Entre os muros da escola, as tensões da sociedade estão presentes e muitas vezes potencializadas. Esse entendimento das relações de poder entre gestores, educadores e estudantes alimenta o drama “A sala dos professores”, representante da Alemanha na acirrada disputa pelo Oscar de filme internacional.
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Dirigido e coescrito pelo alemão de origem turca Ilker Çatak, essa incômoda fábula contemporânea sobre os percalços da busca pela verdade tem semelhanças com outros dois filmes recentes, o japonês “Monster” (de Hirokazu Kore-eda) e o turco “Ervas secas” (de Nuri Bilge Ceylan), este último ainda inédito no Brasil. Uma diferença substancial é que “A sala dos professores” opta por permanecer o tempo todo dentro de uma escola de ensino fundamental e ao lado de uma jovem professora, Carla (Leonie Benesch).
Essas escolhas acentuam a angústia crescente da trama, à medida que Carla decide investigar por conta própria casos de furto que levam a diretora e outros professores a suspeitar de um determinado aluno, filho de imigrantes. Embora as intenções sejam nobres, os métodos da detetive amadora são questionáveis e suas conclusões, incertas. Como ela procura demonstrar à sua classe no início do filme, em uma aula de matemática, não basta acreditar em uma tese — é preciso comprová-la. Esse é o dilema que transforma a escola em um front de guerra, com o espectador desafiado a tomar posição.