Mercado
PUBLICIDADE

Por André Ítalo Rocha — São Paulo


A maioria dos assentos que compõem o tribunal do Cade tem que ser substituída num intervalo de apenas dois meses – e isso já vem causando ansiedade nos advogados concorrenciais e societários.

Quatro dos sete conselheiros encerram praticamente juntos o mandato, entre outubro e novembro deste ano, uma particularidade que é consequência da demora do ex-presidente Jair Bolsonaro em fazer as indicações.

Com mandatos de quatro anos, os conselheiros têm entradas intercaladas, para evitar que trocas simultâneas travem o andamento dos processos concorrenciais – como aconteceu no governo Bolsonaro. Isso porque o quórum exigido para o tribunal é de quatro conselheiros e, por um período, não houve a composição mínima.

No governo Bolsonaro, julgamentos no tribunal do Cade chegaram a ficar suspensos por falta de quórum — Foto: Arquivo/Valor
No governo Bolsonaro, julgamentos no tribunal do Cade chegaram a ficar suspensos por falta de quórum — Foto: Arquivo/Valor

O burburinho sobre as indicações do governo Lula já começou nos corredores de Brasília, mas ainda não há nomes concretos na mesa do presidente quatro meses antes do fim dos mandatos. Deve haver uma negociação com o Congresso, como ocorreu com Bolsonaro, e provavelmente os parlamentares terão uma cota entre os nomeados. Mas normalmente não há um loteamento do Cade sem nomes técnicos. O que preocupa mesmo é um congelamento dos julgamentos pela falta de quórum, outra vez.

"Foi um caos. Já estamos avisando nossos clientes que isso pode acontecer de novo", diz o sócio de um escritório de advocacia que assessora empresas com processos em andamento no Cade.

A julgar pelo histórico de indicações feitas pelo PT em governos passados, advogados esperam um quadro com reconhecimento técnico. No primeiro governo de Lula, por exemplo, o Cade foi presidido pela economista Elizabeth Farina, professora da FEA-USP e também ex-presidente da Unica, a associação da indústria da cana-de-açúcar.

As cadeiras que serão substituídas por indicados de Lula são ocupadas hoje por Lenise Rodrigues Prado, Sergio Costa Ravagnani, Luis Henrique Bertolino Braido e Luiz Augusto Hoffmann. O posto do superintendente-geral, hoje ocupado por Alexandre Barreto de Souza, também fica vago no início do ano que vem — o mandato para este cargo é de dois anos.

Os outros três conselheiros do tribunal, incluindo o atual presidente, Alexandre Cordeiro Macedo, têm mandato até 2025 ou 2026.

Mais recente Próxima Número de gestoras de private equity cai ao menor nível em 20 anos
Mais do Pipeline

Empresa de Mark Zuckerberg já tem parceria com marca de óculos desde 2021

De olho em óculos inteligentes, Meta quer fatia de dona da Ray-Ban

Acionistas da Equatorial, que será investidor de referência, e estrangeiros como GIC buscam um naco

Com demanda alta, Sabesp segura preço em R$ 67 e terá forte rateio

Projeto ainda está na fase de desenvolvimento e tem capacidade de geração de 250MW

Francesa EDF compra parque solar da Volga Energia na Bahia

Calçadista vai pagar R$ 36 milhões para comprar concorrente focada em público A e B

Da quase falência à primeira aquisição: Di Santinni compra Capodarte

Fundadores querem capitalizar a companhia e converter dívida, mas falta convencer o fundo

Na Tok&Stok, Carlyle tira fundadora e família Dubrule tem um plano

Vero e Brasil TecPar chegaram a se inscrever, mas não fizeram oferta

Em leilão, Oi Fibra recebe apenas proposta da Ligga, de Nelson Tanure

Grupo europeu EssilorLuxottica vê a transação como uma oportunidade de acessar o público mais jovem

Dona da Ray-Ban compra Supreme, a marca dos skatistas, por US$ 1,5 bi

Empresa quer usar recursos para expandir para outros países e atingir 40% de receita no exterior até 2027

Netlex, de gestão de contratos, capta R$ 126 milhões com Riverwood Capital

Inácio Melo Neto atingiu 12,5% da varejista antes da capitalização de R$ 12 bi do trio na RJ

Americanas: após diluição, investidor fã de Lemann terá menos de 1%

Multi Renda Urbana, Torre Almirante e Rio Bravo Renda Corporativa têm a maior exposição ao inquilino

Atraso de aluguel da WeWork afeta nove fundos imobiliários