A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, na noite desta quinta-feira, a suspensão da fabricação, comercialização, distribuição e uso de todos os alimentos em estoque da marca Fugini, como molhos de tomate, conservas vegetais e outros molhos, como maionese e mostardas.
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Anvisa suspende alimentos da Fugini
A medida preventiva foi tomada após uma inspeção identificar falhas de higiene, no controle de qualidade, entre outros fatores que fazem o consumo dos produtos oferecer riscos à saúde.
Essa não é a primeira vez que a autarquia determina a suspensão de um alimento devido à falhas no processo de produção que podem comprometer a sua segurança sanitária.
A medida é algo comum, parte da rígida fiscalização realizada pela agência. Relembre outros 10 casos recentes, entre eles de comidas, preservativos e medicamentos.
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Chocolates da marca Garoto
Lotes de produtos da marca Chocolates Garoto Ltda. foram suspensos e alvo de recolhimento voluntário após suspeita de contaminação detectada em outubro de 2022. Segundo a agência, dois lotes das barras de chocolate ao leite “Castanhas de Caju” e “Castanhas de Caju e Uvas Passas”, ambas de 80g, podem conter fragmentos de vidro após problemas nos equipamentos de produção nas fábricas dos alimentos. São eles os lotes 225212941G e o 225312941G. Não há restrição às demais unidades e aos outros produtos da marca.
Sorvetes da Häagen-Dazs
Em agosto do ano passado, a agência determinou o processo de recolhimento de uma série de produtos da marca Häagen-Dazs com a validade entre 16/5/2023 e 29/6/2023, além de ter proibido a importação, a distribuição, a comercialização e o uso dos produtos.
O procedimento foi parte de um esforço em âmbito mundial depois que foi identificada a substância 2-cloroetanol (2-CE) no ingrediente utilizado na fabricação do sorvete para conferir o sabor baunilha.
A Anvisa explicou na época que os impactos na saúde da substância ainda não são totalmente conhecidos, não sendo possível “descartar a sua genotoxicidade, ou seja, a possibilidade de causar alterações no material genético”. Veja a lista dos produtos suspensos:
- Pote de sorvete Häagen-Dazs Belgian Chocolate – sorvete de chocolate com pedaços de chocolate (473 mL).
- Copinho de sorvete Häagen-Dazs Macadamia Nut Brittle – sorvete sabor baunilha com macadâmia crocante (100 mL).
- Pote de sorvete Häagen-Dazs Macadamia Nut Brittle – sorvete sabor baunilha com macadâmia crocante (473 mL).
- Picolé Häagen-Dazs Vanilla Caramel Almond – sorvete sabor baunilha com calda de caramelo salgado e cobertura de chocolate ao leite com amêndoas 70 g (80 mL).
- Picolé Häagen-Dazs Cookies & Cream – sorvete sabor baunilha com pedaços de biscoito 70 g (80 mL).
Fórmulas infantis
Em março de 2022, o órgão determinou o recolhimento de lotes das fórmulas infantis em pó Human Milk Fortifier, Similac PM 60/40, Similac, Alimentum e EleCare, da empresa Abbott Nutrition, que foram fabricados na cidade de Sturgis, nos Estados Unidos.
A medida foi parte de um alerta internacional feito após a abertura de uma investigação de quatro internações de bebês com menos de seis meses de idade, e um óbito, que consumiram os produtos. Em inspeção da fábrica de Sturgis, foi encontrada uma bactéria nociva em superfícies de áreas de produção das fórmulas infantil em pó.
A agência brasileira proibiu ainda a importação, a comercialização, a distribuição, a propaganda e o uso dos lotes das fórmulas suspeitas. De acordo com a Anvisa, três das crianças que ficaram doentes apresentaram infecções pela bactéria Cronobacter sakazakii, encontrada na fábrica, e a outra por Salmonella Newport.
Procurada pelo GLOBO na época, a Abbott Nutrition explicou que a medida foi tomada em mais de 40 países, entre eles o Brasil, mas que, no momento, nenhum produto nutricional da marca comercializado aqui de forma regular estava afetado pelo recolhimento.
Chocolates da marca Elite
Em maio do ano passado, a Anvisa determinou o recolhimento e proibiu a comercialização, distribuição e importação dos chocolates da marca Elite. “A medida se aplica a todos os lotes do produto e foi motivada por alerta internacional de recolhimento por possível contaminação por Salmonella”, disse a agência na época.
