Expresso InVista #06: Agenda ESG e o Investimento Social Privado lado a lado

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O estudo ‘Investimento Social Privado: estratégias que alavancam a Agenda ESG’, recém lançado pelo IDIS, analisa os dados do ISE B3, Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores do Brasil para entender a contribuição de cada uma das variáveis do ranking para o desempenho de sustentabilidade das organizações respondentes.

O estudo identificou  que as práticas de Investimento Social Privado (ISP) figuram consistentemente entre as dez primeiras colocações das maiores correlações do ranking. Ou seja: empresas que praticam o Investimento Social Privado tendem a ter um melhor desempenho na Agenda ESG como um todo.

Os números reforçam uma defesa que o IDIS e outros atores do ecossistema filantrópico vêm fazendo há anos e apresentam novos elementos para uma atuação mais estratégica e potente. O levantamento também traça um mapa orientador para as empresas avaliarem e prioridades de ISP, engajamento de stakeholders e relacionamento com comunidades. 

Nesta edição do Expresso InVista, destrincharemos alguns dos pontos mais importantes que encontramos nesta análise. Vamos lá?

👣 Antes, um passinho para trás

Você já conhece o significado de Agenda ESG? E de Investimento Social Privado (ISP)?

Apesar de já existir há quase vinte anos, foi em 2020, durante o cenário pandêmico, que a agenda ESG se popularizou, ganhando força especialmente a partir do posicionamento de grandes atores do setor econômico em favor da sustentabilidade corporativa.

Quando falamos do assunto, tratamos principalmente das relações entre iniciativa privada e o mercado financeiro. Ou seja, ao considerar investir em uma empresa, investidores passam a incorporar em seu processo de decisão, questões ambientais, sociais e de governança. Os elementos são considerados critérios importantes para avaliar a qualidade do investimento e os riscos não financeiros.

O investimento social privado (ISP), por sua vez, significa a destinação voluntária e estratégica de recursos em benefício da sociedade. Quando uma empresa decide implementar ações de ISP, ela geralmente procura identificar áreas em que suas ações podem ter o maior impacto positivo possível. Isso significa escolher áreas em que a empresa tenha expertise, recursos ou uma presença significativa, para que suas contribuições sejam mais eficazes e possam gerar mudanças relevantes. Para identificar pontos de sinergia entre o negócio e as oportunidades de investimento social, é necessário conhecer os principais indicadores sociais e ambientais dos locais em que a empresa atua, os elementos chave de sua cadeia de produção, o perfil do beneficiário do programa, entre outros aspectos relevantes.

Este é apenas um pequeno resumo do que representa ambas as práticas. Para você saber mais, preparamos textos informativos com mais detalhes sobre cada um. Confira ‘O que é ESG’ e ‘O que é Investimento Social Privado’.

📊 Investimento Social Privado: estratégias que alavancam a Agenda ESG

O IDIS acredita que para promover transformações socioambientais positivas e longevas, as doações devem ser realizadas com planejamento estratégico ancorado em dados, com indicadores pré-definidos, execução cuidadosa, monitoramento dos resultados e avaliação do seu impacto. 

Isso faz com que haja uma via de mão dupla quando o assunto é Agenda ESG e ISP. Ao passo que a primeira contribui para tomada de decisões do negócio, o ISP traz materialidade e mostra-se relevante para o atingimento de metas e compromissos ESG. A partir deste novo estudo, exploramos a temática em profundidade.

Foi revelado que, durante o período analisado no triênio 2022-2024, em todos os anos, o ISP se manteve entre os 10 pontos com maior correlação com a performance total no ISE B3.

O que isso significa? Entendemos o ISP como um impulsionador das empresas na Agenda ESG. E há algumas razões para isso acontecer:

“Uma estratégia de ISP alinhada à estratégia ESG ajuda a materializar o propósito da organização para seus stakeholders, gerando resultados tangíveis para a empresa e para a sociedade. O investimento de uma empresa em projetos socioambientais pode ser uma boa maneira de engajar diferentes partes interessadas e iniciar agendas coletivas com o poder público e sociedade civil organizada, promovendo benefícios tanto para a sociedade quanto para as empresas. Além disso, contribuiu para que empresas demonstrassem seus compromissos socioambientais de forma clara e robusta, sinalizando para o mercado e consumidores um compromisso real com diferentes causas”, Marcos Alexandre Manoel, diretor de projetos do IDIS.

Outro resultado importante diz respeito ao relacionamento das empresas com a comunidade. Empresas que afirmam dar importância ao protagonismo de atores locais da sociedade civil em suas ações de ISP demonstram uma performance consideravelmente superior em comparação com aquelas que não consideram esse aspecto.

“Diálogos locais, impacto social positivo coerente com a empresa, canais abertos e transparência do ISP movem o ponteiro de atuação e exigem das empresas novos olhares. É preciso, porém, que empresas avancem ainda mais nesta agenda, buscando maneiras de se envolverem com atores locais, atuando em parceria com o Terceiro Setor de maneira complementar. O ISP possui um importante papel: ao construir um relacionamento voltado para a comunidade e o entorno, junto às diretrizes e demandas internas da empresa, as estratégias de investimento socioambiental são mais assertivas, direcionadas e promovem melhorias em territórios”, Felipe Insunza Groba, gerente de projetos do IDIS, e Whilla Castelhano

Quanto às práticas de avaliação, empresas que avaliam o resultado de iniciativas apoiadas por meio de ISP possuem uma performance superior no ISE B3, e também apresentaram um aumento de performance no ranking relativamente alto entre 2022 e 2024. 

“Em termos práticos, a coleta sistemática de indicadores de impacto permite que se olhe, de maneira reflexiva e estratégica, para a eficiência de determinada intervenção social e consequentemente permite a revisão e aprimoramento periódicos com vistas a maximização dos benefícios sociais almejados e gerados. Não raro, projetos sociais acabam por gerar impactos positivos não intencionais e que passariam despercebidos caso não houvesse uma avaliação que levasse em conta, por exemplo, a percepção dos beneficiários quanto às mudanças geradas em suas vidas”, Denise Carvalho, gerente de projetos do IDIS

As discussões realizadas durante o evento de lançamento do estudo estão disponíveis na íntegra. Assista.

🤝 A relação na prática

A metodologia do IDIS parte justamente da ideia de que é preciso conectar o propósito e valores institucionais da empresa aos objetivos estratégicos do investimento social privado e desafios do negócio.

Reconhecendo a importância desse alinhamento, a Brametal se uniu ao IDIS para definir uma estratégia de investimento social conectada à estratégia ESG e aos desafios da empresa e da comunidade. O projeto consistiu na realização de análises, seguida pela construção coletiva dos pilares para atuação da empresa.

Acesse o case completo.

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