Saúde
PUBLICIDADE

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 21/06/2024 - 11:18

Estudo inovador sobre resposta imune ao Covid-19 e desenvolvimento de vacinas e tratamentos.

Estudo inovador infectou voluntários saudáveis com Covid-19 para entender resposta imune; identificou gene associado à eliminação do vírus. Revelou que alguns têm defesa específica no nariz. Resultados podem guiar desenvolvimento de vacinas e tratamentos para pandemias futuras. Outro estudo apontou variante genética HLA-B*15:01 como fator de proteção contra a doença.

O estudo que revelou por que parte da população não se contamina ao entrar em contato com o novo coronavírus foi o primeiro do tipo "desafio humano", ou seja, que infectou participantes saudáveis de propósito com a Covid-19 para avaliar a ação do patógeno no organismo. Os achados foram publicados na revista científica Nature.

Os resultados apontam que algumas pessoas apresentam uma resposta imune nunca vista antes no nariz, que eliminou o patógeno antes mesmo que ele provocasse a infecção. Além disso, que essa habilidade é associada a níveis elevados de um gene chamado HLA-DQA2.

O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto Wellcome Sanger, da University College of London (UCL) e do Imperial College of London, no Reino Unido, e do Instituto para Câncer da Holanda, além de outras instituições de pesquisa.

Ao todo, 36 adultos sem histórico prévio da infecção ou de vacinação contra a Covid-19 receberam amostras do Sars-CoV-2 pelo nariz. Os cientistas acompanharam todos os detalhes que ocorriam desde o momento em que o indivíduo era exposto ao coronavírus até a contaminação e, no final, a eliminação do patógeno.

Para isso, os pesquisadores monitoravam amostras de sangue, do revestimento interno do nariz e da atividade das células imunológicas. Com uma técnica chamada de sequenciamento de célula única, eles analisaram mais de 600 mil células dos voluntários.

Em todos eles, foram observadas respostas do sistema imune. Mas, entre os participantes que eliminaram imediatamente o vírus, ou seja, que não foram contaminados, não houve uma resposta imune generalizada, como é mais comum, mas sim uma reação sutil e inédita apenas no nariz.

Por outro lado, entre os voluntários que desenvolveram uma infecção sustentada, houve uma rápida resposta imune no sangue, porém de forma mais lenta no nariz, o que permitiu que o coronavírus se estabelecesse e contaminasse o indivíduo.

Para Christopher Chiu, autor do estudo e professor de Doenças Infecciosas da Imperial College of London, os resultados apontam um caminho para novas vacinas e tratamentos:

"Essas descobertas não apenas terão um impacto importante no desenvolvimento de intervenções de próxima geração para o Sars-CoV-2, mas também devem ser generalizáveis para outros surtos e pandemias futuras”, diz em comunicado.

Isso porque o estudo mostrou um retrato sobre a interação de células de defesa, como os leucócitos T, a partir do contato do indivíduo com um vírus invasor em detalhes nunca antes vistos não apenas sobre a Covid-19, mas sobre qualquer processo infeccioso.

“Essas descobertas lançam uma nova luz sobre os eventos iniciais cruciais que permitem que o vírus se instale ou que o eliminem rapidamente antes do desenvolvimento dos sintomas. Agora temos uma compreensão muito maior de toda a gama de respostas imunológicas, o que poderia fornecer uma base para o desenvolvimento de possíveis tratamentos e vacinas que imitem essas respostas protetoras naturais”, afirma Marko Nikoli, também autor do estudo e pesquisador da UCL.

Quatro anos e meio depois que o primeiro infectado pela Covid-19 foi detectado em Wuhan, na China, mais de 700 milhões de casos ao redor do planeta já foram confirmados, e 7 milhões de pessoas perderam a vida pela doença – 711 mil no Brasil.

Outro estudo já apontava resposta nos genes

Antes do novo estudo, trabalhos anteriores já haviam apontado que algumas pessoas não são contaminadas com a Covid-19 graças a seus genes. Um deles publicado também na revista Nature, no ano passado, observou que indivíduos com uma variante genética chamada HLA-B*15:01 tiveram o dobro de probabilidade de desenvolverem um quadro sem sintomas ao serem contaminados pelo Sars-CoV-2.

A mutação foi identificada num grupo de genes chamado de antígenos leucocitários humanos (HLA), que codificam proteínas que são lidas pelo sistema imunológico para identificar o que são agentes externos nocivos, como vírus e bactérias, e desenvolver defesas contra eles.

No caso dos indivíduos com a variante HLA-B*15:01, o estudo mostrou que, mesmo antes da Covid-19 se disseminar pelo planeta, eles já tinham produzido células de memória T para uma parte específica do vírus causador da doença. Os indivíduos nunca haviam tido contato com o novo coronavírus, já que o sangue foi coletado antes da pandemia. Só que foram expostos a outros coronavírus antes, que já circulavam no passado causando resfriados comuns.

No geral, o contato com esses vírus antigos não gera proteção para o Sars-CoV-2. Porém, graças à variante genética, a exposição induziu uma espécie de proteção cruzada. Essa alteração no gene é relativamente comum, prevalente em cerca de 10% da população.

Mais recente Próxima Analgésico comum pode induzir comportamento de risco, sugere pesquisa; saiba qual

Inscreva-se na Newsletter: Saúde em dia

Mais do Globo

Hamish havia sido diagnosticado com neuroblastoma aos cinco anos e faleceu aos sete; Antonya Cooper lutava por mudanças na legislação sobre suicídio assistido na Inglaterra

Morre britânica que admitiu ter matado filho pequeno com doença terminal

Enquanto aeronave descia, os passageiros precisaram ficar em posição fetal para priorizar a segurança

'Pânico no ar': Avião faz pouso de emergência após janela de piloto estourar na Espanha

Estado do Rio é sede de 14 iniciativas que representam mais da metade dos R$ 636 milhões investidos na nova tecnologia no país. Dados serão apresentados em evento nesta terça-feira na capital fluminense

Brasil tem 46 projetos de pesquisa e desenvolvimento de hidrogênio, aponta levantamento da Firjan

Avião de ataque leve é usado pela FAB em operações de vigilância na Amazônia

Força Aérea de Portugal prepara compra de caça Super Tucano da Embraer

Cerca de 55 anos após sua decolagem inaugural, o 737 permanece como um dos aviões de passageiros de maior sucesso já fabricado, ao mesmo passo que se tornou problemático

Boeing 737 Max: relembre os dois acidentes fatais com o avião que também voou de 'porta aberta'

O vereador atribui a Michelle o distanciamento de Bolsonaro de sua filha

O que está por trás da queixa de Carlos Bolsonaro sobre a foto do pai com a bebê de Nikolas

Empresa terá que reestabelecer a conta em até 10 dias

Google confunde ensaio de parto com pornografia infantil, bane conta de publicitária e é condenado na Justiça

Comportamentos apontados por pesquisa americana prolongam a vida inclusive de mulheres e homens que já passaram dos 40 ou 50

Cinco hábitos que podem fazer você viver 20 anos a mais