50 Best: saiba como é e quanto custa jantar no Oteque, eleito entre os melhores restaurantes da América Latina

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No casarão de 1938 em Botafogo, o paranaense Landgraf, filho de pai alemão e mãe japonesa, privilegia os peixes e frutos do mar em sua cozinha moderna, minimalista e altamente técnica, lapidada no Japão e em Londres com os chefs Tom Aikens e Gordon Ramsay. De pé, na cozinha aberta, Landgraf controla o salão, com seis mesas redondas de madeira, e manda os pratos no timing certo. Mas o melhor ali é sentar na bancada do chef, onde você desfruta, de pertinho, do bailado dos oito profissionais em ação.

Os rótulos de pequenos produtores garimpados pelo sommelier Léo Silveira são servidos em taças austríacas Zalto, as melhores e mais caras do mundo. Raro vê-las até em mesas estreladas mundo afora. Mas no Oteque tem. E aí vem a história de sempre, isso (e tantas coisas mais da casa) tem seu preço: R$ 845, para ser exato, valor do menu sazonal de oito etapas (que pode sempre ir além). Se quiser acompanhar com vinhos, e ver o que a Zalto tem, acrescente R$ 695 ou R$ 745 (com rótulos premium). E, num gole, o jantar passou de mil reais. Com folga.

No elegante ambiente, nada de barulho ou gritaria: o som ali é o da playlist de Landgraf, que dá vontade de sair dançando. As louças exclusivas servem de molduras para as criações: a sardinha em conserva com foie gras no brioche é uma das estrelas, ao lado de atum rabilho com caviar e maionese de peixe, ouriço com creme de mexilhão e cebola assada, músculo braseado com cenoura assada, tutano e castanha caramelizada, wagyu como você nunca provou. Lá pelas tantas, um doce totalmente branco chega à mesa. Lembra o museu Guggenheim de Bilbao.

*com informações e texto de Luciana Fróes, crítica de gastronomia de O Globo