A atriz Tori Spelling, da série "Barrados do baile", contou recentemente que mantém duas placentas da gestação de seus filhos no freezer de casa. A celebridade de 51 anos revelou em um podcast que guarda o conteúdo há cerca de sete anos e que ela e o marido já comeram parte das placentas em uma refeição. "As pessoas fazem isso o tempo todo, e Dean (McDermott) é um chef incrível. Ele cozinhou, temperou e ficou realmente muito bom", disse.
Segundo Spelling, pessoas guardam ou enterram placentas para dar sorte. E acrescentou que "também é bom comê-las ou transformá-las em comprimidos". Mas será que é mesmo benéfico consumir o órgão que envolve o útero durante a gravidez? As evidências científicas são insuficientes sobre os supostos ganhos para a saúde.
Em uma revisão de estudos da Universidade Northwestern, nos EUA, publicada na revista Archives of Women's Mental Health em 2015, foram analisados dez trabalhos publicados sobre o tema. As pesquisas investigavam alegações de que a placenta seria fonte de vitaminas que poderiam livrar a mulher de depressão, aumentar sua energia, diminuir as dores do parto, ajudar na amamentação ou aumentar os laços entre mães e filhos.
No entanto, os pesquisadores não encontraram dados que sustentassem que o fato de comer a placenta crua, cozida ou em pílulas trouxesse qualquer benefício à saúde. Outro alvo do estudo foi apontar os riscos de comer placenta, órgão que age como um filtro para absorver e proteger o feto em desenvolvimento de toxinas e poluentes. Bactérias ou vírus podem permanecer no tecido da placenta após o nascimento do bebê, por exemplo.
— As mulheres deveriam ter cuidado sobre o que ingerem durante a gravidez e a amamentação, e no caso da placenta não há evidências sobre seus benefícios, muito menos sobre seus riscos — disse a principal autora do estudo, Cynthia Coyle, psicóloga clínica na Universidade Northwestern.
A placenta é responsável por fornecer oxigênio e nutrientes ao feto e remover seus resíduos. O órgão também produz hormônios importantes para a gravidez, como o estrogênio e a progesterona.
Ela é composta por duas partes: a porção materna e a fetal. O endométrio, tecido que reveste o útero, forma o lado materno. Já o córion, membrana que envolve o feto, forma a porção fetal.
De acordo com a Rede D'Or, a prática da placentofagia (consumo da placenta) é cultural e "não tem uma base científica sólida". Em algumas sociedades, o órgão representa fertilidade, saúde e renovação. Na Ásia, o costume de ingerir a placenta é consolidado há século com fins terapêuticos.
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