tabela 1 – Decomposição do spread bancário Fonte: Banco Central do Brasil Proporção do spread (%) Pontos percentuais (p.p.) 2001 2003 2004 2001 2003 2004 1 - Spread total 100,00 100,00 100,00 28,70 30,01 27,20 2 - Custo administrativo 19,84 21,87 21,56 5,69 6,56 5,86 3 - Inadimplência 31,04 31,73 33,97 8,91 9,52 9,24 4 - Custo do compulsório 9,51 6,51 7,00 2,73 1,95 1,90 Depósitos à vista 9,23 7,09 6,85 2,65 2,13 1,86 Depósitos a prazo 0,28 (0,57) 0,15 0,08 (0,17) 0,04 5 - Tributos e taxas 7,10 7,24 8,37 2,04 2,17 2,28 Impostos indiretos 6,82 6,98 8,11 1,96 2,09 2,21 Custo do FGC 0,28 0,26 0,26 0,08 0,08 0,07 6 - Resíduo bruto (1-2-3-4-5) 32,51 32,65 29,10 9,33 9,80 7,92 7 - Impostos diretos 11,14 9,88 9,30 3,20 2,96 2,53 8 - Resíduo líquido (6-7) 21,37 22,77 19,80 6,13 6,84 5,39
  • 15. 15 Perguntas Mais Freqüentes 9. Qual a importância dos compulsórios para o spread? Os recolhimentos compulsórios sobre depósitos bancários exigidos pelo Banco Central contribuem para os spreads, uma vez que inibem a capacidade do sistema bancário de ampliar a oferta de crédito. Atualmente (posição de junho de 2006), a alíquota de depósito compulsório incidente sobre recursos à vista é de 45%. Sobre esses recursos, incide ainda uma exigibilidade adicional remunerada de 8%. Sobre os recursos a prazo e poupança, as alíquotas de recolhimento são de 15% e 20%, respectivamente, além das exigibilidades adicionais de 8% e 10%. Entretanto, como comentado no item anterior, o compulsório foi responsável por somente 7% do spread bancário em 2004. 10. A modalidade de operação de crédito influi no spread? Os spreads divergem substancialmente de acordo com a modalidade do contrato. No caso de pessoas físicas, o spread médio para aquisição de veículos alcançava 17,8p.p. ao ano em junho de 2006, enquanto o spread do cheque especial chegava a 130,8p.p. no mesmo mês. Circunstância semelhante ocorre nos empréstimos para pessoas jurídicas, onde a operação de vendor registrava um custo além da taxa de captação bancária de 5,3p.p., frente a 53,6p.p. para a modalidade de conta garantida. A Tabela 2 resume os spreads praticados nas principais operações prefixadas, por modalidade, para as datas-base de dezembro de 2002 a junho 2006.
  • 16. Modalidade Spread Pessoa Jurídica 25,0 26,4 23,2 24,5 40,6 Desconto de Duplicatas 31,4 27,9 22,8 21,7 22,5 Capital de Giro 14,5 20,1 18,7 17,7 17,5 Conta Garantida 55,6 54,0 50,3 53,7 53,6 Aquisição de Bens 13,4 13,6 11,2 11,7 11,2 Hot money 30,3 37,9 34,9 30,8 36,4 Vendor 7,1 6,4 4,9 4,9 5,3 Pessoa Física 54,5 50,9 43,9 42,7 24,9 Cheque Especial 142,2 128,9 127,8 130,9 130,8 Crédito Pessoal* 63,4 64,6 50,5 50,7 47,1 Aquisição de Bens - Veículos 23,4 21,0 18,1 18,5 17,8 Aquisição de Outros Bens 53,0 55,8 48,9 48,1 34,7 Total Geral 42,4 41,5 36,1 36,6 35,7 *Inclui operações consignadas em folha de pagamento 16 Perguntas Mais Freqüentes Tabela 2 – Spreads nas operações de crédito prefixadas (p.p.) dez 02 dez 03 dez 04 dez 05 jun 06 Fonte: Banco Central do Brasil 11. Por que o spread bancário é tão diferente nas operações com pessoas físicas e jurídicas? Entre outros fatores, a inadimplência ajuda a explicar a diferença nos spreads incorridos por empresas e por pessoas físicas. Como mostra o Grafico 7, o percentual de créditos para pessoa física em atraso superior a 90 dias (7,2%), em junho de 2006, era mais de três vezes o percentual de atrasos de créditos para empresas (2,3%).
