Medicina
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Por — São Paulo

Um em cada três adultos no mundo tem hipertensão, segundo informações do primeiro relatório global sobre o assunto, lançado nesta semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a prevalência entre a população é de 45%, equivalente a 50,7 milhões de brasileiros entre 30 e 79 anos.

A hipertensão aumenta a pressão sobre o coração e os vasos sanguíneos e é um dos principais fatores de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), que é a principal causa de morte no Brasil e no mundo. O Dia Mundial do Coração, comemorado nesta sexta-feira (29) alerta para importância de prevenir e controlar esses fatores de risco, incluindo a pressão alta.

A prevenção e o controle da hipertensão envolve intervenções no estilo de vida e, em alguns casos, medidas farmacológicas. Entre as intervenções no estilo de vida está a prática de atividade física.

— O controle da hipertensão passa pela atividade física também. Indivíduos que fazem atividade física reduzem peso e melhoram a capacidade cardiovascular. Isso pode reduzir e, em alguns casos, até mesmo eliminar a necessidade de medicamentos — diz o cardiologista Ricardo Pavanello, da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Um estudo publicado recentemente na revista científica Journal of Cardiovascular Development and Disease concluiu que adicionar uma quantidade relativamente mínima de movimento, cerca de 7 mil passos por dia, pode reduzir significativamente a pressão arterial elevada em adultos mais velhos.

O novo estudo buscou determinar se idosos com hipertensão poderiam receber esses benefícios aumentando moderadamente a caminhada diária, que é uma das formas de atividade física mais fáceis e populares para essa população.

— Caminhar pelo menos três vezes por semana é uma das recomendações de alteração no estilo de vida para prevenção e controle da hipertensão. Outros fatores incluem cessação do tabagismo, incluindo o uso de cigarros eletrônicos, e dieta balanceada, com baixo consumo de sal — diz Pavanello, que não esteve envolvido no novo estudo.

Os pesquisadores se concentraram em um grupo de idosos com idades entre 68 e 78 anos, que já caminhavam cerca de 4 mil passos por dia.

Depois de consultar estudos existentes, a equipe determinou que acrescentar 3 mil passos diários seria uma meta razoável. Isso também colocaria a maioria dos participantes em 7 mil passos diários, o que está em linha com a recomendação do American College of Sports Medicine.

Os resultados mostraram que a pressão arterial sistólica e diastólica dos participantes diminuiu em média sete e quatro pontos, respectivamente, após a intervenção. Outros trabalhos sugerem que reduções destas magnitudes correspondem a uma redução do risco relativo de mortalidade por todas as causas em 11% e 16% para a mortalidade cardiovascular, além de uma redução de 18% no risco de doença cardíaca e de 36% no risco de AVC.

“É emocionante que uma simples intervenção no estilo de vida possa ser tão eficaz quanto exercícios estruturados e alguns medicamentos”, diz Elizabeth Lefferts, autora principal do artigo, em comunicado.

As descobertas sugerem que o regime de 7 mil passos diários promoveu uma redução da pressão arterial equivalente a observada com medicamentos anti-hipertensivos. Oito dos 21 participantes já tomavam medicamentos anti-hipertensivos e observaram melhorias na pressão arterial sistólica com o aumento da atividade diária.

“Num estudo anterior, descobrimos que quando o exercício é combinado com medicação, o exercício reforça os efeitos da medicação para a pressão arterial por si só. Isso apenas mostra o valor do exercício como terapia anti-hipertensiva. Não pretendemos negar de forma alguma os efeitos da medicação, mas faz parte do arsenal de tratamento”, diz Linda Pescatello, professora de cinesiologia na Faculdade de Agricultura, Saúde e Recursos Naturais, especialista em hipertensão e uma das autoras do estudo.

Os resultados também mostraram que a velocidade da caminhada e duração da caminhada não importavam tanto quanto simplesmente aumentar o total de passos diários.

Além dos fatores já citados acima, como caminhada e alimentação, o controle do estresse é um ponto fundamental.

— Quando a hipertensão está controlada com medicamentos, o estresse é capaz de desequilibrar esse tratamento. Por isso, o controle do estresse é indispensável até para pacientes que usam medicamentos — alerta o cardiologista.

Diante disso, diretrizes da Sociedade Internacional de Hipertensão, publicadas recentemente na revista científica Journal of Hypertension, recomendam uma série de intervenções para reduzir o estresse e, consequentemente, a pressão arterial. São elas:

  • 45 minutos de meditação por dia ou outras estratégias diárias para eliminar o estresse, como respiração profunda, ioga e atenção plena;
  • Praticar a gratidão concentrando-se em coisas positivas pelas quais você pode ser grato e praticar atos de bondade para obter uma sensação de bem-estar;
  • Relaxar com uma música calmante por pelo menos 25 minutos, três vezes por semana;
  • Tirar a mente da rotina diária.

Essas atividades ajudam a reduzir a atividade simpática do cérebro e hormônios do estresse, como o cortisol, o que promove o relaxamento e menos flutuações na frequência cardíaca e na pressão arterial.

Outro ponto importante, segundo Pavanello é a adesão correta ao tratamento para quem precisa usar medicamentos.

— O tratamento da pressão alta é contínuo — pontua o cardiologista.

Por fim, ele orienta que a prevenção da doença cardiovascular deve se iniciar mais precocemente, na infância e adolescência, e não apenas na meia idade.

— É difícil mudarmos comportamentos que já estão cristalizados. A prevenção das doenças cardiovasculares começa com controle do peso e bons hábitos de vida, como alimentação balanceada e prática de atividade física. Não é aceitável que uma cantina comercialize guloseimas ou que existam hambuguerias em frente às escolas, por exemplo. Se quisermos reduzir as doenças cardiovasculares, a atenção com esses fatores precisa começar na infância e adolescência — conclui Pavanello.

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