Cinema
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Por — Rio de Janeiro

Parece que foi ontem, mas lá se vão quase 13 anos desde que a cantora e compositora inglesa Amy Winehouse morreu, aos 27 — a mesma idade de Jimi Hendrix, Janis Joplin e Kurt Cobain, outros ídolos pop mortos precocemente. Sua trajetória já havia sido reconstituída pelo documentário “Amy” (2015), de Asif Kapadia (“Senna”), que recebeu o Oscar e também duras críticas da família da cantora. Não há risco de o mesmo repetir-se (nem o Oscar, nem as reprimendas familiares) com “Back to black”, pálida recriação ficcional que procura fugir de polêmicas e se restringe a fatos de domínio público.

A diretora Sam Taylor-Johnson (“Cinquenta tons de cinza”) e o roteirista Matt Greenhalgh já haviam trabalhado juntos em “O garoto de Liverpool” (2009), sobre a adolescência de John Lennon. Greenhalgh escreveu também “Control” (2007), sobre Ian Curtis, vocalista da banda Joy Division, que se suicidou aos 23. A bagagem de ambos não ajudou muito aqui: há algo de burocrático na maneira de condensar a vida breve de Amy — um episódio depois do outro, e outro, e outro, sem que a narrativa ganhe muito impulso nem mesmo quando o filme recorre às canções célebres (trunfo que costuma ajudar cinebiografias musicais, mesmo as mais capengas do que “Back to black”).

A inglesa Marisa Abela (da série “Industry”) entrega-se à caracterização de Amy com um empenho notável que se estende à interpretação de canções, mas a tarefa era ingrata: como parece que tudo foi ontem, a singularidade de Amy torna difícil qualquer tentativa de lhe imitar a voz, os movimentos corporais e o olhar, aquele olhar.

Bonequinho olha.

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