  • 17. 17 Perguntas Mais Freqüentes Gráfico 7 – Inadimplência nas operações de crédito (% de créditos com atraso acima de noventa dias) 9 8 7 6 5 4 3 2 1 jan 01 jul 01 jan 02 jul 02 jan 03 jul 03 jan 04 jul 04 jan 05 jul 05 Total Geral Pessoa Jurídica Pessoa Física Fonte: Banco Central do Brasil 12. Qual o papel das garantias sobre o spread? jan 06 A qualidade das garantias e a segurança quanto à efetiva recuperação ou renegociação dos créditos atrasados são fatores fundamentais para o custo do crédito. Tome-se como exemplo o crédito para a aquisição de veículos, comparativamente às demais modalidades de financiamento para pessoas físicas. Na prática, os tomadores são os mesmos, com igual risco de crédito. A diferença determinante na formação do spread reside no fato de que o veículo financiado constitui quase sempre a garantia da operação, e a recuperação em caso de não pagamento é relativamente mais simples, enquanto as demais modalidades em poucos casos oferecem garantia e, em geral, obrigam o credor a um recurso judicial demorado e caro, nem sempre bem sucedido.
  • 18. 400 350 300 250 200 150 18 Perguntas Mais Freqüentes 13. Como os prazos médios das operações de crédito do sistema financeiro têm se comportado? O prazo médio das operações de crédito livre vinha apresentando um comportamento de redução desde 2001. A partir do início de 2004, houve uma pequena recuperação nos prazos médios, situando-se em 272 dias (cerca de nove meses) em junho de 2006 (Gráfico 8). Observe-se que as operações com pessoas físicas apresentam prazos mais longos (média de 332 dias, naquela data), quando comparadas às operações com empresas (219 dias). Gráfico 8 – Prazo médio das operações de crédito (dias) jan 01 jul 01 jan 02 jul 02 Total Geral Pessoa Jurídica Pessoa Física Fonte: Banco Central do Brasil jan 03 jul 03 jan 04 jul 04 jan 05 jul 05 jan 06 14. O que o Banco Central vem fazendo para reduzir as taxas de juros e os spreads bancários? Desde 1999, o Banco Central vem se dedicando ao diagnóstico das causas dos altos spreads praticados pelos bancos em suas operações de crédito, como parte do projeto “Juros e Spread Bancário no Brasil”. Esse projeto tem proposto uma série de medidas de longo prazo, voltadas para a recuperação de uma cultura de crédito no país e para a redução
  • 19. 19 Perguntas Mais Freqüentes do seu custo. São três os principais focos da atuação do Banco Central, como parte da estratégia de redução dos juros e spread bancário: – promoção de maior transparência e concorrência no mercado de crédito, de forma que as instituições disponham de acesso às informações relevantes sobre seus clientes para poder selecionar e apreçar adequadamente os riscos de suas operações. Do ponto de vista dos tomadores, também é imprescindível assegurar o acesso a informações transparentes sobre custos e condições contratuais; – aumento da segurança jurídica dos contratos, permitindo que os bancos minimizem as perdas associadas à inadimplência. Um sistema judiciário ineficiente inibe a oferta de crédito, induzindo os bancos a maior rigor na seleção dos clientes e pressionando o prêmio de risco exigido do conjunto de tomadores; – atuação sobre a cunha fiscal, os compulsórios e a regulação bancária, iniciativas que ficam limitadas pelas restrições de caráter macroeconômico. 15. Qual o efeito da insegurança jurídica ou “risco legal” sobre o crédito e o spread bancário? A insegurança jurídica em relação aos contratos de crédito, ao colocar em risco o recebimento dos valores pactuados ou prolongar excessivamente sua cobrança judicial, retrai a oferta de crédito e aumenta o spread por dois canais: por um lado, pressiona os custos administrativos das instituições financeiras, em especial as áreas jurídica e de avaliação de risco de crédito; por outro lado, reduz a certeza de recebimento da instituição financeira, mesmo numa situação de contratação de garantias, pressionando o prêmio de risco, ou seja, a taxa adicional para cobertura de não-pagamentos embutida no spread. Nos últimos anos, diversas iniciativas foram aprovadas pelo governo e no âmbito do Legislativo para reduzir o risco de
