Shows e concertos
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Por — Rio de Janeiro

Quando Caetano Veloso gravou “Sina” (1982), de Djavan, antes mesmo do autor da canção, ele retribuiu a homenagem da letra e trocou o verbo “caetanear” por “djavanear”. Seu desejo, o de “djavanear o que há de bom”, parece fazer ainda mais sentido com o passar do tempo. O que não faltam para Djavan, que completa 75 anos neste sábado (27), são motivos para comemorar: anunciado como headliner de festivais como o “Queremos”, no Rio de Janeiro, o “Sensacional”, em Belo Horizonte, e o “Jardins do Marquês”, em Oeiras, Portugal, o artista tem conquistado plateias cada vez mais jovens, que cantam a plenos pulmões toda a sua discografia. Seu álbum mais recente, "D", com o qual está em turnê, foi indicado a melhor álbum de música popular brasileira no Grammy Latino 2023. Na mesma premiação, a música “Num mundo de paz” foi indicada a melhor canção em língua portuguesa.

— Não é de agora essa diversidade de público. Desde o início, sempre observei que a variedade de faixa etária, religião, raça, sempre foi muito grande. Até hoje, vejo pessoas jovens de 12 anos correndo nos meus shows e, também, pessoas de 80 anos — disse Djavan ao GLOBO, quando sua atual turnê, "D", chegou ao Rio, em maio do último ano, em três datas esgotadas na Jeunesse Arena. — Acredito que isso venha da minha diversidade musical. Sempre tive, desde os 13 anos, uma curiosidade natural, e quis saber como se faz um bolero, um funk, um jazz, um samba.

Da "curiosidade natural" logo veio a aptidão para a música — influenciada desde sempre por sons do mundo inteiro, principalmente do continente africano e da Espanha. Além, como conta, do repertório de Luiz Gonzaga e da bossa nova. O resultado é o mais brasileiro possível, e pode ser visto e ouvido através da sua extensa obra — afinal, já são quase 50 anos desde o lançamento do seu primeiro disco, "A voz, o violão, a música de Djavan", 304 composições e 969 gravações cadastradas no banco de dados do Ecad, incluindo uma parceria com Stevie Wonder — em "Samurai" (1982), quando o americano tocou gaita.

Apesar de algumas canções do seu último álbum, "D", lançado em 2022, terem nascido durante uma viagem a uma praia de Alagoas, Djavan garante que não há regra para o seu processo criativo de composição. "É 90% de transpiração e apenas 10% de inspiração", brincou o artista, falando sério. Segundo ele, sempre que precisa compor, busca um local para se concentrar e "deixar vir". Se for num lugar bonito, em que tenha o prazer da contemplação, melhor ainda, garante. "Desde sempre, fui muito influenciado pelo olhar e pelo contato que mantenho com as cores, as paisagens, as constelações, as plantas, as pessoas, os mares, os rios", contou na ocasião.

Foi assim, com muita contemplação, que surgiram algumas das canções mais emblemáticas da história da música brasileira, como "Oceano", "Flor de lis" e "Sina" — as três músicas do artista mais tocadas no Brasil nos últimos dez anos, segundo dados do Ecad. A lista ainda inclui "Meu bem querer", "Pétala" e "Lilás", na sequência — todas as seis nos setlists dos shows que o artista tem feito em teatros, arenas e festivais Brasil e mundo afora.

Programe-se

Enquanto os anúncios de novos shows de Djavan não chegam, veja abaixo a agenda oficial do artista, com todas as apresentações já confirmadas para este ano:

  • 2 de março: Belém (PA)
  • 9 de março: Fortaleza (CE)
  • 15 de março: Campina Grande (PB)
  • 17 de março: João Pessoa (PB)
  • 21 de março: Natal (RN)
  • 23 de março: Recife (PE)
  • 6 de abril: Lauro de Freitas (BA)
  • 13 de abril: Rio de Janeiro (RJ) — Festival Queremos
  • 25 de abril: Cuiabá (MT)
  • 27 de abril: Campo Grande (MS)
  • 3 de maio: São José (SC)
  • 11 de maio: São Paulo (SP)
  • 15 de junho: Goiânia (GO)
  • 21 de junho: Belo Horizonte (MG) — Festival Sensacional
  • 23 de junho: Uberlândia (MG)
  • 10 de julho: Oeiras, Portugal — Festival Jardins do Marquês
  • 12 de julho: Porto, Portugal

Mais informações e detalhes no site oficial do artista.

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