Shows e concertos
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Por — Rio de Janeiro

Doce Maravilha está de casa nova. Depois de uma edição que fez água com um temporal que atrasou shows e transformou a Marina da Glória num lamaçal, em agosto passado, o festival criado por Luiz Guilherme Niemeyer — da Bonus Track, que também esteve à frente do show de Madonna, em Copacabana —, chega este fim de semana ao Jockey Club, na Gávea. Entre os dois palcos, nos dois dias, passarão nomes como Jorge Ben Jor (com show inédito, “É coisa nossa!”) e Maria Bethânia (que recebe Xande de Pilares) num total de 32 apresentações. Um line-up — nas palavras de Nelson Motta, curador musical do evento — “ainda mais crocante” que o do ano passado.

Do rap, a reunião de Mano Brown, Criolo e Rael. Do rock, os 40 anos do disco “O passo do Lui”, d'Os Paralamas do Sucesso, e os 25 do “Acústico MTV”, do Capital Inicial. Do forró, Falamansa com Lucy Alves. Outros encontros também se destacam, como o de Jorge Aragão com BK, Xamã, Djonga, Ana Carolina e Negra Li; dos grupos Àttooxxá e É o Tchan; das cantoras Luedji Luna, Larissa Luz e Xênia França; e o da Nação Zumbi com Lia de Itamaracá, festejando os 30 anos do álbum “Da lama ao caos”, para citar só quatro.

A previsão do tempo para o fim de semana é de chuva, mas ninguém precisa se preocupar, garante Niemeyer:

— Realizar eventos ao ar livre, num momento de tantas mudanças climáticas, se tornou um desafio. Buscamos um espaço com melhor estrutura para chuva, mais área coberta e piso sobre a grama em grande parte do evento, além da distribuição de capas.

Nas redes do festival, há uma cartilha, que será distribuída no evento, chamada “Faça chuva ou faça sol”.

Reuniões no palco

Maria Bethânia recebe Xande de Pilares para encontro inédito nos palcos, no festival Doce Maravilha — Foto: Leo Martins/Agência O Globo
Maria Bethânia recebe Xande de Pilares para encontro inédito nos palcos, no festival Doce Maravilha — Foto: Leo Martins/Agência O Globo

O encontro inédito de Bethânia e Xande é um dos mais aguardados e, no que depender dos dois, será marcado por fortes emoções. Depois desse show, a intérprete só volta aos palcos para a turnê com o irmão, Caetano Veloso, em agosto.

— Fui muito feliz com esse show (“Fevereiros”, que estreou em abril de 2022), vai deixar saudades. (No domingo, os fãs) podem esperar o meu espetáculo com sinceridade, amor, dedicação, boa vontade, alegria — diz Bethânia, antes de acrescentar que admira Xande há tempos. — Além da coisa musical, ele tem um encanto, um vigor cênico, uma coisa feiticeira de palco.

O amor é recíproco. Xande, que descobriu Bethânia ainda criança, com o disco “Mel” (1979) — cuja faixa-título está no setlist —, já teve até música gravada por ela (“Cria da comunidade”), mas ainda assim está um pouco nervoso.

— Eu achava que só ia cantar uma música, mas ela disse que não, que a gente vai fazer um show junto. Eu falei: “Jesus amado”. A voz some, erro a letra... mas vai ficar legal — afirma Xande, que dá um spoiler: farão um dueto em “Tá escrito” (aquela do refrão “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé, manda essa tristeza embora”), sucesso do Revelação (do qual o músico fez parte), que tem marcado presença no repertório da baiana.

Bethânia dá outro:

— O fato de ele ter gravado um disco lindíssimo e premiadíssimo com canções do Caetano facilita, porque posso dividir algumas com ele, não é?

Criolo, Mano Brown e Rael — Foto: Divulgação/Jef Delgado
Criolo, Mano Brown e Rael — Foto: Divulgação/Jef Delgado

O rapper Criolo, que flerta com gêneros como o samba e a MPB, se declara fã de Mano Brown e Rael, com quem divide o palco no sábado. Ele enxerga nesse show uma oportunidade de mostrar seus trabalhos para quem não é tão familiarizado com o gênero.

