Shows e concertos
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Por Ricardo Pinheiro — Rio de Janeiro

"Felicidade é ler que Esperanza Spalding está ouvindo Djavan". Quem disse isso foi Caetano Veloso, em 2017. De lá para cá, a lista aumentou: no último fim de semana, a americana Samara Joy, nova voz do jazz (posto ocupado por Esperanza nos anos 2000), cantou "Flor de lis" no C6 Fest no Rio, em seu primeiro show no Brasil. Música que também será cantada pelo próprio Djavan, de 74 anos, nos três shows com ingressos esgotados na mesma cidade (onde o alagoano mora), neste fim de semana — sexta, sábado e domingo, no Qualistage. Ao Rio Show, o artista falou sobre a dificuldade de montar o setlist de um show que condense quase 50 anos de carreira, o processo de criação das canções (são 304 composições e 969 gravações cadastradas no banco de dados do Ecad) e a diversidade do público que o acompanha mundo afora — e que, até quando não sabe ao certo a letra, canta junto com ele.

— A parte mais difícil, sem dúvida, é montar o repertório. Além dos hits, também queremos mostrar algo do disco novo ("D") e algumas músicas 'lado B', que são conhecidas, mas não tão famosas. Então, é uma seleção difícil de ser feita. Esse show agora, por exemplo, tinha quatro músicas do disco novo, e acabamos tirando uma. Às vezes, no entanto, não é preciso nem tirar uma música, basta trocá-la de lugar — diz Djavan, que também revela ensaiar com a banda de quatro a cinco canções além das que serão usadas, para uma eventual mudança.

Para ele, o setlitst de uma turnê fica pronto para valer depois de três ou quatro shows — tempo suficiente para ver "o que funciona e o que não funciona". Ou seja, depois de 11 apresentações da turnê "D", que estreou no final de março, em Maceió, sua cidade natal, e já passou até pelos Estados Unidos, o repertório chega ao Rio neste fim de semana já "super pronto".

Apesar de algumas canções terem nascido durante uma viagem para uma praia de Alagoas, ele garante que não há regra para o seu processo criativo de composição: "É 90% de transpiração e apenas 10% de inspiração", brinca, falando sério.

— Quando preciso compor, não importa o lugar onde eu esteja. Eu preciso me sentar, me concentrar e deixar vir. No entanto, não é desprezível um belo lugar, o que ajuda muito também, né? Aprendi com a minha mãe, quando ainda era garoto, o prazer pela contemplação e, desde sempre, fui muito influenciado pelo olhar e pelo contato que mantenho com as cores, as paisagens, as constelações, as plantas, as pessoas, os mares, os rios... Isso tem me ajudado bastante na hora de compor e criar, porque aquilo entra pelo olhar e vai para a caneta, para as mãos, e eu não tenho dificuldade de transcrever para o papel o que estou vendo. E também o que eu não estou vendo — conta Djavan.

Foi assim, com muita contemplação, que surgiram algumas das canções mais emblemáticas da história da música brasileira, como "Oceano", "Flor de lis" e "Sina" — as três músicas do artista mais tocadas no Brasil nos últimos dez anos, segundo dados do Ecad. A lista ainda inclui "Meu bem querer", "Pétala" e "Lilás", na sequência — todas as seis no setlist dos shows cariocas.

Essas músicas — e seu cancioneiro, que vai das rodas de samba às pistas de dança — já foram cantadas por inúmeros artistas, das mais variadas vertentes musicais, como Caetano Veloso, Daniela Mercury, Liniker e Gloria Groove. Essa diversidade se reflete, também, nas plateias que o acompanham mundo afora. Para explicá-la, Djavan volta à sua música — desde cedo influenciada por sons do mundo inteiro, principalmente do continente africano e da Espanha. Além, como conta, do repertório de Luiz Gonzaga e da Bossa Nova.

— Não é de agora essa diversidade de público. Desde o início, sempre observei que a variedade de faixa etária, religião, raça, sempre foi muito grande. Até hoje, vejo pessoas jovens de 12 anos correndo nos meus shows e, também, pessoas de 80 anos. Acredito que isso venha da minha diversidade musical. Sempre tive, desde os 13 anos, uma curiosidade natural, e quis saber como se faz um bolero, um funk, um jazz, um samba — conclui o artista.

Turnê 'D'

Apesar de os ingressos estarem esgotados para a "temporada" carioca da turnê "D", Djavan ainda vai levar esse show para muitas cidades — no Brasil e na Europa. Seu primeiro destino, depois do Rio, é Lisboa, em Portugal (7 e 9/6). Confira abaixo, na agenda oficial do artista, todas as datas e lugares:

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