Saúde
PUBLICIDADE

Por La Nacion

Existem alguns aspectos da vida que não podem ser negligenciados. Um deles é o exercício físico, responsável por reduzir os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas, fortalecer o sistema imunológico, músculos e ossos, melhorar o humor e potencializar a função cognitiva, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mas dentro do enorme mundo do fitness, existem várias crenças populares que surgiram e que não são verdadeiras. O jornal argentino La Nacion consultou especialistas para desmascarar alguns dos mitos mais frequentes.

'Treinar duas horas por dia é mais eficaz do que 40 minutos ou uma hora'

Para Maia Rastalsky, preparadora física, a afirmação é falsa: “O que importa na hora de se exercitar é a qualidade do estímulo e não a quantidade”, comenta. Para o treinador, às vezes treinar pouco tempo, mas com boa técnica, “é mais eficiente do que fazer atividade física excessiva” e explica que após 30 minutos de atividade o corpo perde capacidade cardiovascular. Quando você ultrapassa os 45 minutos de treinamento, você começa a ficar sem forças. Assim, “não é necessário treinar duas horas por dia, pois em 40 minutos você consegue atingir um alto nível de treinamento, por exemplo, através da técnica HIIT (treinamento intervalado de alta intensidade), que consiste em alternar exercícios de alta intensidade com recuperação”, explica Rastalsky.

Para Javier Furman, cinesiologista e fisioterapeuta, também é importante dar tempo ao corpo para se recuperar. “O ideal seria fazer exercícios em dias alternados e combinar o treino de contração muscular com o trabalho cardiopulmonar”, diz o especialista e explica que se os músculos não tiverem tempo de descanso suficiente, não vão se recuperar e no longo prazo “podemos entrar numa lesão ou desgaste crônico; É por isso que é recomendado fazer exercícios entre 45 e 60 minutos em dias alternados.”

'Se eu levantar muito peso vou inchar'

“Ao levantar peso você vai gerar maior, volume de massa muscular”, diz Furman. Porém, para “se inflar”, a especialista explica que vários fatores entram em jogo: “É preciso ingerir suplementos exógenos, como hormônios ou anabolizantes, que não recomendo porque costumam fazer mal ao organismo. Também depende muito da genética de cada pessoa, uns têm mais facilidade em desenvolver massa muscular do que outros”, enumera a cinesiologista. E obviamente também é fundamental “levantar muito peso constantemente”, destaca Furman.

Especificamente, diz Rastalsky, não devemos ter medo dos exercícios de sustentação de peso ou associá-los ao fato de que os músculos vão ficar maiores, já que “aqueles que procuram 'inchar' usam um sistema de treinamento especial conhecido como hipertrofia sarcoplasmática baseado no aumento do plasma muscular”, revela o treinador. Essa técnica consiste em realizar séries de 8 a 12 repetições com muito peso diariamente. De qualquer forma, ele insiste na necessidade de fazer um trabalho convencional de hipertrofia para manter os músculos fortes.

Um relatório da Clínica Mayo, organização americana especializada em cuidados de saúde e investigação, afirma que o fortalecimento dos músculos é um componente chave na qualidade de vida. Entre seus benefícios está o fato de ajudar a desenvolver ossos fortes, melhorar o equilíbrio e reduzir o risco de quedas. Acrescentam ainda que combate doenças crônicas como artrite, dores nas costas, obesidade e doenças cardíacas.

'Exercícios de impacto como correr desgastam as articulações'

Os exercícios de impacto “são fisiologicamente o que nos definem como espécie”, confessa Furman. A razão, diz o especialista, é que esse tipo de movimento estimula os ossos e as articulações a reparar e regenerar seus tecidos e ajuda a que mais nutrientes cheguem até eles. Esse conceito se aplica a todos os tipos de pessoas, “não importa se há osteoartrite, osteoporose ou osteopenia”, afirma o cinesiologista. No entanto, para aqueles com idade avançada e fragilidade óssea, “não podemos exigir que façam movimentos de alto impacto, mas podemos exigir que façam movimentos moderados”, insiste o especialista. Por sua vez, Rastalsky concorda: “Os exercícios de impacto estão longe de desgastar as articulações. Seu desgaste ocorre por falta de resistência.”

