Saúde
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Por — São Paulo

William Dugal, 34 anos, estava vivendo uma vida normal em 2022, com sua esposa Rebecca acabando de dar à luz uma menina chamada Caroline, quando ele e sua família foram em um casamento e acabaram contraindo Covid-19. Ele, porém, descobriu que além do vírus, foi contaminado com uma rara complicação pós-viral chamada de síndrome de Guillain-Barre.

Uma condição autoimune, na qual o sistema imunológico do paciente ataca parte do sistema nervoso periférico. Ela pode afetar os nervos que controlam o movimento muscular, bem como aqueles que transmitem sensações de dor, temperatura e toque.

Isso pode resultar em fraqueza muscular e perda de sensibilidade nas pernas e/ou braços. A causa exata da síndrome de Guillain-Barré é desconhecida. Mas dois terços dos pacientes relatam sintomas de infecção nas quatro semanas anteriores.

Dugal acabou perdendo toda a capacidade de se mover, engolir ou respirar, mas ainda conseguia pensar com clareza.

“Ele disse que sentia que os dedos dos pés estavam meio dormentes, e pensamos que era por perseguir todos os primos porque ele estava usando botas no casamento, mas isso progrediu rapidamente”, disse Rebecca.

Em poucos dias, a dormência nas pernas piorou e ele não conseguia andar. “Sabia que havia algo significativamente errado”, disse.

O médico procurou o hospital Atrium Health Wake Forest Baptist Hospital, onde foi informado que tinha a condição. Ele afirmou que tinha “plena consciência” de quão ruim era sua situação. “Foi uma sensação muito humilhante quando você percebe que está à mercê do processo e que tem que aceitar o que quer que aconteça”, afirma.

Infelizmente, William disse que seus sintomas pioraram ao longo de um mês no hospital “com complicações após complicações”. Ele logo ficou paralisado e não conseguia engolir ou respirar sem ajuda.

À medida que sua condição piorava, William teve que ser colocado em um respirador, algo que o fez pensar que nunca se recuperaria. "Fiz as pazes com a morte e disse que iria morrer. Olhei para minha esposa e disse a ela para cuidar de nossa filha”, lembra.

William acabou passando duas semanas em um ventilador, após o que desenvolveu pneumonia, seus dois pulmões entraram em colapso e seus níveis de oxigênio caíram perigosamente – o que significava que ele não estava recebendo oxigênio suficiente para o cérebro, o que poderia ser fatal.

O médico chegou a perder 60 quilos e ainda estava sendo alimentado por um tubo de alimentação porque estava fraco demais para engolir. Ele ainda não conseguia sentar-se sozinho ou sair da cama.

Finalmente, nove meses após o diagnóstico chocante e após quase um ano de imobilidade, ele conseguiu andar novamente. À medida que sua mobilidade retornava, ele queria praticar suas habilidades cirúrgicas, e a realidade virtual o ajudou a fazer isso.

Em julho de 2023, ele voltou a trabalhar no mesmo hospital que salvou sua vida e, há quase um ano, vem “colocando pacientes no mesmo tratamento que me salvou no mesmo hospital”, ele disse.

“Foi ótimo poder trabalhar com as mesmas pessoas que me salvaram – terapeutas e cirurgiões.”. Acrescentando: “Tenho mais empatia e uma melhor compreensão da experiência do paciente”, disse ele, “Espero poder fornecer a mesma compaixão e apoio a outras pessoas em situações semelhantes”.

Quais são os sintomas?

A síndrome de Guillain-Barré pode apresentar diferentes graus de manifestação, desde quadros leves, com apenas alteração de sensibilidade nos membros e fraqueza muscular até graves, que incluem paralisia da face e comprometimento da respiração.

Os primeiros sintomas incluem sensação de fraqueza ou formigamento. Eles geralmente começam nas pernas e podem se espalhar para os braços e rosto, em uma progressão ascendente. Outros sintomas incluem: dormência, comichões, dor, problemas de equilíbrio e coordenação, sonolência; dificuldade para respirar, falar e/ou deglutir; retenção urinária; aumento ou queda da pressão arterial; arritmias cardíacas; visão dupla; alteração de reflexo; confusão mental; tremores e até mesmo coma.

A síndrome de Guillain-Barré tem cura?

A maioria dos pacientes com síndrome de Guillain-Barré se recupera. Em geral, a doença progride por um período de quatro a seis semanas. Depois, o paciente evolui com melhora lenta e gradual, mesmo sem tratamento. No entanto, o tratamento ajuda a reduzir o tempo e os danos da doença.

Qual é o tratamento?

A imunoglobulina humana é o tratamento mais comum para a síndrome de Guillain-Barré. Trata-se de uma infusão na veia, por cinco dias seguido, realizado no hospital. Outra opção de tratamento, menos comum, é a plasmaferese, técnica que permite filtrar o plasma do sangue do paciente. Ambos são considerados eficazes para o tratamento da doença.

Dados internacionais mostram que aproximadamente 50% dos pacientes se recuperam totalmente em até seis meses. Em alguns casos, pode haver sequelas como alteração na sensibilidade dos membros e dificuldades motoras. A mortalidade varia de 3% a 5%.

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