Chocolates da marca Kinder
Um mês antes, a mesma suspeita em relação à salmonella levou a autarquia a proibir a venda e recolher diversos lotes de chocolates da marca Kinder. Inicialmente, eram apenas os chocolates brancos Kinder Choco-Bons, porém depois foi ampliado para todos os Kinder Choco-Bons fabricados na Bélgica. A medida foi tomada seguindo agências internacionais e para reforçar o cuidado, porém os produtos nunca chegaram a ser comercializados no Brasil.
Veja outros produtos suspensos, como preservativos e medicamentos:
Pomadas capilares
Desde o ano passado a agência vinha suspendendo uma série de marcas de pomadas para modelar e trançar cabelos depois de mais de 700 casos de cegueira temporária, ardência nos olhos e outras queixas oculares terem sido associados ao uso dos produtos. Em fevereiro, a Anvisa optou por proibir a comercialização de todas as marcas e começar uma investigação.
Após constatar que a maioria das marcas que causaram problemas apresentava altas concentrações da substância Ceteareth-20, foi permitida a volta de 934 pomadas ao mercado que possuem essa substância abaixo da concentração de 20% em suas fórmulas. As demais seguem suspensas, e novos pedidos para regularização também foram interrompidos enquanto durar a investigação.
Medicamento para a Covid-19
Neste mês, a agência seguiu determinação recente dos Estados Unidos e suspendeu temporariamente a autorização de uso emergencial do medicamento Evusheld para a Covid-19, uma combinação de dois anticorpos monoclonais, Tixagevimabe + Cilgavimabe, produzidos pela AstraZeneca.
O remédio era destinado a casos leves a moderados para pacientes com alto risco de agravamento da doença, como imunocomprometidos. Também era permitido para casos de profilaxia pré-exposição ao vírus por esses grupos, como um método de prevenção.
Devido ao alto custo e difícil acesso, o Evusheld nunca chegou a ser amplamente utilizado no país. Porém, seu aval foi suspenso devido à perda de eficácia observada frente às novas subvariantes da Covid-19, como as sublinhagens da Ômicron.
Preservativos da Blowtex
No mês passado, a Anvisa emitiu uma resolução em que suspendia lotes de preservativos masculinos das marcas Blowtex Zero e Blowtex Sensitive Super Aloe Vera por falhas nos testes de estouro antes do prazo de validade.
“Os lotes suspensos apresentaram falha nos testes de estouro após 3 anos de vida útil dos produtos, o que impossibilita a manutenção de sua validade por até 5 anos, contados da fabricação (como aparecia na embalagem)”, disse em nota enviada ao GLOBO.
O chamado teste de estouro é um dos controles de qualidade para garantir que o preservativo se mantenha íntegro e evite o contato da pele da região genital dos indivíduos envolvidos na relação sexual. O procedimento consiste em pressionar a camisinha com uma tensão máxima de ar até que ela se rompa. Se isso ocorrer antes dos valores estipulados, ela falha no teste por oferecer maior risco de rasgar durante o sexo.
Losartana
Em junho do ano passado, a Anvisa recolheu e proibiu a venda de medicamentos que contêm como princípio ativo a substância losartana, usado para hipertensão arterial, devido à presença da impureza "azido" em concentração maior que a permitida para garantir segurança ao produto.
Porém, um mês depois, os processos foram revogados após o órgão receber novos dados da agência regulatória europeia (EMA, da sigla em inglês) que indicaram padrão de segurança no medicamento. A Anvisa destacou que o medicamento é seguro e recomendou que os pacientes não interrompam o uso.
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Imunoglobulina
Em dezembro do ano passado, a Anvisa determinou o recolhimento e a suspensão de todos os lotes de imunoglobulina humana fabricada pela empresa ICHOR BIOLOGICS PVT LTD por "desvio de qualidade". As imunoglobulinas são proteínas do sistema de defesa do organismo. Em formato de medicamento, são obtidas a partir do plasma humano de doadores saudáveis. Ela é administrada por via intravenosa e essencial no ambiente hospitalar para, por exemplo, o tratamento de doenças inflamatórias e autoimunes.
Segundo a Anvisa, o produto da ICHOR BIOLOGICS PVT LTD apresentou, em todos os lotes, resultado insatisfatório no teste que avalia a presença de pirogênios, substâncias contaminantes que podem causar sintomas como febre, vômitos, tremor e calafrios. Todos os medicamentos injetáveis precisam ser livres dessa substância. O produto suspenso pela Anvisa é comercializado com o nome de IMMUGLO, em um frasco de 100 mL de solução injetável de 50 g/L.