Cinema
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Por — Rio de Janeiro

O Clube da Esquina era um coletivo que nunca se organizou como banda, mas sim como uma reunião de músicos de influências díspares que se valeu de sua proximidade geográfica a partir da amizade de Milton Nascimento, recém-chegado do Rio nos anos 60, com os irmãos Borges, no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte. Junto com uma leva extraordinária de músicos e letristas, eles compuseram alguns dos álbuns mais marcantes da MPB.

Em um dado momento do documentário “Nada será como antes — A música do Clube da Esquina”, o guitarrista Toninho Horta diz que as melodias com intervalos longos são uma característica típica da música mineira porque acompanham os contornos das montanhas de Minas Gerais. Em seguida, vemos imagens de um carro seguindo por uma estrada bucólica enquanto escutamos os acordes da doce “Clube da Esquina Nº 2”. O filme de Ana Rieper segue essa toada: somos levados a exercitar nossa imaginação muito mais pelo que ouvimos sobre os arranjos das músicas do que pelas imagens por vezes redundantes, como uma viagem de trem para ilustrar “O trem azul”.

No lugar de estabelecer uma cronologia biográfica, o documentário de menos de 80 minutos privilegia as histórias que envolvem as músicas: é através de uma prosa informal bem mineira e descontraída que percebemos a batida africana em “Cravo e canela”, a referência ao rock progressivo em “Trem de doido”, conhecemos a musa inspiradora de “Um girassol da cor do seu cabelo” e percorremos o caminho da delicadeza até o “Cais”.

Bonequinho aplaude

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