  • 20. 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 20 Perguntas Mais Freqüentes inadimplência e os custos associados à morosidade da cobrança judicial. Entre estas iniciativas, destacam-se: – Aprovação do crédito consignado em folha de pagamento; – Aprovação da nova Lei de Falências e de alterações no Código Tributário Nacional; – Criação da Cédula de Crédito Bancário; – Ampliação da alienação fiduciária em garantia; – Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito; – Reforma do Judiciário. 16. O que é crédito consignado em folha de pagamento? Qual a sua evolução recente? Visando ampliar o leque de oferta de crédito ao trabalhador e reduzir o spread , a Lei 10.820/2003 autorizou o desconto em folha de pagamento de parcelas referentes a empréstimos e financiamentos concedidos por instituições financeiras. A grande vantagem desta modalidade de crédito é o menor risco de inadimplência, tendo em vista que a liquidação do crédito é efetuada diretamente na folha de pagamento do trabalhador. Conseqüentemente, a taxa de juros desta modalidade contratual tende a ser inferior à taxa cobrada nas modalidades com maior risco de crédito (Gráfico 9). Gráfico 9 – Taxa de Juros-Crédito Consignado vs. Crédito Pessoal (% a.a.) jan 04 abr 04 jul 04 out 04 Fonte: Banco Central do Brasil jan 05 abr 05 jul 05 out 05 jan 06 abr 06 Crédito Consignado Crédito Pessoal
  • 21. 21 Perguntas Mais Freqüentes Em função da menor taxa de juros, que o torna bastante atrativo em relação às demais modalidades, o crédito consignado em folha vem apresentando taxas de crescimento bem superiores à média de expansão do crédito (Gráfico 10). Gráfico 10 – Evolução das Operações de Crédito Consignado vs. Crédito Livre (jan 2004 = 100) 500 400 300 200 100 jan 04 abr 04 jul 04 out 04 jan 05 abr 05 jul 05 out 05 Crédito Consignado Crédito Livre Fonte: Banco Central do Brasil 17. O que é a Cédula de Crédito Bancário? jan 06 abr 06 Para minimizar os custos da inadimplência, reduzindo portanto os prêmios de risco implícitos nos spreads, o governo instituiu a Cédula de Crédito Bancário (CCB), um instrumento de crédito de trâmite judicial simplificado. O principal objetivo do novo instrumento é dar maior rapidez aos processos de cobrança levados ao Judiciário. A CCB é um título de crédito emitido, por uma pessoa física ou jurídica em favor de instituição financeira ou equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade. A CCB é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível e podem ser emitidas com ou sem garantia, real ou fidejussória (caução pessoal; fiança), cedularmente constituída.
  • 22. 22 Perguntas Mais Freqüentes 18. O que é a alienação fiduciária em garantia e qual o seu objetivo? A alienação fiduciária é uma forma bastante eficaz de constituir garantia nas operações de crédito, pois, na prática, significa a transferência da propriedade de um bem ao credor fiduciário. No caso de não-pagamento, basta ao credor vender o bem para cobrir a dívida. A possibilidade de alienação fiduciária estava restrita, até 1997, aos bens móveis, principalmente veículos. Em 1997, a alienação fiduciária passou a abranger também bens imóveis e, em 2001, foi ampliada para incluir outros bens e direitos, como títulos e demais créditos. 19. O que é microcrédito? O microcrédito, desenvolvido a partir de experiências em países de baixa renda da Ásia, refere-se a operações de crédito para pequenos empreendimentos, em geral de baixo valor unitário. O microcrédito é operacionalizado por meio de um processo bastante diferente das operações tradicionais, sendo baseado fundamentalmente em garantias solidárias entre os diversos tomadores dos recursos. O microcrédito foi oficializada no país em 1973 e, desde 1992, o Banco Central tem se envolvido com estudos e iniciativas neste âmbito. Em 2003, medidas adicionais para aumento do crédito à população de baixa renda foram tomadas pela Presidência da República. Maiores detalhes podem ser obtidos nos textos “Democratização do Crédito no Brasil” e “Introdução ao Microcrédito”, em http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/ democrat.pdf e http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/ microcredito.pdf, respectivamente.
