Saúde
PUBLICIDADE

Por O Globo

A endometriose ocorre quando o tecido especializado que reveste a parte interna do útero, o endométrio, começa a aparecer em outras regiões do corpo, principalmente na região pélvica, como bexiga, rins e ovários. Esse contato, junto a alterações nas taxas de estrogênio, pode levar a inflamações e sangramentos. A doença inflamatória crônica compromete de 10% a 15% das brasileiras em idade fértil, ou seja, entre 12 e 48 anos.

Quais são os sintomas da endometriose?

Mulheres com endometriose costumam sentir muita cólica no período menstrual, já que o endométrio não é totalmente expelido durante a menstruação por ter se deslocado para outras regiões do corpo. Elas também podem experimentar:

  • Sangramentos intestinais, urinários e durante a menstruação;
  • Fadiga e cansaço,
  • Além de dor intensa em relações sexuais.

Os sintomas são atenuados depois da menopausa, quando há queda considerável de produção hormonal entre as mulheres.

Além dos sintomas físicos, a paciente pode manifestar alterações psicológicas, como distúrbios de sono e depressão.

Quais são os riscos de quem tem endometriose?

A ginecologista Maria Cecilia Erthal, especialista em reprodução humana assistida, afirma que, em 50% dos casos, geralmente em quadros moderados e graves, a mulher se torna infértil:

— Não é que seja uma infertilidade definitiva. Ela vai ter dificuldade em engravidar, que pode ser resolvida de forma simples ou pode depender de procedimento cirúrgico para ajudar. A outra metade das pacientes com a doença desenvolvem quadros leves e moderados, e podem engravidar espontaneamente.

Causas da endometriose

Por se tratar de uma doença descoberta recentemente, as causas ainda são misteriosas. No entanto, existe um forte indicativo de fator genético, e é mais comum entre mulheres que começaram a menstruar antes dos 12 anos e que engravidaram depois dos 35 anos.

Fatores de meio ambiente e estilo de vida também podem levar à doença. Entre eles, falta de atividade física e de sono adequado, estresse e alimentação precária.

Poluição e toxinas presentes no plástico, como o Bisfenol A, liberam substâncias que emulam o estrogênio, hormônio predominante no endométrio, e podem ser fator de risco para a doença.

Endometriose tem cura?

Por se tratar de uma doença crônica, não há cura.

Diagnóstico para endometriose

A recomendação de especialistas é procurar um ginecologista especializado em endometriose ao apresentar fortes cólicas. O médico deve fazer exame clínico minucioso e exames de imagem para fazer o diagnóstico, como ultrassonografia para endometriose e ressonância magnética.

Quais os tratamentos para endometriose?

O tratamento mais convencional envolve o uso contínuo da pílula anticoncepcional ou do DIU medicado para fazer o bloqueio hormonal de modo que a mulher não menstrue e, por não liberar o endométrio, não sinta as dores.

Em pacientes férteis, outro tratamento possível é tentar engravidar com instrumentos de baixa complexidade, como a relação sexual programada e inseminação intrauterina, e de alta complexidade, como fertilização in vitro, recomendada para casos moderados e graves.

Para casos graves, especialistas recomendam procedimentos cirúrgicos de raspagem do endométrio que foi para outros órgãos, principalmente se a doença já tiver afetado as atividades do dia a dia da mulher.

Existe prevenção para a endometriose?

Sim. Apesar de não haver prevenção para a parte genética, mulheres podem controlar fatores ambientais e de hábitos de vida. O diagnóstico precoce também serve como forma de prevenção.

Fontes: Maria Cecilia Erthal, especialista em reprodução humana assistida e diretora médica do Vida Centro de Fertilidade; Simone David, coordenadora do setor de endometriose do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Fontes: Ginecologista Maria Cecilia Erthal, especialista em reprodução humana assistida; Ministério da Saúde; Rede D’Or São Luiz.

Mais recente Próxima Encontros O GLOBO: do diagnóstico à adesão ao tratamento, especialistas abordam desafios da hipertensão

Inscreva-se na Newsletter: Saúde em dia