Os fatores que tendem a causar e acelerar o desgaste articular, afirma Marilina Segura, cinesiologista e fisioterapeuta, são “as características ósseas de cada organismo, a idade, a utilização ou não de uma técnica correta na realização da atividade física e a superfície onde ela é praticada. ”

Para cuidar deles, acrescenta Segura, “é preciso manter o peso correto. Assim, o trabalho corporal será menor e as articulações sofrerão menos, pois ficarão mais leves.” A alimentação também desempenha um papel fundamental. Por isso, “ter uma alimentação saudável, ordenada e variada beneficiará o organismo e permitirá um melhor desenvolvimento músculo-esquelético”, afirma Segura. Use também calçado adequado e “esteja atento ao tipo de superfície onde se exercita. Se possível, é aconselhável evitar terrenos planos e duros”, aconselha o cinesiologista.

'Se quero perder peso tenho que treinar com o estômago vazio'

Segundo Furman, não é necessário treinar com o estômago vazio para perder peso: “Dependendo do tipo de dieta que você faz, você pode aumentar o seu metabolismo sem a necessidade de jejum”, afirma o profissional. Quando se deseja reduzir o tecido adiposo por meio do treinamento, “é preciso ganhar flexibilidade metabólica para usar gorduras saudáveis ​​em vez de glicose como substrato energético”, detalha Furman.

O jejum, que permite que o corpo se sinta leve, tornou-se popular nos últimos tempos. Porém, Furman destaca que quem não está habituado a fazê-lo, se ultrapassar o número de horas sem comer e a intensidade do treino nestas condições “pode ficar sem energia, sentir-se fraco e até ficar tonto ou ter queda de pressão."

'Se eu fizer exercícios apenas duas vezes por semana, não verei resultados'

Os especialistas consultados concordam que o melhor é treinar no mínimo três a quatro vezes por semana, mas se por motivos diversos não for possível, “é melhor treinar duas vezes do que nada”, afirma Furman. Nestes casos, o treino adequado seria combinar exercícios aeróbicos com outros exercícios de força para ganhar capacidade muscular e cardiopulmonar.

Segundo Rastalsky, você pode ver resultados treinando duas vezes por semana porque “não depende da quantidade, mas da qualidade dos estímulos”. Nesse processo, ele destaca que para ganhar habilidade é importante ir aos poucos, sem se esforçar demais para evitar o risco de lesões.

Uma vida em movimento garante saúde e bem-estar. Nesse caminho, o importante é fazê-lo com cuidado, equilíbrio e orientação de um profissional, sem cair em extremos.

Mais recente Próxima Estudo afirma que filhos de mães bilíngues processam sons de maneira diferente em seus cérebros

Inscreva-se na Newsletter: Saúde em dia

Mais do Globo

O jogo entre França x Bélgica acontecerá nesta segunda-feira (01), às 13h (de Brasília), a partida terá transmissão da Caz�� TV

França x Bélgica: Saiba onde assistir, horário e prováveis escalações do jogo da Eurocopa 2024

Benefício deste mês começa a ser pago no dia 18. Veja como saber se você tem direito aos valores

Calendário Bolsa Família 2024: datas de pagamento de julho

Opacidade do orçamento secreto volta a vigorar, apesar de o STF ter declarado a prática inconstitucional

Abuso de emendas de relator se repete nas de comissão

Brasil ficou entre os 15 piores, entre 64 países, num campo crítico para a economia moderna: a criatividade

Resultado do Pisa expõe mais uma vez gestão deficiente na educação

Apesar de não ter feriado nacional, julho é marcado por algumas datas comemorativas e alguns estados têm feriado, veja se é o seu

Feriados de Julho: veja as datas comemorativas e as folgas do mês

Sabíamos do El Niño, do aquecimento global e de tudo mais. Houve incapacidade de planejamento e prevenção

Pantanal, a herança que vamos destruir

Politizaram a já anêmica educação brasileira sem oferecer qualquer alternativa didática

Pauta identitária de direita

Segundo o Ipea, aplicação da Lei de Drogas pelo sistema de Justiça atinge de maneira desproporcional os negros

Igualdade na classificação de uso pessoal da maconha

Uma abordagem centrada na saúde pública, em vez da criminalização, pode trazer melhorias significativas

Por que o Congresso deve concordar com o STF sobre maconha