— Foi muito difícil chegar no setlist. Você escuta as músicas do Rael e do (Mano) Brown e só tem coisa boa. É um presente (estar com eles) — diz o artista, que celebra a diversidade do rap nacional. — Não podemos virar as costas para a pluralidade da música de favela.

Atemporais

Bi Ribeiro, Herbert Vianna e João Barone: Os Paralamas do Sucesso — Foto: Divulgação/Markos Fortes
Bi Ribeiro, Herbert Vianna e João Barone: Os Paralamas do Sucesso — Foto: Divulgação/Markos Fortes

Foi em 1984 que Os Paralamas do Sucesso lançaram “O passo do Lui”, com músicas que seguem na ponta da língua de diferentes gerações — como “Meu erro” e “Romance ideal” —, e que serão lembradas ao vivo.

— Esse disco foi decisório na nossa história. Com ele, saímos de uma bandinha embolada naquele rock dos anos 1980 para virar uma banda que lota ginásios — relembra o baterista João Barone. — Esse show tem essa simbologia, essa carga sentimental, e não deve se repetir. Quem presenciar verá.

O disco será apresentado na íntegra — oportunidade única para os fãs ouvirem “Menino e menina”, nunca tocada ao vivo, garante o baterista.

Capital Inicial — Foto: Divulgação/Leo Aversa
Capital Inicial — Foto: Divulgação/Leo Aversa

Outro expoente do BRock, a banda Capital Inicial também celebra no Jockey um disco emblemático: “Acústico MTV”, gravado em 2000 com Zélia Duncan e Kiko Zambianchi. No repertório, hits como “Primeiros erros (chove)” e “Natasha”, cantados por todos.

— Esse disco foi um divisor de águas na nossa carreira. Nossa música ficou conhecida no país de uma maneira avassaladora. Ele transbordou para outras plateias que não eram ligadas ao rock — relembra o vocalista Dinho Ouro Preto, que espera seguir “compondo, gravando e no palco” nos próximos 25 anos.

Em setembro, o Doce Maravilha chega a Brasília. E é só o início. Niemeyer afirma que existem planos de levar essa celebração da música brasileira a “vários lugares”.

Programação

SÁBADO

Palco Doce Maravilha por Amstel.

  • 14h15: Luedji Luna, Larissa Luz e Xênia França.
  • 15h45: Àttooxxá, É o Tchan.
  • 17h15: Jorge Aragão com BK, Negra Li, Ana Carolina, Djonga e Xamã.
  • 19h05: Jorge Ben Jor.
  • 20h45: Criolo, Mano Brown e Rael

Palco Elo.

  • 12h30: Os Garotin.
  • 13h40: Mayra Andrade com Rachel Reis.
  • 15h: Letrux.
  • 16h20: Orquestra Imperial, Donatinho e Marcos Valle.

DOMINGO

Palco Doce Maravilha por Amstel.

  • 14h15: Ana Frango Elétrico, FBC e Bruno Berle.
  • 15h45: Nação Zumbi e Lia de Itamaracá.
  • 17h15: Os Paralamas do Sucesso.
  • 19h: Maria Bethânia convida Xande de Pilares.
  • 20h40: Capital Inicial com Zélia Duncan e Kiko Zambianchi.

Palco Elo.

  • 12h30: Àvuá com Bela Ciavatta.
  • 13h55: Samba do Miguelzinho.
  • 15h20: Falamansa com Lucy Alves.
  • 16h40: Nova Orquestra, Buchecha, Deize Tigrona e Gabriel do Borel.

Programe-se

Onde: Jockey Club Brasileiro. Praça Santos Dumont 31, Gávea. Quando: Sáb e dom, a partir das 12h. Quanto: R$ 270, por dia, via Eventim. Classificação: 16 anos.

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