Cinema
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Por — Rio de Janeiro

Oito anos após o malsucedido “Hacker” (2015), o diretor Michael Mann (“Fogo contra fogo” e “Colateral”) está de volta com “Ferrari”, cinebiografia do empresário italiano Enzo Ferrari. Como sempre, Mann entrega um trabalho impecável na direção, conseguindo capturar diferentes nuances e camadas da personalidade do empresário. O projeto mostra como Ferrari mudou a indústria automotiva e foi decisivo na criação das corridas de Fórmula 1.

O roteiro é inspirado no ótimo livro “Ferrari: o homem por trás das máquinas”, de Brock Yates. Apesar das 552 páginas que contam toda a história de Enzo Ferrari, a pedido de Michael Mann, o roteirista Troy Kennedy Martin se concentrou em 1957, ano que foi crucial na vida do empresário (interpretado por Adam Driver), quando ele precisou lidar com a possível falência de sua fábrica de automóveis, a morte de seu filho Dino, em 1956, e o relacionamento turbulento com a mulher, Laura (Penélope Cruz), e a amante, Lina Lardi (Shailene Woodley).

A escolha de Mann foi perfeita para entender o que se passava não só com Ferrari, mas também com Laura. Com sua abordagem, Mann captura o elenco em longos close-ups, a fim de pontuar sentimentos demasiadamente humanos, como o amor, a paixão, o luto e a raiva, o que favorece as ótimas performances de Adam Driver e, principalmente, de Penélope Cruz. O ator brasileiro Gabriel Leone também se destaca interpretando o piloto espanhol Alfonso De Portago. Mann, ao mesmo tempo, contrasta os planos fechados com tomadas abertas que ilustram com eficácia a tensão das corridas e o tamanho da Scuderia Ferrari, perfeito para os apaixonados por carros.

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