  • 23. 23 Perguntas Mais Freqüentes 20. Qual o efeito da nova Lei de Falências e das alterações no Código Tributário Nacional sobre o mercado de crédito? A Lei de Falências e as alterações no Código Tributário Nacional, aprovadas pelo Congresso Nacional no final de 2004, modernizaram a legislação brasileira sobre recuperação de empresas em dificuldades. A principal mudança, no que se refere ao mercado de crédito, diz respeito à criação de um ambiente institucional mais favorável aos contratos, devido à redefinição da ordem de prioridades na falência. Ao contrário do que ocorria, os créditos com garantia real passam a ser respeitados na eventual liquidação de empresas, com a alteração da ordem de preferência dos credores. Além disso, foi eliminado o mecanismo de sucessão tributária, regra segundo a qual o comprador de bens da massa falida ou de empresa em dificuldades se responsabilizava pelas dívidas fiscais e tributárias reclamadas. Assim, a principal conseqüência da nova Lei de Falências e da alteração no Código Tributário Nacional é a abertura da possibilidade de reestruturação às empresas economicamente viáveis que passam por dificuldades momentâneas, mantendo os empregos, os pagamentos aos credores e o pagamento de impostos. Em caso de falência, o fim da sucessão tributária possibilita a venda dos ativos sem que os mesmos tenham sofrido forte depreciação, permitindo uma recuperação mais fácil das empresas em dificuldade. Para maiores informações, acesse http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/focus/ B20031020-Nova%20Lei%20de%20Falências.pdf, http:// www4.bcb.gov.br/?SPREAD5ANO, bem como http:// www.bcb.gov.br/ftp/rel_economia_bancaria_credito.pdf.
  • 24. 24 Perguntas Mais Freqüentes 21. Quais as medidas implantadas para aumentar a concorrência e a transparência no mercado de crédito? Desde 1999, o Banco Central vem disponibilizando, na internet, informações sobre as taxas de juros e os encargos cobrados pelas instituições financeiras nas suas operações de crédito, processo que tem sido continuamente melhorado e ampliado. Para obter informações sobre as taxas de juros praticadas pelos bancos, acesse http://www.bcb.gov.br/?TXCRED. Em adição, várias ações foram desenvolvidas, entre as quais: – Portabilidade de informações cadastrais, isto é, as instituições ficam obrigadas a disponibilizar aos clientes, quando solicitadas, informações individuais de movimentação financeira nos dois últimos anos; – Maior transparência nas informações sobre taxas de juros nos empréstimos de cheque especial; – Incentivo à “bancarização” da população de baixa renda, com isenção de tarifas e outros benefícios; – Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito; – Exigência de maior transparência nos balanços contábeis das instituições financeiras; – Ampliação e aperfeiçoamento das informações reunidas e disseminadas pelo Sistema de Informações de Crédito do Banco Central. 22. O que é o Sistema de Informações de Crédito? As instituições financeiras precisam de informações sobre os clientes que procuram crédito, para avaliar sua capacidade e disposição de pagar. Tal avaliação pode ser efetuada por meio da consulta do histórico do cliente em suas operações de crédito e pela análise de sua capacidade de pagamento. Para a análise de risco de crédito, são muito úteis as centrais de informação de crédito, bancos de dados privados ou públicos que
  • 25. 25 Perguntas Mais Freqüentes reúnem informações diversas que caracterizam o risco de o candidato ao crédito inadimplir em novas operações. As principais centrais brasileiras são o cadastro de cheques sem fundos (administrado pelo Banco Central), o Serviço de Proteção ao Crédito (usualmente administrado por associações comerciais em diferentes municípios), a Serasa, a SCI-Equifax e o Sistema de Informações de Crédito (SCR), também gerenciado pelo Banco Central. O Sistema de Informações de Crédito é a mais abrangente central de informações de crédito no mercado bancário, pois reúne informações da totalidade das instituições financeiras. Seus propósitos são algo distintos das centrais de informações tradicionais, pois seu objetivo é contribuir para que a supervisão bancária antecipe e previna crises no sistema financeiro oriundas de problemas nas carteiras de crédito das instituições financeiras. Parte das informações do Sistema é de uso privativo de algumas unidades da área de supervisão bancária do Banco Central, como por exemplo os dados do sistema classificatório do risco das operações de crédito. Outras informações estão disponíveis para todas as instituições financeiras. Informações adicionais podem ser encontradas em http:// www.bcb.gov.br/?SCR. 23. Onde posso ler mais sobre juros e spread? Os relatórios anuais do Banco Central de avaliação do projeto “Juros e Spread Bancário no Brasil”, disponíveis em http:// www.bcb.gov.br/?SPREAD, formam o mais completo painel sobre o assunto. Desde 2002, essa publicação passou a constituir o “Relatório de Economia Bancária e Crédito”. A página do Banco Central na internet dispõe ainda de diversas “Notas Técnicas” e “Trabalhos para Discussão” sobre crédito e spread bancário. Os caminhos para chegar a elas estão apresentados a seguir.
  • 26. 26 Perguntas Mais Freqüentes Notas Técnicas 35 – Sistema Judicial e Mercado de Crédito no Brasil Pedro Fachada , Luiz Fernando Figueiredo e Eduardo Lundberg (março/2003) em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2003 nt35sistemajudicialmercadocredbrasilp.pdf. 21 – Resenha sobre o Spread Bancário Fani Léa Cymrot Bader e Victorio Yi Tson Chu (maio/2002) em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002 nt21spreadbancariop.pdf. 20 – Derivativos de Crédito – Uma Introdução Fani Léa Cymrot Bader (abril/2002) em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002 nt20derivativosdecreditop.pdf. 19 – Os Determinantes do Spread Bancário no Brasil Sérgio Mikio Koyama e Márcio I. Nakane (abril/2002) em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002 nt19composicaodospread2p.pdf. 18 – O Spread Bancário Segundo Fatores de Persistência e Conjuntura Sérgio Mikio Koyama e Márcio I. Nakane (abril/2002) em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002 nt18fatoresestruturaiseconjunturaisp.pdf. Trabalhos para Discussão 81 – Bank Competition, Agency Costs and the Performance of the Monetary Policy Leonardo Soriano de Alencar e Márcio I. Nakane (janeiro/2004)
  • 27. 27 Perguntas Mais Freqüentes em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps81.pdf. 62 – Taxa de Juros e Concentração Bancária no Brasil Eduardo Kiyoshi Tonooka e Sérgio Mikio Koyama (fevereiro/ 2003) em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps62.pdf. 46 – The Determinants of Bank Interest Spread in Brazil Tarsila Segalla Afanasieff, Priscilla Maria Villa Lhacer e Márcio I. Nakane (Agosto/2002) em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps46.pdf. 12 – A Test of Competition in Brazilian Banking Márcio I. Nakane (Março/2001) em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps12.pdf. 24. Onde posso obter dados atualizados? Mensalmente, o Banco Central divulga a “Nota para a Imprensa de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”, com dados atualizados sobre o volume de crédito, novas concessões, taxas de juros, spread, prazo médio e inadimplência bancária, entre outros. Acesse a referida Nota em http://www.bcb.gov.br/ ?ECOIMPOM. Para encontrar as séries de dados e atualizar todos os gráficos e tabelas aqui expostos, pode-se recorrer às séries temporais disponíveis na página do Banco Central na internet, em http:// www.bcb.gov.br/?SERIESTEMP, seleção por assunto => Indicadores de crédito. O Banco Central também disponibiliza planilhas em Excel com os principais indicadores econômicos em http://www.bcb.gov.br/ ?INDECO. Os indicadores de crédito encontram-se no Capítulo III – Mercado Financeiro e de Capitais.
  • 28. 28 Perguntas Mais Freqüentes Série “Perguntas Mais Freqüentes” Banco Central do Brasil 1. Juros e Spread Bancário 2. Índices de Preços 3. Copom 4. Indicadores Fiscais 5. Preços Administrados 6. Gestão da Dívida Mobiliária e Operações de Mercado Aberto 7. Sistema de Pagamentos Brasileiro 8. Contas Externas 9. Risco-País
  • 29. Criação e editoração: Secretaria de Relações Institucionais Brasília-DF Equipe André Barbosa Coutinho Marques Carolina Freitas Pereira Mayrink César Viana Antunes de Oliveira Luciana Valle Rosa Roppa Marcio Magalhães Janot Maria Cláudia Gutierrez Maurício Gaiarsa Simões Diretor de Política Econômica Afonso Sant´Anna Bevilaqua Coordenação Renato Jansson Rosek